Capítulo 03

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-Como é? -perguntou Tony incrédulo, assim como os outros vingadores pareciam estar.

-Com esse cabelo cinza, tu podia ser filha do Thor! -disse o cara de sotoque de Sokovia.

-Meu cabelo é assim porque injetaram em mim um milhão de soros, você sabe como é! -digo o olhando com desdém.

-Quer que acreditemos em você! Está rondando o complexo a muito tempo garota. -disse o gavião-arqueiro.

-Não preciso que acreditem, só quero saber se minha mãe mentiu para ele também ou se ele me rejeitou!

-Eu posso te garantir que ele não sabia América, estou com ele a muito tempo e posso te garantir! -disse Pepper, a esposa do Tony.

-Obrigada, é melhor eu ir embora! -digo me virando e começo a andar, mas o cara com sotaque não perdeu tempo e em segundos estava na minha frente. Um aprimorado super veloz.

-Você não pode ir! -disse ele.

-Na minha hierarquia não existe ninguém a minha frente! Ou você sai ou irei quebrar suas duas pernas e o rapidinho vai ter que aprender a voar!

-Tenta, experimento fracassado! -disse ele me desafiando.

-Eu não fracasso, e se der a entender que fracassei pode ter certeza de que venci de alguma forma!

-Alguém ainda tem dúvidas de que ela é filha dele? -perguntou o Thor.

-Como saiu garota? -perguntou Bruce. O Dr. Bruce Banner. O cara verde.

-Arrombei uma fechadura, matei alguns homens e corri, roubei aquela nave e levei alguns minutos para entender como funcionava. Sempre me perguntei porque era tão fácil pra mim entender coisas sobre alta tecnologia ou engenharia elétrica.

-Ela está mentindo, é uma espiã! -disse o gavião-arqueiro.

-Clint! -chamou a mulher de cabelos vermelhos.

-Natasha, não podemos confiar! -disse Clint.

-Nos dê alguma garantia de que não está mentindo! -pediu Tony Stark. Ele não acreditava em mim.

Mas eu daria a eles uma prova, não devia ser fácil encontrar uma garota que caiu do céu e ela ainda dizia ser sua filha perdida, sequestrada pela hidra. Nem eu conseguiria acreditar se estivesse no lugar dele, eu não queria que ele me aceitasse e me enchesse de abraços...talvez eu quisesse isso. Minha vida toda fui apenas um experimento, talvez quisesse ser amada e aceita pelo que sou. Ou pelo que restou de mim.

-Eles atiraram em mim, o impacto foi reduzido porque estava a uma distância considerável, mas acertou meu ombro!

Puxei o zíper da minha blusa um pouco, mas não tanto pra deixar minhas outras cicatrizes ou meus peitos expostos, puxei um pouco a manga da blusa e mostrei o ferimento. O trabalho que fiz para tratar o ferimento não era perfeito, mas não ficou ruim e era aceitável.

-Como você conseguiu tratar e suportar a dor da queda? -perguntou a outra aprimorada, a ruiva.

-Eu não podia morrer, se morresse depois de conseguir fugir fracassaria! E digamos que sou ignorante demais para deixar que eles vençam.

-Você se lembra de onde fica o complexo deles? -perguntou o capitão.

-Não vai oferecer nem um suco, achei que ainda tivesse bons modos capitão!

-Não sabemos se é confiável ou não criança! -disse ele.

-Não acredito que vim de tão longe pra isso, mas eu já imaginava! -digo dando alguns passos para trás.

-Você não vai a lugar nenhum! -disse o cara de sotaque de Sokovia, ele colocou algemas em meus punhos.

Quando ele saiu? Mas isso não importa, eles me aceitando ou não estarei segura dos homens da hidra. Eu ganho, de uma forma ou de outra, faço minha cara de desapontamento com uma pontada de sarcasmo, o que me torna mais parecida com meu pai. Fui conduzida a uma sala cinza, com três portas interligadas a sala. Havia uma barreira, não de magia e sim de eletricidade e lasers.

-Onde é minha cela?

-Seu quarto é aquele ali, mas antes de entrar irei olhar sua bolsa! -disse Clint apontando para a porta esquerda.

-É toda sua!

Joguei minha bolsa pra ele e passei pela barreira, algo dentro de mim despertou mas o controlei. O observei vasculhar minha mochila e quando terminou ele jogou ela para mim, sorri para ele e andei em direção ao quarto.

-Olha criança, é melhor ficar no seu quarto! -Avisou Clint.

-Faço 20 anos, não sou uma criança!

Ele deu de ombros e saiu, entrei no quarto e não me surpreendi por ele ser cinza, havia uma outra porta que provavelmente dava pro banheiro, um armário, uma cama e um frigobar, abri o frigobar e estava cheio de garrafas de água. Legal. Me sentei na cama e joguei minha bolsa no chão.
Olhei pro teto e havia algumas câmeras, apontei o dedo para as câmeras, em um gesto hostil. Me levantei e abri a porta do banheiro, um chuveiro, uma pia, uma privada e produtos de higiene. Não havia câmeras ali, eu ficaria horrorizada se tivesse.
Eu não vou ficar nesse quarto. Não importa o que aquele Robin hood falsificado disse, eu morreria de tédio aqui. Abri a porta e olhei do lado de fora. Nada e ninguém. Me aproximei da barreira, a corrente magnética era intensa e eu podia sentir no sangue. Devido as grandes descargas elétricas que recebi quando era um experimento, meu poder eletromagnético é mais desenvolvido e intenso que os outros. Eu sabia que seria doloroso, mas eu queria tocar a barreira e absorve-la, queria que a eletricidade corresse por minhas veias. Mas eu não podia. Se o fizesse seria descoberta, já bastava eu ter usado esse poder no complexo da hidra. Eles provavelmente já tinham juntado as peças e descobriram o que escondi por anos.
Eles não tinham falhado. Mas também não sabiam qual soro havia funcionado. Só uma pessoa sabia. Eu.
Estiquei a mão para a barreira.

-Se eu fosse você não faria isso! -alertou alguém.

A Filha do Tony StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora