Capítulo 12 - O vento levou, conversas e momentos

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Eu não tinha ideia do que estava escrito na carta, será que era um desenho? Um poema? Quando eu ia abrir a carta eu passei em frente à uma janela aberta e o vento arrancou a carta da minha mão, levando a mesma para o jardim.

- Que merda! Como isso pode acontecer?

Eu tentei pegá-la, mas eu não achei. Bom, o que me restava mesmo era dormir. Como amanha nós não iríamos passear por Londres eu iria tentar procurar a carta.

Estava tudo escuro, eu estava com um vestido azul escuro todo rodado e bordado, meu cabelo estava num coque e uma coroa, e todos estavam me aplaudindo. E do meu lado estava Christopher. O que eu fiz? Ei! Alguém me avise! Por favor! Ei! Por favoooor.... Ahhhh! Foi só um sonho! Que estranho!

Eram 5:30, o sol não havia aparecido. Eu sabia que não conseguiria dormir, por isso fui correr. Coloquei um moletom, fiz um rabo de cavalo e coloquei meu fone de música.

A neblina estava bem intensa, parecia aqueles filmes onde no cemitério o chão só tem fumaça. Havia alguns empregados indo pra lá e pra cá, o jardineiro já estava aparando a grama.

Eu estava terminando de correr quando ouvi passos. Devia ser algum jardineiro. Oh não! Era o Christopher.

- Veja quen está aqui! - disse todo sarcástico

- O sono de beleza melhorou seu humor?

- Sempre brincando né senhorita Hastings?

- Depende de quem vê.

- Interessante, então posso sair correndo e dizer que você é uma louca?

- Claro! Mas duvido que alguém acredite!

- Eu também! - eu sorri pra ele - Espera! Você sorriu? - eu olhei pra ele assustada - Você sorriu! Sim, eu fiz você sorrir! - eu comecei a rir, ele era engraçado

- Você é engraçado!

- E você é uma ótima companhia!

- E você... Eu vou pensar no seu caso! - disse indo embora

- E você é bem modesta!

- Eu sei!

Fui direto pro meu quarto.

- Bom dia, Liza!

- Ahn? Bom dia, Mel! - disse acabando de levantar - Que horas são?

- São 7:33, dorminhoca!

- Espera, que sorriso è esse?

- Qual?

- Esse daí!

- Não tem nenhum!

- Tem sim! Quem foi o sortudo? Não, você está brincando?

- An?

- É o Christopher?

- Que? Do que você está falando? Quer saber? Eu vou tomar meu banho! Com licença.

- Você gosta dele! - disse cantarolando

- Não gosto!

Estávamos todos comendo quando Ezra chegou.

- Veja só, eu vi você e o príncipe conversando hoje! - Liza me olhou na hora com uma expressão "eu sei que você gosta dele"

- E daí?

- E daí, que você não vai se sair bem nessa! Quem vai ficar com ele é a Madison!

- Por que agora o mundo inteiro acha que eu gosto dele?

- Bem, eu vou indo. Você foi avisada!

- Que?

Eu estava cansada, precisava de uma música. Eu nunca tinha visto essa parte do castelo, era bem diferente do, digamos, habitual. Abri a porta, era uma sala de música.

Era bem grande, havia vários instrumentos, as paredes eram azul escuro, o chão era marrom e havia três janelas gigantes.

Meu olho foi direto para o piano. Será que podia tocar? Que se dane, eu vou tocá-lo.

Comecei a tocar uma música do filme "Titanic", eu amava aquela música, fui me envolvendo, a essência girava em torno de mim. Quando terminei escutei palmas.

- O que mais não sei sobre você senhorita Hastings? - disse Christopher apoiado nos cotovelos no piano

- Isso você vai ter que descobrir!

- Se você deixar é claro!

- Essa é uma questão que eu vou ter que pensar.

- Quando resolver você me avisa!

- Você está me seguindo?

- Não. Eu venho aqui todas as tardes para tocar piano.

- Então você toca também?

- Chega pra lá, por favor! - ele se sentou ao meu lado e tocou "The Scientist" do Cold Play, e por incrível que pareça eu era apaixonada naquela música. Eu sentia uma coisa muito boa naquela hora, era inexplicável. Eu não resisti, eu acabei encostando minha cabeça em seu ombro e passei meu braço no seu. Eu estava apaixonada, apaixonada por aquela música.

Quando ele terminou de tocar eu fiquei encarando ele, e ele fez o mesmo. Nossos rostos se aproximaram, ele acariciou meu rosto com seu polegar. Eu sentia seu cheiro de menta. Quando a porta se abre.

Era o Ezra.

Um sonho de verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora