IV

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Acordo sentindo uma dor de cabeça absurda, além de dores em todo o meu corpo

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Acordo sentindo uma dor de cabeça absurda, além de dores em todo o meu corpo. Olho em volta ainda desorientada e me assusto ao ver de fato onde eu estava. Eu havia apagado mesmo, logo depois de torcer o meu braço e... Olhando agora para ele, eu não estava mais sentindo dor, nem parecia que eu havia torcido, e toda aquela dor aguda que sentia...

Logo me vem à mente quele homem brilhante que apareceu antes de eu desmaiar. Eu não consegui ver o seu rosto, será que era um anjo mesmo? Em todo caso, Isso não importava muito agora, precisava sair daqui, antes que alguém me visse nesse estado.

Me levanto com um pouco de dificuldade, e ao sair daquele beco imundo, consigo enfim pegar um táxi, que me leva direto para casa. Assim que entro, tiro minha roupa e vou direto para o chuveiro, só um banho bem demorado e quente poderia me fazer esquecer daquela madrugada traumatizante. Essa era a minha tentativa de tentar limpar não só o meu corpo, mas a minha alma, me esfregando como nunca, afim de tirar qualquer vestígio das mãos daquele escroto nojento que tentou se aproveitar de mim.

Após quase uma hora de banho, chequei as horas no automático, e vendo se passar das dez da manhã, me joguei na cama e logo estava envolvida em um sono profundo. Mas isso não durou muito, já que um barulho ao longe me fez despertar. Ainda lutando contra o sono, abri os olhos aos poucos, quase tendo um troço quando percebo não estar mais no meu quarto, deitada na minha cama.

Eu só podia estar drogada... Caso contrário, estava começando a pensar que realmente existia a tal realidade alternativa. Tento me levantar, sendo impedida, e vendo que uma de minhas mãos estava presa por uma espécie de corda dourada, sobre a cama, que aliás, que cama enorme. Só podia estar na casa do gigante, e logo seria sua refeição.

Passos se aproximam, e em uma tentativa falha, eu me cubro com um travesseiro que tinha por perto. Eu realmente não sabia como reagir a isso. Mas minha curiosidade é muito maior do que qualquer medo, me levando a olhar quem se fazia presente no local. Era um homem muito alto, muito alto mesmo, e forte. Ele devia ter uns dois metros fácil.

Espera... Eu conheço esse cara.

O mesmo não diz nada de imediato, apenas fica parado me olhando, então aproveito para analisa-lo também. A sua pele era pálida, literalmente da cabeça aos pés, seus cabelos, barba, sobrancelhas e até os cílios eram brancos, fora a cor dos seus olhos que eram um azul muito claro, quase que brancos também. Ele tinha um olhar forte, e parecia olhar através da minha alma de tão intenso, e como não consigo ficar calada resolvo falar.

— O que está acontecendo aqui? E quem é você? E por que eu estou amarrada?

Ele continua me olhando da mesma forma, mas dessa vez, franzindo a sobrancelha.

— Você é mudo por acaso? Eu quero sair daqui! Me solte agora.

Vejo que a expressão dele se torna fechada agora, mas não estava nem aí, quem ele pensa que é para me prender aqui afinal?!

— Olha... Se você não me soltar, ou não disser logo o que quer comigo, irei gritar, e...

— Calada! — Ele responde, com sua voz grave, que me fez estremecer de medo. Mas é claro que eu não daria o prazer de demonstrar isso.

— O que? Quem você pensa que é para...

— Eu disse pra ficar calada! — Mais uma vez ele me interrompe.

Que babaca.

A voz dele era bem grave, chegava quase a estremecer o lugar quando falou pela segunda vez.

— Calado você! Seu...

— Senhor? — De repente, alguém entra me salvando daquele olhar intenso e enfurecido.

Era uma mulher, bem alta por sinal, igual a ele.

— Fale. — Ele finalmente tira os olhos de mim levando toda a sua atenção e superioridade para ela.

— É sobre o que lhe disse a alguns dias... Sobre a possibilidade de uma humana poder gerar o seu futuro herdeiro.

Que papo é esse?

— E então?!

— A possibilidade é real, porém... A moça tem que ser pura para isso ser possível, um filho de um deus não pode ser gerado em um ventre impuro.

Pura? Do que eles estavam falando? Se bem que de pura eu tô bem longe...

— Pura?

— Sim, virgem, só assim será possível gerar um filho, senhor. — Assim que ela termina de falar ele me olha.

— O que foi? — Pergunto não entendendo nada. Ainda achando que tudo isso só podia fazer parte de uma alucinação. Eu nunca usei drogas, mas com certeza essa deve ser uma das alucinações causadas por alguma substância.

— Certo, pode ir, me deixe a sós com a humana agora.

A mulher sai do quarto sem questionar e ele volta a se aproximar, e caramba, ele parecia ficar maior a cada passo que dava em minha direção.

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