10. 𝐄𝐮 𝐧𝐚̃𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜̧𝐨 𝐯𝐨𝐜𝐞̂... 🌸

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Levanto de supetão da cama, sentindo um aperto esmagador no meu peito. Me ajoelho no chão, tentando respirar e uma lágrima desce por meu rosto. Começo a chorar desesperadamente, sem entender o motivo disso, mas é tão forte que nem meu corpo suporta e eu apoio as mãos no chão antes de cair. Logo sinto Jeongin me erguer e me pôr na cama, me abraçando fortemente e murmurando que vai ficar tudo bem. Seguro firme nele, tentando voltar para o mundo real, para ele.

Ele nos deita na cama quando digo num sussurro que meu corpo está dormente e eu não sinto nada. Tudo vira um borrão antes de meus olhos pesarem e eu não conseguir evitar me entregar a isso.

[...]

Abro meus olhos devagar ao tentar me mexer e sentir tudo tenso e dolorido. Minha garganta seca me impede de falar mas logo Jeongin aparece com um copo de água e me senta devagar na cama. Bebo tudo de uma só vez.

— Se sente melhor?  — Pergunta enquanto faz um carinho nos meus cabelos. Eu nego com a cabeça ainda sentindo algo tão ruim aqui dentro. — Fazia muito tempo que não tinha um ataque de ansiedade, Hannie. Tem algo que não me contou?

Se passaram longos minutos antes de eu conseguir encarar seus olhos amarelos e finalmente soltar o que havia acontecido desde meu passeio com ele.

— O Lino está longe desde quarta-feira. Longe fisicamente e longe emocionalmente também. Ele me afastou sem nenhum motivo, Innie. Eu não consigo entendê-lo. — Meus olhos marejam. — Mas tudo bem, eu resolvi dar espaço. Só que hoje, estou sentindo uma dor tão grande que eu sei que vem dele. Isso deve ter engatilhado o ataque. — Fungo e vejo uma figura se encostar no batente da porta. O reconheço mesmo vendo tudo borrado por conta do choro.

Tudo o que quero é brigar com ele, por me afastar, por ser desse jeito, por me fazer sentir todo o seu peso, mesmo que não seja proposital. Mas sua presença simplesmente acalmou todos os meus nervos, como uma tempestade que acabou de derrubar sua última gota, se esvaindo e clareando o céu.

— Vou estar aqui do lado. É só gritar e eu apareço. — Me abraça e deixa um beijo na minha bochecha, se levanta e passa por Lino.

Ele se senta um pouco afastado e não diz nada.

— Por que? Por que está agindo assim? Achei que estivéssemos bem. — Solta um longo suspiro e não me responde. Olha pela janela, como se procurasse a melhor resposta, e ao não encontrá-la, abaixa a cabeça e respira fundo.

Fico ressentido por não ser digno nem de uma explicação e fixo meus olhos em minhas mãos brincando com o tecido da coberta que cobre minhas pernas. Aquela sensação que parece sufocar meu peito ressurge com tudo e olho preocupado para ele, vendo uma lágrima escorrer do cantinho de seus olhos e deixar um rastro de água salgada por onde passa.

Chego mais perto, sentindo uma enorme barreira nos separar, mas tento escalá-la. Tijolo por tijolo. Apoio minha cabeça em seu ombro.

— Por que está tão triste? Eu consigo sentir esse peso que você carrega. — Ele não responde. — Conversa comigo. — Peço quase chorando.

Esse silêncio tem tanto ressentimento, tanta dor e escuridão. O abraço como consigo, sentindo meu corpo protestar. Minhas lágrimas saem sem controle, lavando sua camisa listrada.

— Fiquei preocupado com você. Vim correndo ao sentir... falta de ar. Achei que fosse você. — Diz depois de muito tempo.

Tento me levantar e cambaleio, não conseguindo controlar minhas pernas. Ele me segura antes que eu encontre o chão pela segunda vez.

— Devagar, esquilo. Não comeu o dia todo, está muito fraco. — Sussurra com carinho e eu me obrigo a firmar as pernas e me soltar dos seus braços.

𝐀 𝐚𝐥𝐦𝐚 𝐋𝐢𝐥𝐚́𝐬 - 𝐌𝐢𝐧𝐬𝐮𝐧𝐠 🌸Onde histórias criam vida. Descubra agora