Fugir. Precisava fugir antes que o doutor aparecesse para o próximo exame. Ou melhor para a próxima tortura. Eles faziam isso uma vez por mês, desde que a consideraram um projeto que deu errado, isso aconteceu 8 anos atrás. Eu de modo algum poderia passar pelo próximo exame. Demorou duas semanas para se recuperar do último, eles quase fritaram minha mente e estive a beira de servir tudo que eles queriam sobre uma bandeja. Meus esforços seriam em vão se não tivesse puxado aquela força e aguentado.
Durante os últimos 8 anos, estive reunindo o máximo de informação que podia sobre eles, descobri suas fraquezas e observei suas defesas. Eles me treinaram para ser uma arma assassina, mas eles falharam. Pelo menos era o que eles achavam. Meu quarto branco era como o de um hospício, onde os pacientes não podiam ter nada, pois podiam tentar se matar a qualquer momento. Não que eu já tivesse tentado me matar, sobreviver é meu lema. Mas meus amigos já tentaram, isso foi antes de todos morrerem em experimentos. Reuni a energia dentro de mim, e uma faísca azul brilhou em meu dedo. O direcionei a fechadura e ela explodiu, o guarda que ficava do lado de fora do meu quarto sacou a arma quando abri a porta. Ele não teve tempo de sequer puxar o gatilho quando disparei uma discarga elétrica em sua direção. As lâmpadas explodiram e não me permiti olhar para trás quando corri. Alarmes soaram atrás de mim, os corredores metálicos se iluminaram com as luzes dos alarmes. Havia mentalizado todas as saídas, durante os anos que se passaram.
Mas eles bloqueariam todas as saídas ao sul, eram as únicas saídas que eu conhecia. Mas se eu corresse para o oeste, chegaria a pista das naves, eu precisaria de poucos minutos para descobrir como uma das naves funcionam. Fiz uma curva a esquerda e fui surpreendida por meia dúzia de homens armados. Isso seria divertido.
Eles não podiam me matar, mas eu não me importaria em matá-los. Chutes, socos. Defesa e ataque. Eles foram bons em treinar seu próprio inimigo. Em poucos minutos todos estavam no chão, peguei um dos rifles carregados e um canivete de um dos homens. Continuei correndo, meus pulmões doíam devido ao esforço. Ainda não estava totalmente curada da última consulta. Quando cheguei a pista no subsolo, corri em direção a uma das naves e entrei. Eu tinha poucos minutos até que chegassem aqui, peguei o canivete e corte em cima da cicatriz que tinha no braço e arranquei o rastreador. O destruir com uma faísca elétrica e descobri mais ou menos como essa coisa funcionava para voar.
Mas eu sabia lidar com essas coisas, esta no meu sangue. Apertei um botão no momento que os tiros começaram, não podia deixar que quebrassem as turbinas. A nave ligou e a fenda de decolagem do complexo subterrâneo se abriu. Sorri enquanto disparava para fora do lugar onde me aprisionaram e fizeram experimentos em mim por 8 anos, sem contar os últimos 8 anos de tortura. Mas antes que pudesse comemorar algo perfurou meu ombro, senti sangue encharcar minhas roupas brancas e a dor lancinante no ombro esquerdo. Mas era suportável, eu não iria cair agora. Coloquei a nave no ar e desliguei os rastreadores. Quando digo desligar, eu quis dizer queimar ou eletrocutar.
Demorei para aprender a estabilizar essa merda no ar, mas consegui e coloquei em piloto automático para Manhattan. A nave devia suportar umas 10 pessoas no mínimo, procurei pelo kit de enfermagem e o encontrei em algo tipo um frigobar. Usei meus próprios dedos para retirar a bala, e não pude conter o grito quando a puxei. Sangue jorrou e retirei a blusa ensanguentada. Limpei o ferimento e fiz o melhor que pude para costurar, se infeccionasse eu estaria morta. Mas levando em conta que o tiro não me atingiu com tanta intensidade, eu vou sobreviver. Notei que o painel da nave mostrava três pontos verdes pouco atrás de mim, e corri até a cadeira do piloto. Assumi o controle e acionei os jatos em velocidade máxima. Fui treinada para saber me livrar de coisas desse tipo, só que não no céu. Não deve ser muito diferente.
Eu estava errada.
Em 30 minutos, não fiz nenhum progresso, os pilotos das outras naves são profissionais e eu sou uma fugitiva e piloto amadora. Que não tinha chegado perto de uma nave até duas horas atrás. Não conseguiria lidar com as coisas dessa forma, coloquei no piloto automático novamente e abri a janela do teto da nave. Me impulsionei para cima e gemi de dor, meu ombro latejada e sangrava devido ao esforço. Só me lembrei que usava apenas um sutiã e uma calça branca ensanguentada quando ja estava lá em cima.
Me equilibrei, a queda provavelmente quebraria todos os meus ossos e me mataria. Tiros soaram em minha direção e desviei de todos. Reuni minha energia eletrocinese e as correntes elétricas passaram por meu corpo. Disparei as descargas elétricas sobre as naves que explodiram, literalmente. Voltei para o interior da nave desabei no chão, o ferimento e a exposição me exauriram. Precisaria de remédios ou desmaiaria e entraria em coma. Me arrastei até a maleta e peguei alguns comprimidos que conhecia e os engoli. Me senti sonolenta minutos depois, e levando em conta que estava longe de Manhattan, deixei que a exaustão tomasse conta de mim.***
Acordei com o som de alarmes, meu ferimento parecia dormente e me levantei sonolenta. Olhei ao redor e me lembrei do que havia acontecido. Eu consegui. Fugi daquele lugar terrível. Estou livre. Corri até o painel e ele estava vermelho, isso não é nada bom. Apertei alguns botões e tentei estabilizar a nave, estava sem energia. Corri até a caixa de fios da nave disparei uma enorme discarga elétrica. Os alarmes pararam de soar. Ótimo. Mal me libertei e quase morri, maravilha.
Olhei pelo vidro e meus olhos merejaram, os prédios abaixo de mim criavam formas. Era tudo tão diferente das imagens da TV, era tudo real. Subi um pouco mais a nave e dei a volta por Manhattan, a vista por cima era deslumbrante. E pouco abaixo de onde estava, estava o complexo dos vingadores. O lugar onde meu pai estava.
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A Filha do Tony Stark
FanficAmy Rose foi tirada de sua vida quando não passava de uma criança, teve sua mãe assassinada e foi levada e tratada como um experimento pela Hidra. Mas todos pensam que ela é um experimento que fracassou. Porém América carrega um segredo, um segredo...