XVI

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Acordo um pouco tonta sentindo a dor voltando um pouco menos agora

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Acordo um pouco tonta sentindo a dor voltando um pouco menos agora. Estou deitada no chão, no meio de uma floresta, minhas pernas estão erguidas e a minha frente há uma mulher de cabelos castanhos que massageava minha barriga.

- Está muito fraca... Não conseguirá expeli-lo.. Terei que tirar de outra forma, esse bebê tem que nascer.

Não consigo dizer nada, somente olho a tudo atordoada.

Onde está Zeus?

Sou trazida de volta a realidade quando sinto ela cortar minha barriga me fazendo grunhir de dor. Vendo meu sofrimento ela coloca alguma coisa em minha testa fazendo com que a dor diminuísse bastante.

Vejo-a tirar meu filho de dentro de mim o enrolando em uma manta, e em seguida coloca sua mão sobre o corte feito em minha barriga, olho curiosa pra saber o que ela fará e vejo o corte se fechando aos poucos como mágica.

Será que estou delirando?

Após fechar meu corte, coloca meu bebê em meus braços, seus cabelos eram brancos como o de Zeus, e dormia tranquilamente em meus braços.

Só então vejo que Zeus estava ao meu lado o tempo todo, porém um pouco afastado. Vou ao seu encontro me sentando ao lado de seu corpo que estava todo machucado.

- Zeus... - Passo a mão sobre seu rosto vendo seus olhos abrirem bem devagar.

- Aurora...

- Nosso bebê nasceu Zeus... E é a sua cara. - Sorrio para ele e ele faz o mesmo.

- Ele é lindo. - Sussurra sem forças.

- É uma menina... - Sinto meus olhos marejarem.

- Uma menina... - Fecha os olhos por um instante. - Minha menina. - Sorri.

- Sim... - Já estou chorando e nem percebi.

- Cuida bem dela... Da nossa semi-Deusa.

- Não sem você... Não pode nos deixar agora... Não pode.

- Aurora... Você é forte, mais forte que eu.

- Não ouse fechar os olhos! - Brigo com ele porém o choro vence.

- Eu preciso... - Sussurra. - Sabe... Eu achava que meu único objetivo seria ter o meu herdeiro, e agora vejo que estava totalmente errado... Porque a única coisa que eu sempre quis estão aqui... A minha frente...

Seus olhos fecham novamente, porém não volta a abrir dessa vez, me causando desespero, coloco o bebê deitado ao lado.

- Zeus! Não! Não! Não! - Chacoalho ele para que acorde mas ele não corresponde. - Zeus... Não faz isso... Não pode entrar e sair assim da minha vida quando bem entender...

Choro sobre seu corpo desacordado, o abraçando forte sentindo minhas lágrimas banharem seu corpo.

- Eu nem tive a chance de dizer... Eu nem tive a chance... Não pode me deixar...

Deposito um beijo delicado em seus lábios e volto a abraça-lo.

- Se tiver que ir... Tudo bem... Você já sofreu demais, tem o direito de descansar, mesmo que para sempre... Eu te amo Zeus... Eu te amo...

Fico abraçada a ele por alguns minutos fantasiando eu e ele, lembrando de tudo que se passou, e é como se eu sentisse seus braços me envolvendo aos poucos, me tocando.

Abro os olhos para ver se aquilo que sentia era real e continuo a sentir seus braços me apertarem aos poucos.

- E..eu também te amo Aurora... Não sabia disso até agora... - Ouço seu sussurro baixinho em meu ouvido me fazendo levantar para encara-lo.

- Zeus... Está aqui mesmo? Tem certeza?

- O que me diz...?

O abraço novamente, sendo correspondida pelo mesmo agora.

- Mas... Como isso é possível? Eu te vi morrer.

- Eu também não sei.

- Aquela mulher que estava aqui! A que fez o meu parto. Só pode ter sido ela! Ei! - Chamo a atenção da mulher que já estava a ir embora.

- Algum problema?

- Você quem o trouxe de volta?

- Não... Não teria como, não sou capaz de fazer isso.

- Como não... Você me curou! Fechou o corte da minha barriga, então só pode ter sido você.

- Mas eu não fechei seu corte senhora, você o fechou.

- Claro que não! Impossível, eu sou uma humana.

- Olha... Eu tenho que ir. - Ela me dá as costas e vai embora.

- Aquela mulher é louca. Só pode.

- Ou não.

- O que?

- Isso explicaria porque não morreu.

- Continuo não entendendo...

- Nix. Ela pode ter lhe dado a imortalidade, para que não perdesse o bebê, ou para que o bebê não a matasse.

- Não pode ser...

ZeusOnde histórias criam vida. Descubra agora