;capítulo 1

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E lá estava eu, mais uma vez, em cima daquele palco feito de madeira, sentado em um banquinho com meu violão na cor preta no meu colo.

As pessoas que estavam ali me olhavam com expectativa e admiração, não era o olhar que tinham nas primeiras apresentações, de desinteresse ou curiosidade, agora existiam pessoas que vinham naquele barzinho pra me ver tocar, e de alguma maneira, aquilo preenchia uma pequena parte do grande vazio que ele deixou.

Eu sorri ladino pra eles e pude escutar algumas pessoas gritando, não eram muitas para um concerto normal, mas para um bar, definitivamente 58 pessoas eram demais para aquele cubículo.

Pigarreei tocando duas vezes no microfonr testando o som e logo comecei o discurso:

- Boa noite, hoje eu quero começar com uma musica na minha autoria. Ela pode parecer diferente das outras músicas deprimentes que já escrevi no começo, mas infelizmente essa também tem um final triste, já que todas as musicas que escrevo são dedicadas a uma só pessoa.

Eu falei, já sentindo o nó na minha garganta se formando, estava começando a ficar nervoso e agradeci quando Eijirou assoviou do outro lado do bar ao perceber meu estado. Me recompus e voltei ao meu estado.

- Essa pessoa é muito importante pra mim, como vocês, que acompanham meu trabalho, devem imaginar, e foi a única pessoa que amei em toda minha vida. Eu espero que um dia essa pessoa saiba como estou me sentindo.

Escutei alguns aplausos vindo das pessoas e sorri começando a dedilhar os acordes do violão e melodiando com a voz pra pegar o tom.

Essa eu fiz pra nós dois bebados, dançando numa festa.
De gente rica e sem graça.

Foi assim que o conheci, na festa de aniversário de minha mãe.

Parece que a velha era melhor amiga de infância da mãe dele e nada mais bonito e cliché para um reencontro se não no aniversario da outra, ne?

Eu o vi ali, de terno preto e a gravata tão mal colocada que não me aguentei e ri da sua cara fazendo questão de a ajeitar para que não passasse mais vergonha.

Ele ficou do meu lado a festa inteira, aguentou meu temperamento de merda, que supreendentemente, ele não se assustava mas sim ria como se eu estivesse dizendo alguma piada.

Me dava nos nervos quando ele começava a rir, eu lembro, mas também lembro que assim que sua risada chegava aos meus ouvidos não havia outra coisa que não pudesse pensar se não aquele som gostoso e alto.

Foi quando já estávamos fora do salão, na calçada da rua sentados, já sem o casaco do fato e a camisa aberta nos botões de cima e enquanto minha gravata estava apenas afrouxada a dele já estava em algum canto daquele mesmo salão.

Eu tinha uma garrafa de vodka qualquer que achei na mesa de bebidas e nós partilhamos a garrafa afim de beber.

Foi bêbado que ele começou a me chamar de Kacchan, ele estava falando tão embolado que acabou saindo e eu lembro de mesmo estando tão bêbado quanto ele, eu corei por ter gostado do apelido infantil.

Ele me chamou pra dançar no meio da estrada quando escutou a musica alta vindo do salão, e eu assim o fiz, peguei em sua mão e o arrastei até o meio da estrada começando a dançar colado ao seu corpo e sua cabeça encostada no meu ombro, seus olhos estavam tão bonitos sendo iluminados somente pela luz do único poste de eletricidade ligado e a lua cheia que estava naquela noite. Eu nunca esquecerei do quão bonito você estava à luz do luar, mesmo estando podre de bêbado, sinto que foi uma imagem que meu cérebro se recusou a esquecer, e agradeço por isso.

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Primeiro capítulo postado yeyyy

Esclarecer aqui pra vocês não ficarem confusos.

- A música é do jão, meu amor, meu tudo, maridinho, vidoca e etc

- Katsuki é quem vai estar narrando o tempo todo.

- Quando essas memórias aparecerem, eu não diria que ele está de todo numerando aquilo no meio do show sabe? Mas é como se as memórias apenas aparecessem na cabeça dele a cada verso, eu estou apenas detalhando.

- A cada verso vai ser um capítulo.

- Eu provavelmente não vou repetir os versos da música então talvez apenas os pule.

𝐍𝐎𝐒𝐒𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 (bkdk) Onde histórias criam vida. Descubra agora