Capítulo Vinte e Seis

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ELENA ANDRADE

Acordo sentindo mais calor que o normal, o braço de Rafael me segura junto do seu corpo, sua respiração esbarra no meu pescoço. Confiro as horas no celular e vejo que ainda são cinco e meia. Não dormi nem três horas, e o despertador ainda está longe de tocar. 

Relaxado contras as minhas costas, Rafael dorme tranquilo. Diferente de como chegou em minha casa ontem. 

Quando me mandou mensagem ontem à noite, esperava que viesse com boas notícias, afinal, gabaritou na prova. Provou tanto para Fernando que é capaz quanto para seu pai, por isso estranhei o pedido para vir para minha casa. Mais uma vez, não neguei seu pedido. E mais uma vez, fiz bem em aceitar. 

Ele chegou com os olhos vermelhos e tristes, com sangue de baixo das unhas e as palmas cortadas. Seja lá a merda que aconteceu durante o jantar com seus pais foi sério. A ponto de fazê-lo sair de casa por não aguentar a atmosfera. 

Meus pais não falaram nada, não seria a primeira vez que isso acontece. Algum amigo, mesmo Rafael não se enquadrando como amigo, aparece em casa de noite com a cabeça fudida. Dona Mariana cuidou das suas mãos e meu pai tentou distraí-lo falando sobre a sua nova coleção de roupas. 

Por um tempo funcionou, eles entraram no assunto de colorimetria e formas e meu pai fez questão de mostrar as roupas. Tecnicamente, a produção é sigilosa, mas meu pai não deu muita atenção à regra de confidencialidade.

A preocupação não abandonou o olhar deles, porém, sabiam que agora não seria o melhor momento para conversar. 

Rafael conseguiu soltar uma risada ou outra, contudo o peso dos acontecimentos tomaram seus ombros no momento que ficamos sozinhos, ele enterrou bem fundo a dor, entretanto, eu conseguia ver o quão magoado estava. 

Ele não quis falar sobre e eu respeitei. Usar do sexo como ferramenta de distração não é o mais correto, hoje, quando acordar a dor estará lá. Mas, eu nunca fui a melhor pessoa para ajudar os outros a lidar com suas dores, então apelei para melhor solução no momento. 

E não me arrependo. 

A dor entre minhas coxas é boa, puxando um pouco a coberta para frente, vejo a marca dos chupões e mordidas no meu colo e seios, meu pescoço não deve estar muito diferente. 

Ele engana bem com seu jeito fofo, mas força e vontade que me comeu ontem, derrubaram a fachada. 

Suas mãos me pegando, me apertando, me enlouquecendo. 

Sua boca me chupando, me mordendo, me tirando do eixo. 

Sua língua nos meus peitos, na minha pele, na minha boceta. 

Chupando, lambendo, saboreando, me estremecendo. 

Minha pele vibra com a lembrança da sua boca e mãos. Minha boceta contraí com a sensação da sua língua passando pelo meu clitóris, os dedos entrando fundo e saindo e do seu pau. 

Entrando e saindo. Forte e gostoso. 

Me deixando molhada, excitada, com prazer correndo pelo meu corpo, explodindo dentro de mim. 

As nossas peles, misturadas. O seu cheiro grudado em mim, o meu cheiro grudado nele. O nosso cheiro, a mescla de nós dois.

Me remexo, inquieta, o calor que sinto aumenta com as recordações. Tiro a coberta, o ar frio arrepia ainda mais a minha pele. Mas o calor não cessa, assim como as lembranças. Não preciso fechar os olhos para ver a cena exata de Rafael descendo, abrindo minhas pernas. 

A física entre nós [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora