Capítulo 10 - Gui

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♪Leia Escutando: Rihanna - We found love♪


Mais um dia cansativo e entediante parece se estender a minha frente, problemas corriqueiros do bar, dor de cabeça com as questões familiares e tantas outras coisas se amontoam em meus ombros

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Mais um dia cansativo e entediante parece se estender a minha frente, problemas corriqueiros do bar, dor de cabeça com as questões familiares e tantas outras coisas se amontoam em meus ombros. São tantas que eu já nem me reconhece mais diante de quem eu já fui um dia. Acredito que pressão chegou a um ponto crítico e que mais do que nunca preciso dar um jeito em tudo isso.

Mas será que eu consigo?

Corri de casa o mais cedo possível, não aguentava mais as lamentações intermináveis da Paula em relação ao seu casamento que foi desfeito, como se alguém tivesse culpa que seu marido é um babaca de marca maior e um abusador. Além disso, ainda tem o clima estranho entre Débora e Isabel que parecem cada dia mais distantes, nem os meus conselhos pareceram adiantar. O único que parece normal, ou mais normal possível, é o Luiz. O problema é que esse é igual criança, quando está muito quieto é porque está aprontando alguma coisa. Só não sei o que é ainda.

Então para não descontar minhas frustrações em nenhum deles é que resolvo passar maior parte do meu tempo no trabalho. Estou concentrado nas últimas atualizações do estoque quando ouço a porta do bar abrir e alguém entrar. Fico preocupado, pois, imagino que não seja nenhum dos meus funcionários que a essa hora, ainda estão dormindo depois da última noite agitada.

Saio dos escritórios e vejo um homem parado observando o lugar com cuidado, meu primeiro pensamento é de que possa ser algum cliente desavisado que pensou que já estejamos funcionando, mas quando ele se vira em mim direção percebo que estou totalmente enganado.

O olhar afiado e o sorriso torto são inconfundíveis, mesmo com algumas tatuagens a mais da última vez que o vi não poderia confundi-lo nem mesmo em meio a uma multidão. O cabelo parece mais cerrado, mais a camiseta preta ajustada ao seu corpo mostra que ele ainda mantém o físico musculoso de antes. Ele gira entre os dedos o pingente dourado presa a corrente de ouro em seu pescoço, uma mania que ele ainda não perdeu. Antônio está parado entre as mesas do bar na mesma pose confiante que eu costumava vê-lo quando ainda "trabalhava" para ele, pode se dizer que ele é quase uma caricatura desses mafiosos latinos de filmes americanos.

Seus olhos me encontram e ele nem se esforça para me lançar um sorriso descarado, mesmo sabendo que eu não estaria nem um pouco contente de encontrar com ele. O desgraçado sabe que sua presença é incomoda, mas nem isso o abala.

— O que você fez com esse lugar é incrível. — ele diz admirando a decoração. — Em pensar que isso aqui não passava de um pulgueiro.

— O que está fazendo aqui, Antônio? — pergunto ainda rígido no mesmo lugar.

— Ora, isso é jeito de receber um velho conhecido. — diz se aproximando. — Onde estão os bons costumes.

— Não acredito que esse teatrinho seja necessário. — respondo irritado, mas tudo que isso faz é arrancar um sorriso ainda maior dele.

Ao Nascer do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora