Dia de Exaustão Part 2

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Marinette atendia as mesas com um belo sorriso no rosto, apesar de estar extremamente cansada. Estava terminando de anotar um pedido, quando ouviu um barulho de algo quebrando. Seu olhar foi em direção ao balcão, encontrando Juleka de cabeça baixa e seu chefe a encarando com raiva. Marinette se apressou e foi até o balcão.

-Sua imprestavel. Vou descontar dez porcento do teu salário. - disse o dono para Juleka.

-Senhor, por favor, não faça isso. - pediu Juleka cabisbaixa.

-Senhor, foi apenas um dos pratos antigos. - disse Marinette se colocando ao lado de juleka - Ainda tem muitos dos novos que estão guardados no estoque. Não vai fazer falta. Descontar do salario da Juleka será desnecessário.

-Calada e não me diga como devo fazer meu trabalho. Ao invés disso, volte ao seu trabalho. E você... - ele apontou para Juleka - Se não quiser perder os dez porcento, vá ao meu escritório após seu espediente.

Juleka engoliu em seco e suas mãos começaram a tremer. Ambas sabiam o que ele queria e isso abalava ambas de varias formas. Assim que ele se retirou e as deixou só, Marinette segurou as mãos de Juleka e ficou de frente para ela.

-Você não vai. - disse Marinette olhando nos olhos dela - Vai voltar para casa, comigo.

-Mas, Mari...

-Não tem "mas". Sei que precisa do dinheiro, mas não desse jeito. Você é muito inteligente e capaz de muitas coisas, para se rebaixar a isso. Alias... Por que derrubou o prato? Você nunca fez isso.

-Ele...Ele passou...a mão...na mi-minha...

Soltando as mãos de Marinette, Juleka abraçou seu proprio corpo, incapaz de prosseguir. Marinette sentiu um misto de raiva, tristeza, desprezo, e enjoo dentro de si. Com carinho, Marinette puxou Juleka para seus braços e a abraçou.

-Eu entendi. Não pense mais nisso. V-Vamos trabalhar. Para ocupar a mente.

Juleka assentiu e juntas elas recolheram os cacos de vidro do prato que havia se estilhaçado. Enquanto pegava um dos cacos, Marinette se deu conta de que o bandaid que Adrien havia colocado em sua mão ainda estava lá. Sorriu e corou com a lembrança dele beijando aquele local. Uma outra memoria se acionou em sua mente.

Mãos ageis e gentis, que seguravam a sua mão, e a levavam até lábios macios e atraentes. Aqueles labios beijou as costas de sua mão e ali, uma promessa foi selada.

-Marinette! - disse Marinette em voz alta, a tirando de seu transe.

-Perdão. Me distrai. O que estava dizendo?

-Tem uma mesa chamando. Pode deixar que eu cuido daqui.

-Certo. Cuidado para não se cortar.

Marinette lhe entregou os cacos e se ergueu, indo em direção as mesas. Assim que ergueu seus olhos, viu uma mão estendida. Ela parou, assim que viu a quem pertencia aquela mão. Ele não sorriu, nem fez expressão alguma, apenas abaixou a mão. Marinette caminhou até ele tentando se manter calma.

-O que gostaria? - questionou ela.

-Gostaria de falar com a minha filha. - disse Tom sem rodeios.

Marinette olhou em volta para se certificar de que ninguém estaria ouvindo.

-O que o senhor está fazendo aqui? - questionou Marinette em um sussurro - Nós temos um acordo.

-Um acordo ao qual você não está cumprindo. Mandei Nathaniel te buscar, e você não foi.

-Eu disse que iria em breve.

-Conheço muito bem o seu "breve". Iria me deixar esperando por um longo tempo.

Dança das FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora