Dança das Flores

Não Mais Seu

Marinette se quer conseguia ouvir o som de seu coração bater dentro do peito. A atendente parou atrás dela e a segurou pelo braço.

-Você não pode ir entrando assim... - disse ela para Marinette até que Tom a interrompeu.

-Está tudo bem, senhora Piance. - disse ele - Ela tem acesso liberado. Julian, poderia nos dar licença por favor.

-Sim senhor. - disse o homem que se sentava diante da mesa.

Julian se ergueu e se retirou da sala junto com a secretária. Assim que as portas se fecharam, Tom se sentou em sua cadeira e observou Marinette com atenção.

-Então mudou de ideia sobre o contrato? - questionou ele.

-Ainda acho que o senhor estará em vantagem com esse acordo. Eu assino o contrato, mas ele tem que ser refeito.

-Refeito? De que modo?

-Primeiro...eu só aceito me casa com alguém que o senhor escolher, se pagar todos os tratamentos e a cirurgia da mamãe.

-Sua mãe?

-Ela precisa de uma cirurgia. - declarou ela com tristeza - E precisa logo.

-Tudo bem. Eu pago o tratamento e a cirurgia da Sabine. - concordou ele.

-Segundo... Quero tempo para conhecer meu futuro marido. Não quero me casar um mês depois de conhecê-lo, como se o conhecesse a vida toda. Terceiro...quero continuar com o nome da minha mãe.

-Tudo bem. Mas você vai ter que voltar a morar na mansão.

-Certo. - concordou ela sem pensar duas vezes.

-São suas únicas exigências? - questionou ele.

-Me mande o contrato por e-mail e eu mesma vou refazer. Depois te mando e o senhor me diz se está afavor.

-Está consciente de que se eu não for afavor do que colocar no contrato, e você decidir não assinar...sua mãe vai ficar sem o tratamento e sem a cirurgia.

-Tenho um plano B. E antes que pergunte...tem haver com sujar e muito o nome da família, e me rebaixar além do que você jamais imaginaria.

Olhar de Marinette era voraz. Um olhar que fazia qualquer um temer e tremer. Um olhar que Tom só havia visto uma vez, e do mesmo modo, naquele momento, havia se surpreendido.

Marinette lhe deu as costas e saiu da sala. Assim que saiu do prédio, se deparou com Nathaniel encostado em seu carro. Quando a viu, foi até ela apressado.

-Está tudo bem? O que aconteceu? - questionou ele ao se aproximar.

-Estou bem. - disse Marinette passando por ele.

-Tem certeza? Você me ligou e depois desligou na minha cara sem dizer nada. O que aconteceu?

-A minha mãe precisa de uma cirurgia. - declarou se virando para o ruivo - Só vim avisar ao seu chefe.

-Mari... - ele suspirou - Sabe que é uma péssima mentirosa. Mas, se não quer me contar, não vou te forçar. Vem, vou te levar para casa.

-Eu tenho que voltar para o hospital.

-Tudo bem. Te deixo lá.

Nathaniel a levou até o carro e logo após dirigiu para o hospital. No banco do carona, Marinette sentiu seu celular vibrar, e ao olhar para a tela dele, viu o nome e a foto de Adrien. Com tristeza, ela colocou no silencioso. Nathaniel a olhou confuso, já que ela nunca ignorava uma ligação. Alguma coisa estava acontecendo com sua amiga, e isso o preocupava. Chegando no hospital, ambos entraram. Sabine  continuava dormindo, em um sono tranquilo, enquanto Marinette a observava com atenção sem demonstrar o que se passava em sua mente ou o que sentia. Na realidade, nem mesmo a própria Marinette conseguia dizer o que estava sentindo. Era como caminhar no vazio, sem saber aonde está, de onde veio e para onde vai.