STOP!

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Pov Ludmilla

Minha mãe começa a me explicar com calma tudo que estava acontecendo, já estava nesse hospital a quatro dias e dormi isso tudo porque ela decidiu junto com o médico que para a minha recuperação seria melhor eu dormir. O que acabei de descobrir é que estou com minha coluna toda ferrada, são quatro hérnias de disco graças a não ter posição para dormir já que passo uma boa parte do tempo sentada no ônibus ou então deitada em camas diferentes de hotel.

Não posso fazer movimentos bruscos, carregar peso, fazer atividades física, sair correndo e ficar muito tempo em pé na verdade minha recuperação depende de repouso absoluto. Enquanto ouvia minha mãe dizer essas palavras comecei a rir porque jamais faria como ela estava falando, não vou ficar aqui parada como se não tenho coisas a fazer.

Ela logo me olha por me conhecer e diz que esse foi um dos motivos de ter escolhido que a medicação me deixasse sonolenta para que justamente não tenha que discutir comigo o que seria melhor a ser feito. Como assim, parece que ela não entende que preciso fazer os shows tenho um programa de televisão para participar e não posso simplesmente ficar parada esperando as coisas se resolverem.

Quando olho pro lado vejo meu amor sentada na cadeira acompanhando toda conversa que estou tendo com a minha mãe e em seus olhos a preocupação de eu não estar entendendo a gravidade do problema, tanto é que quando faço menção de levantar da cama sinto a fisgada vindo com tudo em minhas costas e logo volto a me deitar tentando segurar o choro pela dor que sentia. Caramba não é possível que isso seja verdade, como vou fazer com a minha vida e minhas coisas se não melhorar?

O médico entra no quarto me cumprimentando e informando que finalmente poderá conversar comigo já que desde que cheguei estou drogada pelos remédios e ele nem ao menos conversou comigo para saber quando começaram as dores, o que fiz para tentar amenizar e como seria o tratamento daqui para frente. Tento ao máximo contar tudo que lembro e como as dores surgiam e a cara da Bruna era de total tristeza por em diversos momentos ela estar presente e eu ter escondido dela o que estava sentindo, não fiz por mal, depois vou conversar com ela sobre isso. 

Minha mãe não se continha em lágrimas ela junto com minha vó ouviam atentamente tudo que conversava e o médico anotava cada momento em que as dores surgiam e me perguntava em uma escala de zero a dez quanto era o nível de dor que sentia. Reparei só então que desde antes sentia algumas coisas mais não acreditava que seria aquilo, encarava como noite mal dormida ou até um pequeno mal jeito.

Depois de ter contado tudo foi a vez do médico em me dizer que as dores ainda irão continuar comigo pois minha coluna estava muito inflamada e que para ter parado ali daquele jeito é que já havia passado do meu limite já que nas demais vezes que descrevi a dor eu já havia me acostumado. Ele me fala que tenho que ficar mais uma semana no mínimo de cama absoluta onde a medicação será reduzida e aos poucos vou começar como se fosse uma fisioterapia em meu corpo. 

O interrompo mesmo não sendo mal educada para explicar a ele que estava fora de cogitação o tipo de tratamento que estava querendo fazer comigo e que ele deveria escolher outro já que esse não iria fazer sobre hipótese nenhuma. A conversa então ficou em um nível onde ele acho que já por estar sem paciência comigo não aceitava e então passou a ser firme e grosso.

- Acho que você não compreendeu a gravidade do seu problema, por mais que você queira ou tente levantar dessa cama não irá conseguir, pode tentar. Quanto mais você forçar será pior! No seu lugar eu ficaria em repouso absoluto esperando que desinflame um pouco para então começar o tratamento e claro continuar a medicação.

- E se eu não fizer o que você está dizendo o que me acontece?

- Você corre risco de nunca mais andar, é isso que você quer? Você é muito nova para estar com a coluna desse jeito e sofreu muito tempo calada com essas dores, não acha que já está na hora de se cuidar, e ter mais responsabilidades com você?

Brumilla- Nosso destino, é que você me faz bem!Onde histórias criam vida. Descubra agora