Acordei animado hoje, coloquei uma camiseta amarela e bermuda larga, sai do quarto e deixei Jeongin dormindo tranquilo. Passei pelo corredor vendo as fotos de família dos Lee, a maioria era somente de Minho e Lino. Suas personalidades são opostas ao extremo mas percebi que os gêmeos são como carne e osso, não se separam por nada. Passei silencioso pelo quarto do moreno a minha direita e o quarto do ruivo a esquerda.
Desci as escadas e preparei um café simples, era cedo, os raios começavam a pintar tudo em tons de dourado, realçando o céu azul de brigadeiro, sem nuvem alguma, e a grama verdinha e viva. Tomei o café e ouvi passos descendo as escadas, logo vendo uma cabeleira negra despontar do último degrau.
- Bom dia. - Digo sorridente, mas Lino somente me olhou e passou reto.
Tudo bem, talvez ele seja daqueles que não conversam assim que acordam. Servi o pãozinho quente num prato e o café assim que ele se sentou à mesa. Comeu em silêncio e quando terminou, se pronunciou pela primeira vez na manhã.
- Estava muito bom, obrigado.
- De nada.
Lino se levantou e caminhou até a porta dos fundos, e antes que ele saísse eu o chamei.
- O que foi?
- Posso te ajudar hoje? - Arrisquei ansioso. Ele se virou com uma sobrancelha arqueada e se encostou no batente da porta.
- Já trabalhou no campo, menino esquilo?
- Hum... não.
- Então não acho que seja uma boa ideia. - Começou a se virar para sair.
- Por favor, prometo não te atrapalhar. - Pedi chegando mais perto.
Ele revirou os olhos antes de respirar fundo e acenar com a cabeça, concordando. O segui porta a fora, sentindo a brisa gelada da manhã se infiltrar por minha blusa. Tremi um pouquinho, mas não ousei falar nada. Seguimos até o estábulo de madeira e ele me alcançou um balde de alumínio.
- É só encher de água e colocar naquele recipiente para o Min beber. - Disse e apontou para uma espécie de bacia retangular de ferro, onde fica a água para o animal tomar. Ele me explicou onde ficava a torneira e saiu.
Certo, era uma tarefa bem simples, não tinha como dar errado. Enchi o balde de água até próximo a borda, caminhei até onde Min começava a despertar tranquilamente, lhe desejei bom dia e fui até o lugar onde eu deveria pôr a água.
Mas como o destino não estava ao meu lado, acabei tropeçando no meu próprio pé e por conta do peso do balde, acabei derrubando tudo, respingando água gelada e mim e no pobre cavalo. Nossa, eu havia conseguido molhar toda a parte da frente da minha blusa, olhei para Min e eu jurava que ele estava me julgando. Eu o havia molhado inteiro também. Tudo bem, contanto que o Lino não veja, está tudo sob controle.
- Jisung! Eu disse que era para por água para ele, não o dar banho. - Veio até mim e me ajudou a levantar, pegando o balde do chão e passando a mão para retirar o excesso de água do pelo preto do animal. - Vocês estão encharcados, meu Deus. Esquilo desastrado. - Resmungou e pegou a blusa xadrez que estava amarrada em sua cintura. - Veste isso e deixa sua blusa estendida no varal para secar, não quero que fique doente.
Seu tom bravo me deu um pouquinho de medo, mas não deixei de notar sua fala, dizendo que não queria que eu ficasse doente. Isso me deixou esperançoso. Encheu o balde novamente e despejou devagar a água no recipiente de Min, fazendo um carinho nas orelhas do mesmo antes de sair.
Tirei minha camiseta e vesti sua blusa de botões xadrez, automaticamente sentindo seu perfume.
O segui novamente e percebi que o porquinho rosa já estava acordado. Me agacho até ficar em sua altura e permaneço olhando para ele, ao mesmo tempo que era fofo, era também assustador.
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𝐀 𝐚𝐥𝐦𝐚 𝐋𝐢𝐥𝐚́𝐬 - 𝐌𝐢𝐧𝐬𝐮𝐧𝐠 🌸
Romance"Os olhos são as janelas da alma" e blábláblá, era muito fácil cantarolar isso quando já se tinha achado sua alma gêmea, quando já não se sentia mais incompleto e podia descobrir nos olhos do outro a cor da sua alma. Mas Jisung, um pobre cozinheiro...