A Filha do Tony Stark

Capítulo 17

—Porque quer saber sobre isso? —Tony pergunta e se joga em um dos sofás.

—Curiosidade! Como soube que era ela?

—Porque ela sempre esteve comigo! —ele diz.

—Estou fodida! Se esse é o pré-requisito eu vou morrer sozinha. Isso é triste.

—Quanto drama! —Clint diz rindo.

—Vou começar a trabalhar, com pessoas normais! —digo mudando de assunto.

—Você vai trabalhar? Como conseguiu um emprego? —Tony pergunta.

—Eu não sou apenas o que o soro me fez, meu QI é tão alto quanto o seu! Aliás, eu consertei sua moto capitão, e fiz alguns ajustes.

—Fico feliz por ter encontrado um emprego! —Natasha diz.

—Eu estou tentando pensar como uma pessoa civilizada... —sou interrompida, pois a porta é aberta e Rhodes e outro homem de terno entram, eu já tinha visto ele, não pessoalmente é claro.

—Esse é o secretário do estado! —Rhodes diz. Sei que o que está por vir não vai me agradar.

—Porque temos a ilustre visita do secretário? —Tony pergunta.

—Fui enviado logo após uma agente da shield, senhorita Sharon Carter, alertar o conselho sobre uma nova aprimorada! —o secretário diz. Tony franze a testa.

—Essa sou eu!

—Estamos observando a algumas semanas, e o fato de que essa garota está descontrolada! Um galpão no meio de Manhattan foi explodido, e a uma hora 60 homens foram mortos a 500 metros da sede dos vingadores! O conselho quer a garota. —o secretario afirma.

—Em minha defesa os homens tentaram me matar primeiro, apenas revidei!

—Você é uma ameaça, não se importa com as vidas! É uma ameaça para si mesma. —o homem diz e me levanto.

—Eu me recuso, nunca mais irei deixar homens com poder mandarem em mim!

—Você não tem escolha! —o homem diz e me encolho.

Tony leva o homem para a sala de reunião e manda chamar os outros vingadores, saio da mansão e me sento no gramado. Quando penso que tudo está dando certo, me vem isso. Não é como se eu não soubesse, sei que sou um perigo, mas eu não machuquei ninguém inocente desde que fugi. Eu não quero machucar ninguém. Eu só vou machucar aqueles que me machucaram, aqueles que tiraram tudo de mim. Mas eles nem sequer me ouviram. Eles tentarão resolver, mas vão falhar porque nem eu mesma confio em mim mesma. E embora saiba que não vou machucar ninguém, como vou saber que não vou deixar a vingança me consumir. A não ser que eu os mostre. Me levanto e corro de volta para dentro da mansão e ando confiante até a sala de reuniões. Abro a porta decidida e vejo todos voltarem seus olhos para mim. Olho para Sharon e lhe lanço meu olhar mortal.

—Me dê dois dias, reúna o conselho e venham em dois dias! Irei lhes mostrar tudo, e se me mostrar um monstro consumido por vingança, irei com vocês sem lutar.

—Me garanta que não vai fugir! —o secretário pede.

—Tem minha palavra, mas fale ao conselho para estarem prontos para ver o que vou mostrar!

Digo e saio da sala, sigo para a ala onde Tony constrói suas armaduras e me tranco lá. Pego papéis e começo a esboçar os protótipos, como Tony possuí muitos recursos será fácil. Amasso o primeiro rascunho e o jogo no lixo, recomeço e acabo amassando o papel novamente. Dois dias é muito pouco tempo, o que eu tinha na cabeça. Construir um aparelho que frita minha mente e transmite tudo que já vivi em um painel. Merda.

—Merda!

Começo novamente, me sento no chão e começo a fazer o protótipo, quando enfim consigo um rascunho aceitável começo a análise, nem sei quanto tempo levou, ou a quanto tempo estou nisso. Logo o computador com tecnologia de ponta do tony e escaneio o protótipo, faço algumas modificações, a coisa é mais uma bagunça de fios em um sistema de bateria e um tanque d'água. O protótipo aparece em um painel holográfico e pego meu celular, disco o numero da Susan, vocês sabem a contrabandista de coisas ilegais. Continuo trabalhando no protótipo e fazendo análises, enquanto converso.

—Susan lembra de mim? A mulher que você deu de livre e espontânea vontade uma bomba...é eu te ameacei na amizade, eu não costumo usar mas eu preciso de um tanque de vidro, estilo reservatório, 4000 litros, 3 metros. É bem específico...ok...fico tendo uma dívida com você querida. Eu posso pagar, vou te mandar o endereço!

Desligo e começo a montar o protótipo, ignoro o cansaço e continuo trabalhando sem pausa. Ouço alguém tentar abrir a porta de vidro mas eu a tranquei. Não posso me distrair, preciso terminar e só então vou descobrir o que realmente sinto. Solidão, angústia, remorso. Eu estou tão confusa quanto qualquer um deles, e se eu for forjada de remorso, vou ir com eles sem lutar. É claro que só uma maluca aceitaria fritar seu próprio cérebro para provar algo, mas eu já passei por coisa pior.

46 horas horas depois

Termino o protótipo real, uso a energia do complexo e reforço com a minha, recebo uma mensagem de Susan dizendo que entregaram o tanque e saio para pegá-lo. Posso estar parecendo um zumbi mas ainda não terminei. Dispenso os caras que trouxeram e sem me esforçar carrego o tanque para dentro, ele com certeza é mil vezes mais pesado que eu. Mas minha força aprimorada aguenta. Coloco o tanque no meio da ala e começo a conectar com alguns fios, o encho com água e a deixo semi congelada. Uso o painel para fazer alguns ajustes e checar a energia na bateria que praticamente vai fritar meu cérebro, é claro que é uma coisa que tem que funcionar de primeira, se não meu cérebro vai virar água. Literalmente. E vou ficar presa em meu próprio subconsciente, isso deve ser como uma prévia do inferno. Faço alguns cálculos, considerando algumas possibilidades. Eu seria uma tola se não considerasse. De todas as infinitas possibilidades, as possibilidades de que eu falhe são consideráveis.