capítulo 4 - Juiz, Júri e executor

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(Avisinho rápido pra dizer  que no parágrafo onde contem um asterisco, "*", é o parágrafo onde vocês vão encontrar uma  foto nos comentários<3)

Boa leitura!

Denis Roberts

O FBI não tinha um programa de proteção à testemunha ou algo assim, quem comandava coisas do tipo era a polícia parisiense, não era papel do governo americano. Porém, eu cuidava de algumas pessoas, algumas poucas pessoas.

Podiam me chamar de justiceiro ou qualquer outra merda, eu não me importava. Eu estava onde a lei não chegava e isso já tinha mantido pessoas muito mais a salvo do que o serviço falho de justiça.

Estacionei o carro algumas quadras antes do meu destino, dei a volta no carro e agarrei a caixa pesada cheia de coisas básicas e necessárias como comida, produtos de higiene pessoal e limpeza.

Era fim de tarde, ainda precisava passar na base e entregar alguns relatórios ao Harold. Tinha recebido informações seguras de que os Mendozas estavam saindo de Paris e precisava avisa-lo, já que: se não era nosso território, não tínhamos jurisdição e provavelmente o caso ia passar pra outra base.

E isso não podia acontecer, aqueles caras eram meus.

Bati três vezes na porta e então a mulher de cabelos escuros e mal cortados apareceu, vestindo uma calça jeans dobrada até o meio da canela e uma camiseta de mangas compridas. Ela parecia mais abatida do que o normal.

一 Sr. Roberts, já disse que não deveria mais se preocupar com isso 一Brigou comigo, já estendendo a mão para pegar o que eu levava.

Danna sempre brigava comigo, dizia que não precisava mas ela precisava sim. Apesar de trabalhar como costureira e sempre se meter em trabalhos avulsos, a renda da casa ainda era pouca para sustentar a si, sua filha Alice e o marido beberrão.

Alguns anos antes ela tinha se metido em uma cena de assassinato e presenciado praticamente tudo, graças a ela desvendamos o caso e prendemos um maluco que não ia parar se não estivesse atrás das grades.

Desde então, eu meio que garanto que ela fique bem.

一 Posso entrar? 一era pesado pra ela segurar, e por isso ela me confirmou一 como vocês estão? 一perguntei deixando tudo em cima da mesa.

一 Bem 一respondeu vagamente, puxando a manga da blusa para baixo e inevitavelmente levei os olhos até o local.

O roxo estava ganhando um novo tom, talvez verde? Azul? Eu não sabia bem, só sabia que estava bem feio e que aquilo ali tinha sido uma pancada feia.

Eu já tinha apanhado, já tinha levado chutes, facadas, socos e uma vez até um tiro de raspão. Eu conhecia machucados como mais ninguém.

A raiva pareceu passar por todo o meu corpo, o nojo tomou conta de mim. Ela tinha apanhado do marido, e é, não era a primeira vez que ela dava sinais de que ele a agredia, mas era a primeira vez que eu via aquilo com meus próprios olhos.

一 O senhor aceita algo pra beber? 一ela forçou um sorriso me dando as costas.

Preferi ficar calado e não perguntar sobre, não devia ser muito confortável falar como na noite passada levou chutes e mais chutes da pessoa que deveria amar você.

一 Onde está Alice? 一observei os quadros sobre a parede.

一 Ela está lá em cima, mandei que ficasse lá para não incomodar 一explicou quando o cheiro de chá começou a se espalhar por toda a casa.

A Missão - Mabel AustinOnde histórias criam vida. Descubra agora