capítulo 1 - Caótico

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Mabel Austin

Encarei o teto de gesso tão branco quanto a neve, o que fazia meus olhos queimaram e a visão ficar tão borrada que lembrava-me do meu último porre. As vozes estavam tão longe e meu corpo tão pesado que minha única vontade era permanecer deitadinha.

Coçando repetidamente os olho na tentativa de focar minha vista turva, olhei de soslaio vendo um cara com uma agulha vindo diretamente na minha direção. Juntei qualquer restante de forças que eu tinha ainda e saltei direto da cama num susto como uma gatinha medrosa.

Rezei internamente para que aquilo tivesse acabado e que não fosse o round 2 porque não tinha mais energia para aquilo. Assumi uma postura de defesa, defendendo o rosto com o antebraço, mas o homem não atacou, apenas me encarou estranho.

一 QUEM É VOCÊ E ONDE EU TÔ? 一 gritei assustada, olhando tudo ao meu redor.

一 Tá tudo bem, senhorita 一ele se aproximou de mim, porém em um instinto de defesa o empurrei sentindo uma dor aguda e forte no meu braço.

o tiro!

一 sou o Dr. Johnson, você está na enfermaria do aeroporto e está tudo bem. 一aos poucos, tudo parecia se ajustar一 Se lembra do que aconteceu?

Ele perguntou me ajudando a sentar na maca, sentindo meu corpo cansado e cada músculo do meu corpo, que pareciam ter 300 toneladas. Meu braço não doía tanto quando estava quieto o que me fazia deixa-lo imóvel

Notei os pontos onde antes estava aberto e presumi que haviam costurado quando estava dormindo.

一 Quanto tempo eu dormi? 一questionei quando começou a jogar uma luz diretamente no meu olho.

一 Não muito 一respondeu vagamente pegando uma prancheta e refez a pergunta一 Se lembra o que aconteceu?

一 Sim! Me lembro de tudo. 一afirmei olhando em volta一 O que aconteceu com o homem?

一 Ele está bem e já foi detido pelas autoridades. Estava trabalhando com crime organizado ou algo assim... - 一meu coração se aliviou, pareciam ter sidos tiradas todas àquelas toneladas, ou parte delas. assenti一 Qual seu nome, Senhorita?

一 Mabel Austin. 一respondi.

Ele anotou.

Depois de um tempo conversando ele me explicou sobre os cuidados que deveria ter pra essa ferida no braço não infeccionar e finalmente estava liberada. Precisaria de repouso e usava uma tipoia para não mexer, embora o local do tiro tivesse um curativo por cima dos pontos.

Odiava, com todas as forças, ir a hospitais, ver médicos e essas coisas. Eram sempre um martírio para mim, embora às vezes fosse necessário.

A única coisa que me preocupava naquele momento é como eu iria ser útil com um dos braços inutilizável.

Eu estava sendo contratada pelo governo americano para atuar em Paris, mas se eu não podia fazer força como iria socar alguém? atirar? o recuo da arma tinha muita força e iria acabar com pontos abertos.

Nem tinha chegado e já estava numa furada antes mesmo de conhecer o local que eu trabalharia.

Que ótimo, Tanta sorte! eu adorei aquilo tudo.

Sai da sala piscando um par de vezes quando flashes invadiram minha visão por todos os lados praticamente me cegando, as vozes amontoadas de pessoas a me fazerem perguntas que eu nem conseguia entender invadiram meus tímpanos e chegavam mais rápido ao meu cérebro antes mesmo que meus neurônios pudessem organizar todas as informações.

Totalmente perdida e confusa, não fazia ideia do que estava acontecendo ali.

Um homem alto e magro apareceu no meio, dentre os jornalistas e demais pessoas, me chamando com a mão e eu fui, sem questionar ou pensar duas vezes. Talvez mais uma ideia precipitada... talvez não devesse ir, mas daria tudo pra sair dali naquele momento.

A Missão - Mabel AustinOnde histórias criam vida. Descubra agora