Capítulo 26

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—Nick Fury sabe? Ele autorizou a missão dos vingadores para aquela área mesmo sabendo disso?

—Ele acha que é algum animal, tudo aponta para o fato de o lugar estar abandonado! —Maria fala e olho melhor o painel com os registros.

Havia uma distância entre as ondas negativas e a onda de calor, quem quer que fosse sabia sobre as cobaias e mantinha distância. A onda foi emitida de uma área que eu conhecia bem, as salas do pânico. Nenhum homem de Dimitri era burro para ficar naquela área, o lugar causava terror até nos melhores soldados. As salas do pânico eram um pavimento acima da ala das cobaias, ao leste porque ao oeste ficava as salas de torturas. Há uma grande diferença entre as salas do pânico e as de tortura, eu não to afim de relembrar as diferenças entre elas. Eu suspeitava de algumas coisas, mas não falaria nada até ter certeza. E eu não queria ter certeza, se minhas suspeitas estivessem certas isso se tornaria um inferno.
Maria me entregou alguns registros para olhar. A pilha de registros que ela me deu devia ter uns 300 registros de agentes, olhei pra ela incrédula, ela apenas deu de ombros.

—Isso vai levar horas!

—É só pra olhar! —Maria retruca e bufo.

Comecei a ler os registros mas eu nem sabia o que estava procurando, horas se passaram e eu já estava cansada de olhar para essa merda de registros. Mas um registro chamou a minha atenção quando joguei tudo pro ar, era de uma mulher de cabelo castanho acobreado. Olhei melhor a foto mas estava borrada, apertei um botão em meu bracelete.

—Escanear registro nitidamente! —digo e em segundos o registro aparece em meu painel holográfico.

  Não pode ser! Agente 57, Nova Brown. Eu não conheci ela como Nova, quando a conheci ela se chamava Jessie. Ela não devia estar viva, eu a vi morrer. Mas Ross também estava vivo, quantos deles sobreviveram e estão procurando por vingança. Eu não quero saber.

—Eu sei quem é a espiã, e provavelmente quem está no complexo da hydra!

—Como tem tanta certeza? —Foster pergunta se aproximando com Hill.

—Essa garota era uma pra ser uma aprimorada, eu a conheço! Ela devia estar morta.

—América, os vingadores saíram a 1 hora! —Maria fala. Ela estava assustada.

Olhei no relógio, 8:56. Merda. Se Jessie está viva ela provavelmente tem um plano miseravelmente bom. Eu a conheci e sei que ela pode ser uma vadia ardiosa e cretina, eu era a melhor em muitas coisas, mas planejar planos sempre era o ponto forte de Jessie. Em um momento superei ela nisso, ela não gostou de ter perdido a atenção do Dimitri.

—Você tem um jato?

—Tenho! —Maria fala e dou um sorriso maléfico. Ela entendeu e saiu.

Eu posso ter dito que jamais pisaria lá novamente, mas se Jessie está lá nada além de morte espreita. Eu sei disso porque sei como é estar enlouquecida por vingança, você não se importa com quem irá machucar no processo. Você só quer vingança. E ela irá fazer tudo para me atingir. A gente supera traumas o tempo todo, eu só preciso superar esse e saber que nada irá me prender novamente. Eu sou livre.
Maria prepara o jato e pego um fuzil e um conjunto de facas de arremesso, as escondo no traje e seguro melhor o fuzil. Solto meu cabelo e passo um batom vermelho vivo enquanto me olho no vidro. Vejo Foster revirar os olhos e dou de ombros, eu preciso estar mais bonita que minha inimiga. Eu vou precisar ser mais louca e fria que ela também. Uma versão de mim mesma que queria deixar no passado. Ela vai desejar estar morta.
Entro no jato e em segundos estamos no ar, com sorte chegaremos praticamente no mesmo momento que os vingadores. Caso contrário ela irá enganá-los, e será tarde porque ela pode ser bem convincente e manipuladora, pode se passar por uma garota indefesa. Mas na verdade é uma filha da puta traiçoeira.

Horas depois

A ilha que o complexo ficava estava bem diante de mim, eu tentei conter os tremores mas não consegui. Se não conseguir conter esses malditos tremores não vou conseguir encarar aquela vaca. Eu preciso fazer isso.

—Não importa o que estiver acontecendo, é só pedir que te tiramos de lá!

—Eu não falho! —digo me levantando, pego o fuzil e caminho até a alavanca.

Puxo a alavanca e uma porta do jato se abre, olho para fora e sem pensar duas vezes pulo, até porque se parasse para pensar demais desistiria. Mantenho a calma enquanto caio, quando atinjo o chão caio de pé com uma graça felina. Arrumo meu cabelo e me vejo de frente para o complexo. Sinto olhares sobre mim e a chamo ironicamente.

—Jessie querida, apareça! Não me faça ter que te arrastar até aqui.

Olho para trás no momento em que a equipe dos vingadores aparecem, tento não demonstrar minha vulnerabilidade olhando para eles.

—O que você ta fazendo aqui América? —Sharon pergunta. Olho pra ela como se não há visse de verdade. Eles precisavam achar que eu estava fora de si. Dou um sorriso diabólico e me viro pra entrada do complexo.

—Não me faça entrar aí Jess! —chamo novamente e a entrada do complexo é aberta.

Jessie sai caminhando usando um traje preto, ela continua bonita, mas seria mais se não tentasse me copiar. Dou risada ao ver que ela ainda tenta me copiar.

—Ainda tentando me copiar? —Pergunto sorrindo.

—Se eu quisesse te copiar pegaria seu namorado, você fez isso comigo! Lembra? —ela diz sarcástica.

—É eu me lembro, mas eu não tenho namorado! Eu também tomei toda a atenção do Dimitri  para mim, lembra?

—Você tomou tudo de mim, e eu estava esperando por você! Por pouco não consigo prender todos lá dentro com as cobaias. —ela diz e estalo a língua.

—Quanto rancor, eu não tenho culpa de ter sido melhor que você!

—O Ross me amava! E ele morreu por sua causa. —Jessie fala e dou risada.

—Da primeira ou da segunda vez? A morte verdadeira realmente foi minha culpa, meti uma bala na cabeça dele. Foi adorável.

A Filha do Tony StarkOnde histórias criam vida. Descubra agora