Capítulo 11 - Ajuda, briga e susto

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- Olha só quem está aqui! A Bravinha da turma! Melody, seu nome né?

- disse Christopher todo cínico

  Eu fiquei de costas, e como estava escuro não dava pra ele me ver toda machucada.

- Pois é, sou eu mesma!

- Uma coisa eu não entendi, você nem me conhece, porque me tratou daquele jeito?

- Porque eu quis, agora me dá licença que eu tenho mais o que fazer.

  Eu ia reto, para que ele não visse meu rosto, mas na hora eu senti muita fraqueza e comecei a tossir.

  Tossir sangue. Eu precisava me apoiar em algum lugar, por isso segurei no seu pescoço.

- Meu Deus! O que aconteceu com você? - Ele me louvou para a enfermaria, sorte que não havia ninguém.

  Era uma sala grande, com paredes brancas e várias prateleiras com todo tipo de remédio, havia alguns bancos, um sofá de dois lugares (branco de couro) uma maca e uma mesa de escritório.

- Por favor, não chame ninguém! - disse

  Ele foi até uma prateleira e pegou uma maleta branca com uma cruz vermelha.

- Deixa eu colocar esse gaze no seu olho!

- Não encoste em mim! - disse brava

- Eu hein? Olha, se eu fosse você aceitava minha ajuda, porque eu acho que você não quer que os outros saibam disso!

- Tudo bem então! Mas não conte à ninguém sobre isso hein?

  Ele colocou uma gaze com algum remédio no meu olho, que estava roxo.

- Eu não sabia que você entendia dessas coisas de enfermagem!

- Pois é, ninguém sabe tudo sobre mim!

  Depois de eu ter tomado remédio e colocado um curativo no canto da minha boca, Christopher começou a me encarar:

- Então é assim que você faz pra deixar as garotas caidinhas por você?

- An? Como assim?

- Não se finja de bobo, se acha que com esse olhar eu serei mais uma das que rastejam aos seus pés está muito enganado!

- Garota do céu! Sério você não tem jeito! Eu tentei ser legal mas não dá pra ser legal com você!

- Então acostume-se, porque você terá que me aturar por um mês!

- Vai ser o pior mês da minha vida!

- Não se preocupe, eu vou fazer o impossível pra ser mesmo! - disse indo embora.

  Quem ele pensava que era pra ficar me olhando daquele jeito? Eu estava bufando de raiva, mas isso não fez com que Liza acordasse.

  Senti um peso no meu corpo, eu estava dormindo.

  Levantei mais cedo para que Liza, Piper e Anna não me vissem. Fui direto ao banheiro para ver como meu rosto estava e quase levei um susto quando me vi. O roxo do meu olho estava muito menor, parecia apenas olheira (de um olho só), e o machucado na minha boca estava minusculo.

  Tomei banho rapidinho e passei um corretivo para os dois olhos ficarem da mesma cor.

- Bom dia, Mel! O que aconteceu na sua boca? - disse Liza

- Ah, isso? Acredita que eu mandei o rosto numa árvore? Aí a casca grossa acabou arranhando meu rosto!

- Nossa hein? Isso que dá ficar olhando pra trás.

- Já são 7:50, todos já devem estar no salão esperando o ônibus sair. Vamos?

  Dessa vez nós fomos ao Borough Market, Horniman Museum, London Dugeon, Tower Bridge e a noite ao London Eye. Durante o passeio compramos algumas coisas, aí eu aproveitei pra comprar algumas guloseimas típicas de Londres.  E o resto do passeio foi legal, exceto a parte que a Madison não parava de me encarar bem feio, ela provavelmente não aceitou que o meu rosto não estivesse tão feio quanto quisesse que ficasse. Algumas pessoas perguntaram o que havia acontecido com minha boca. Ezra me derrubou da cadeira, mas eu acabei dando o troco molhando seu cabelo com suco de laranja. Liza e eu tiramos várias fotos, nos divertimos bastante.

- Liza, eu preciso te contar uma coisa! - disse

  Nessa dia nós não iríamos jantar com o rei e a rainha, apenas no final de semana. Por isso, cada um jantou em seu próprio quarto.

- Pode falar, Mel! - disse Liza secando o cabelo com a toalha

- Promete que não vai ficar brava?

- Você está me assustando, Melody. - ela parou de secar o cabelo e sentou-se na cama

- Então, ontem depois do jantar... - acabei contando tudo o que aconteceu, desde o momento Madison até enfermaria.

- Melody como você não me contou isso? Essa Madison vai se ver comigo agora!

- Não Liza! Você não pode ir!

- Como não?

- Você só vai atrapalhar as coisas! - disse isso e ela sentou-se novamente.

- Okay então, mas uma coisa eu fiquei na dúvida. Você nem agradeceu o príncipe por ele ter te ajudado?

- Eu não! Eu fiquei tão brava quando ele começou a me olhar daquele jeito, quem ele pensa que é pra achar que eu sou qualquer uma que baba por ele!

- Isso você tem razão! Mas apesar de tudo ele merece um obrigado.

- Eu não sei.

- Pensa nisso!

- Está bem, eu vou pensar. Eu vou beber água, você quer?

- Não, obrigada!

  Quando eu estava no meio do caminho que eu percebi que eu estava de pijama, ele não era feio, era fofo, calça vermelha de bolinhas e blusa com manga comprida branca com uns desenhos e pantufa - sim, eu amava pantufa, aquelas de botinha - que vergonha, agora não dava pra voltar.

  Aquela fala da Liza me deixou pensativa, o príncipe merecia um obrigada, se eu estivesse no lugar dele também gostaria. Quer saber? Eu iria agradecê-lo, amanhã, é, amanhã mesmo eu iria.

  Eu havia acabado de beber água quando eu me esbarro em alguém, e esse alguém era o Christopher. Ele estava de pijama, calça branca com listras - na vertical - azul bem claro, e uma blusa branca, seu cabelo estava desgrenhado e molhado, ele cheirava à menta.

- Eu só vim beber água, não me bata! Aliás, eu já vou indo! - disse se virando

- Espera aí! Por favor, eu queria...

- Eu não quero nem te ouvir. Me dá licença que eu tenho outras coisas pra fazer.

- Ei! - ele estava saindo quando um papel caiu do seu bolso.

  O que será que estava escrito?

Um sonho de verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora