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Fazia nem dez minutos que ela havia acordado, e eu só queria que ela dormisse novamente

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Fazia nem dez minutos que ela havia acordado, e eu só queria que ela dormisse novamente. Só assim pra parar de falar tanto.

Quem ela pensa que é para falar assim comigo? Com certeza não deve estar em sã consciência, ou simplesmente não sabe quem eu sou.

— Vai me dizer agora o que estou fazendo aqui? — Ela era tão pequena, mas tão chata ao mesmo tempo. — Que eu me lembre eu deitei na minha cama e dormi. Não me lembro de ter passado a noite com você, muito menos amarrada.

— Você não cansa? — Falo já impaciente com toda aquela falação infinita.

— Do que?

— De falar. — Me sento em uma cadeira ao lado da cama onde ela estava, tentando conter a minha impaciência.

— Fala logo vai, isso é um sequestro? Se for, saiba que não tenho um centavo sequer, então nesse caso está perdendo o seu tempo.

Ela só pode ser louca.

— Eu não quero o seu dinheiro. — Levanto o olhar para encará-la. Já estava ficando farto de toda essa situação ao qual eu mesmo havia me colocado.

— Então o que quer?

— Um filho. — Respondo, recebendo uma risada sincera da mesma, como se eu tivesse acabado de contar a piada mais engraçada que já ouviu. Ela estava querendo me provocar, só pode ser isso. — Do que está rindo?

— Olha... Se é um filho que quer eu posso te levar a um orfanato, lá encontrará várias crianças e todos os tipos e idades.

— Eu quero um herdeiro, sangue do meu sangue. — O que ela pensa que eu sou para adotar um humano fraco? Ele não duraria um dia em treinamento.

— Então, nesse caso está falando com a pessoa errada, eu não quero ter filhos agora, e não é assim que funciona, eu nem te conheço, só pra começar.

— Sou Zeus, e eu te escolhi para me dar um filho.

— Zeus? Vai me dizer que é um deus grego também? — Mais uma vez ela ri, ainda desacreditada em tudo o que eu falava.

— Sim, eu sou o deus dos céus. E você? É pura?

— Ninguém é puro hoje em dia, só o pensamento que tive com você quando te vi entrar já prova isso.

— Quero saber se já se deitou com alguém.

Percebo agora ela ficar desconfortável com a minha simples pergunta. Humanos, tão complicados de entender.

— E isso muda alguma coisa?

— Claro que sim. Responda!

— Não! Satisfeito? Sou uma adulta de vinte e quatro anos que nunca fez sexo, vai em frente, pode zoar!

— Ótimo.

— Mas não vai pensando que irei fazer com você! Um maluco qualquer que se diz deus.

— Eu não penso nada, porque irá. Deveria se sentir honrada por isso.

— Você não é tão bonito assim não tá?! Engole um pouco do seu ego. E eu faço o que bem entender. É cada uma...

— Eu posso não compreender muito dos humanos... Mas sei o que é desejo, e você, humana, emana desejo.

— Você é advinha por acaso? Não estou emanando coisa alguma! Você é quem está maluco das ideias. Ou talvez eu... — Ela mexia na corda em seu braço enquanto falava, sem me dirigir o olhar.

— Não pode mentir para mim, sei quando mente. Afinal, Hermes quem presenteou a mulher com a capacidade de enganar, mais conhecido como a mentira.

— E de repente, estamos em uma aula de história. Só tenho uma coisa a dizer sobre isso; Eu odiava as aulas de história! E Para de me olhar desse jeito, estou praticamente nua se não percebeu, e mais uma coisa; Tira essa droga de corda do meu braço! Inferno!

— Quer que eu te mande para lá? — Levanto o tom de voz também, já pronto para tornar a sua última palavra realidade. Não sei onde eu estava com a cabeça quando decidi ouvir aquela ninfa maldita.

— Não estou nem ai pra você, nem para o que quer! Essa droga já está machucando o meu braço, e eu quero ir embora! — Ela já estava gritando e isso só me deixou mais irado do que já estava.

Sem exitar, avanço sobre ela, ficando com o rosto a centímetros de distância do seu, o que a fez calar a boca rapidinho.

— Só falarei isso uma vez. Não grite comigo humana... Entendeu?! — Olho bem no fundo dos seus olhos que nem piscavam, paralisados.

— Não chegue tão perto... — Ela responde, em um tom baixo, mas ainda desafiador.

— Você não me dá ordens, sou eu quem dou. — Falo mais baixo a última frase, mas ainda assim, ameaçador. Passo a mão sobre o braço dela e solto a corda que o prendia, me afastando em seguida.

— Mandarei que tragam algo para comer, está apagada a dois dias, me surpreende o quão forte você é, para falar se mexer tanto, levando em conta o seu estado. Isso é bom, quer dizer que também poderá ser forte para carregar um deus em seu ventre. — Falo saindo do quarto e fechando a porta, não dando chance de um resposta da mesma.

Ela já havia falado demais.

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