Escuridao

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Pov Ludmilla

A minha vida está uma correria só , são tantas coisas pra dar conta que se não é a Bruna do meu lado me acalmando já tinha surtado com tudo e todos.
Ando tão cansada que tenho sentido umas dores nas costas que só passa quando finalmente me deito na cama , é uma pontadinha de nada que em cinco minutos passa .
Estamos dentro do ônibus indo em direção ao show e estou com tanto sono que o sacolejo do ônibus é como se estivesse em um balanço com alguém me colocando pra dormir .
Me entrego já que meu corpo dá sinais de cansaço e a dor chata volta atacar, como sei que vai passar logo fico quieta .
O show foi maravilhoso ! No meio de uma coreografia senti uma pontada nas costas como se tivesse dado mal jeito e disfarço na hora , tanto que sento em um pedaço do palco pra descansar e aproveitar pra cantar canções que meus fãs nunca pensaram que cantaria .
No final do show o incômodo passa um pouco e já retornamos para o ônibus. Não sei o que está acontecendo comigo mais todo meu corpo está formigando e não consigo ter posição pra dormir , me viro de um lado ao outro e o sono não vem , além do sono volto a ter incômodo nas costas . A viagem está sendo muito cansativa fico olhando minha equipe que está totalmente desconfortável uns ficam em pé um tempo , outros sentados porque a estrada é longa e ainda tem muito chão pela frente só que nosso corpo está quebrado .
Converso com meu tio pedindo que pare em algum lugar para que possamos dormir pelo menos uma noite em um cama de hotel , pra tomar um banho decente.
Enfim um quarto de hotel parece bobeira mais essa vida de não ter um lugar certo pra dormir faz a gente dar valor um banheiro com um chuveiro pra tomar banho e uma cama confortável e quentinha. No banho tento deixar a água bater bem em meu corpo pra tentar relaxar e passar um pouco a dor . Não quero nada a não ser me deitar , não estou aguentando ficar em pé dói muito , mas vai passar.
Bruna fica me olhando sem entender nada só que como viu meu cansaço e ela também está acabada logo vai em direção ao banheiro e em seguida deita na cama .
E tanta dor e incômodo que me entrego em um sono que não tinha a muito tempo , sinto apenas a minha namorada deitar e busco com o braço um aconchego e um carinho .
Apago e não sinto mais nada , meu corpo e minha mente enfim descansaram , por incrível que pareça não ouviu uma vez meu telefone tocar ou apitar. Levanto cambaleando em direção ao banheiro para então fazer meu primeiro xixi do dia e quando olho meu telefone me dou conta da hora já eram quatro da tarde do dia seguinte , meu Deus como dormi tudo isso?
Ao andar pelo quarto sinto uma pontada denovo e disfarço minha cara de dor para que a Bruna não veja.
Ela até olha pra mim e diz que pediu nosso almoço é nesse momento que faço a careta , ela entendeu que era sobre comida menos mal . Volto pra cama e fico deitada de barriga pra baixo é assim que sinto menos incômodo .
Quando o almoço chega fico com preguiça de levantar , na verdade finalmente encontrei uma posição e não quero sair dela , Bru me dá comida na boca e fica preocupada com minha quietude.
Não consigo esconder muito bem as coisas dela , falo que estou com um pouco de incômodo no corpo e ela me dá um remédio , eu tomo e continuo quieta . Na verdade adormeço denovo não sei bem o que está acontecendo comigo , a sensação que tenho é que estou muito cansada.
Chega a hora do show e o Christian vem me maquiar e eu tento fazer tudo deitada, o show já está atrasado alguns minutos porque perdi a hora então tenho que estar inteira para os meus fãs.
Chegamos no local do show e estavam dando os últimos acertos com a iluminação do palco enquanto isso deito um pouco no sofá que tem no camarim , fico ali de olhos fechados me concentrando .
Quando eu menos espero , uma fisgada muito forte vem da altura do meu pescoço até o osso da minha bunda, um grito de dor sai da minha boca .
Caramba que sensação é essa? Tento me mexer no sofá e não consigo, não tenho forças nem domínio do meu corpo , como assim o que está acontecendo?
Não consigo nem ao menos mudar a posição e virar de lado , doi tudo , doi muito , as fisgadas que senti antes não se comparam a que estou sentido agora.
Começo a gritar de dor , a porta do camarim estava fechada , não é possível que ninguém vai me ouvir até que ela abre a porta e vê o meu desespero .
Peço ajuda para levantar e a mulher que amo já me olha dizendo que não era normal isso e que iria chamar uma ambulância . Grito desesperada pedindo que não faça isso porque tenho que fazer o show e ela diz que não vou porque não consigo levantar.
O Marcos entra e eu finalmente fico feliz porque ele me tiraria dali e me levaria pro palco ele jamais vai concordar com a ideia da Bruna , ela está exagerando já vai passar e vou estar bem .
Parece que quanto mais força eu faço pra levantar mais dor eu sinto , Marcos concorda com tudo que a Bruna diz e já vai na direção do meu tio falando que era pra cancelar o show .
Eles não estão percebendo que isso só vai nos prejudicar? Não temos como fazer isso , meu Deus porque não me escutam eu sou a artista eu sou a cantora a decisão final e minha !
Quando Bruna retorna ela já vem em minha direção pedindo pra não me mexer que a ambulância já vinha . Caramba porque ela está fazendo isso comigo ! ? Quando tento esticar os braços pra beija-lá e me apoiar pra levantar a dor só piora e lágrimas saem dos meus olhos , ali olhando pra ela entendo que devo parar de teimosia, infelizmente ela estava certa eu não teria condições de fazer o show.
Isso nunca me aconteceu, o que será que meus fãs vão pensar ? Milhares de coisas passam pela minha cabeça e eu não entendo porque justo agora eu estou sentindo tudo isso.
Os médicos chegam e por mais que tenham todo cuidado ao mexer em mim , eu grito de dor e não contenho meu choro. No caminho vejo a Bruna se despedindo de mim e dizendo que vai me encontrar , não aceito e peço pra ela ir comigo .
Essa ambulância sacoleja tanto que parece que estão enfiando agulhas nas minhas costas , tento o máximo me acalmar para não preocupar a Bruna mais não consigo , as lágrimas entregam tudo que estou sentindo .
Chego no hospital e fico sozinha em uma sala tentando controlar meu medo , quando o médico me pergunta o que estou sentindo, o medo de falar me faz chorar sem parar.
Ele me pergunta onde doi e digo a ela que do meu pescoço até o osso final das minhas costas e uma dor surreal , quando ele pede para que eu mecha um pouco minha perna eu digo a ele que não estou sentindo os movimentos na minha perna .
Ao me dar conta de que tinha uma coisa muito errada , começo a insistência de chamar minha mãe , eu preciso da minha mãe . Sei que pareço um bebê chorão , só que não quero ficar sozinha o que está acontecendo comigo?
Não lembro de mais nada , sinto um sono e uma moleza que resolvo me entregar nele , é dormindo que não sinto nada, nenhuma dor. Fico um bom tempo quieta em meu sonho sentada em um canto tentando entender o que está acontecendo, até que de longe ouço a voz dela , minha Bru pedindo pra eu descansar que íamos embora dali mais a minha mãe ia me encontrar no outro hospital .
O que , eu vou pra outro hospital? Como assim ? O que eu tenho afinal?
Tento fazer contato com a Bruna mais nenhuma palavra sai da minha boca é como se não estivesse em condições de falar. Sua voz se cala e então eu entendo que  isso tudo não passou de um sonho e quando acordar esse pesadelo vai acabar.
Abro meus olhos e minha amada está ao meu lado segurando minha mão me dizendo que vamos pra outro hospital de helicóptero e que lá saberemos o que eu tenho .
Apenas olho pra ela e consigo dizer que não quero ir sozinha , ela diz que meu tio vai comigo e eu peço pra ser ela . Não sei em que momento ela trocou de roupa, já não está mais com o figurino do show e só então eu percebo que também estou sem o meu e que apenas se passaram algumas horas desde tudo o que aconteceu.
Sou levada na maca com um colar em meu pescoço , a dor permanece mais estão me dando tanto remédio na veia que fico muito grogue , e a vontade de dormir retorna, não consigo ficar acordada.
Dessa vez não sei se estou sonhando ou se estou acordada , não escuto nada , não vejo nada . Quando consigo abrir meus olhos um clarão vem até mim e vejo de relance minhas mulheres , as mulheres da minha vida , minha mãe vem em minha direção e me dá um beijo , choro em silêncio, não consigo falar nada, apenas escuto sua voz dizendo que ela está comigo e que tudo vai passar e que é pra eu descansar .
Quando vejo o outro lado da cama minha vó , minha irmã , me dão um beijo e eu apenas fecho os olhos recebendo o carinho delas . Quando tento perguntar de minha Bru a porta do quarto é aberta e vejo minha namorada com uma outra roupa , quanto tempo eu dormi o que está acontecendo? Não sei responder a vontade de dormir é maior que tudo e me entrego .
Volto pro mesmo lugar que me encontro , um ambiente pequeno até que eu me pego chorando perguntando porque isso estava acontecendo comigo .
Eu nunca fiz nada pra ninguém, nunca desejei o mal de uma única pessoa e porque eu estava passando por tudo isso.
Até que grito perguntando pra Deus o porque ?
Tampo meus olhos e choro sem fim , ali eu não sentia dor mais quando tentava me levantar do lugar que estou que nem sei mais se é sonho ou realidade ela vem me rasgando , a sensação é que estão me cortando por completo e enfiando agulhas em mim , a dor percorre pelo meu corpo e eu não aguento, só paro quando fico quieta.
Grito buscando uma resposta preciso saber o que está acontecendo até que , uma voz longe fala comigo .

- Se acalme que lhe explicarei tudo ! Você deve me escutar com bastante atenção , só então depois responderei suas perguntas .

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Meus amores não abondei a fic não , fiquei esse tempo sem postar porque testei positivo pra COVID . Só agora estou um pouco melhor pra conseguir escrever.
Espero que gostem do capítulo , a história ainda não acabou !

Brumilla- Nosso destino, é que você me faz bem!Onde histórias criam vida. Descubra agora