CAPÍTULO CINCO
San Francisco...
Sofia Lancem
Me remexo na cama, aperto os olhos com força. Espreguiço ainda meio grogue pelo sono. Meus olhos vão em direção a pequena janela quadricular com bordadas redondas, raios de sol atravessam o vidro, vejo nuvens brancas. o voo foi mas tranquilo do que pensei, não trocamos uma palavra sequer, mas as vezes eu podia sentir seu olhar em mim, fixos. Cravados em meu rosto, e discretamente passeando por meu corpo. Me sentia aquecida sob seus olhos escuros, ávidos. Me sentia desconfortável mas de uma forma diferente, que me fazia sentir um formigamento no meio das pernas, eu cruzava as pernas muitas vezes na tentativa de afastar essa sensação, esse calor. Nenhuma homem jamais tinha me olhado de forma tão descabida, voraz. Essa só podia ser a resposta para meu incomodo. Por mas que eu quisesse ficar acordada, alerta, o cansaço me venceu e acabei vindo para o quarto na parte de trás do jato particular. Quando fui embora de casa ontem, fomos direto para o aeroporto. Não esperava que essa lua de mel seria imediata. Pensei que iríamos para sua casa, ou melhor. Minha nova casa. Durarem todo o trajeto até o aeroporto o Sr. X. Como o apelidei, não disso uma só palavra. As vezes encara ele pelo canto do olho. A expressão séria, a cabeça inclinado para a janela. Não posso negar que ele é o homem mas lindo que já vi na vida, e não só isso. Ele também é jovem, acho que até mais do que eu. Sua mão pousada no queixo, as grosas sobrancelhas estavam juntas formando uma pequena ruga em sua testa. Os lábios comprimidos em uma perfeita linha reta. Seu peito descendo e subindo conforme sua respiração, me atrevi a imaginar qual seria a sensação dos meus dedos tocando seu peitoral nu, o artrito dos meus dedos tocando sua pele, uma explosão de sensações. Tratei de deixar esses pensamentos de lado ao sentir um calor repentino em minhas partes, eu não deveria está pensando nisso, mas sim, uma forma de me livrar desse casamento. Algo em seus olhos escuros chama minha atenção, seu olhar parecia distante, perdido. Mas não tinha certeza, não ficava encarando mas do que cinco segundos, a última coisa que eu queria era ser pega encarando.
Passo ambas as mãos pelo rosto afastando a fadiga, a contra gosto me levanto. A ânsia sobe até minha garganta, odeio ter que viajar de avião, essa sensação de enjoo nas alturas sempre me faz sentir dessa forma. As poucas vezes que viajava com Papai, Mamãe e Laura, eu evitava aviões, isso deixava minha irmã caçula irada, e como não queriam perder a viagem eu tinha a opção de aguentar, ou ficar em casa. Casa... Essa palavra soa tão estranha agora. Sou uma mulher de vinte e seis anos, independente com diplomas. Mas isso não me impediu de me imaginar casada com o homem que amo, e filhos. Uma casa simples e aconchegante longe da cidade. Mas agora esses sonhos foram arruinados, não me resta mas nada além dessa miserável realidade. Solto um suspiro na tentativa de afastar esses pensamentos, chega de auto piedade Sofia, você é uma mulher madura, e pode lidar com essa situação. Me ergo e vou até o banheiro, meu aspecto no espelho é assombroso. O cabelo desgrenhado, olheiras profundas. A feição de alguém que está indo para o funeral, e não para uma lua de mel. Escovo os dentes depois de achar uma escova de dentes lacrada e nova, lavo o rosto e prendo meu cabelo em um coque frouxo no topo da cabeça. Não estou parecendo uma modelo capa de revista, mas pelo ao menos melhorou meu aspecto.
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Senhor Santiago (Livro 3 da "Trilogia Homens de Nome") DEGUSTAÇÃO
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