Se você se encantou, sofreu e se emocionou com a história de Mike e Arthur, agora irá se apaixonar também pelas aventuras de Nick e Guilherme.
Este livro é um Spin Off de Os Residentes.
Um busca o amor desesperadamente.
O outro foge dele com todas a...
♪Leia Escutando: Ariana Grande - Love Me Harder (feat. The Weeknd)♪
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Minhas mãos estão geladas com o ar condicionado dessa sala na temperatura mais baixa possível, eu as esfrego numa tentativa falha de me esquentar. Estou sentado na mesma cadeira que estive ontem, a diferença é que agora meu sogro está sentado ao meu lado com uma postura invejável e não me sinto mais tão intimidado pelo policial que me trouxe aqui.
O homem barbudo está sentado na minha frente com uma pasta recheada de papéis que ele folheia atentamente, seu rosto me parece concentrado na leitura e se eu já não tivesse sido orientado pelo Sr. Reis que essa era só mais uma tática de intimidação da polícia provavelmente acreditaria que tudo aquilo ali seriam provas do caso da morte do Roger. A minha sorte era ter um advogado, e sogro, muito experiente que conhecia cada artimanha deles.
— Nós vamos terminar isso hoje ainda, Raul? — ele perguntou impaciente apontando para o relógio. — Ou você continuar com esse teatro por muito tempo ainda?
— Não se esqueça que eu sou a autoridade aqui, Augusto. — o homem disse com um olhar de raiva para meu sogro, os dois pareciam estar numa queda de braço para ver quem intimida mais o outro.
— Disso eu não tenho dúvidas, mas o nosso tempo é curto e não quero desperdiçá-lo. — o Sr. Reis retrucou sem se importar com a irritação do outro.
A sala acinzentada me dá uma impressão de estar em uma dessas séries de investigação americana, só falta o espelho falso na parede para completar minha fantasia de que estou em episódio de Lei e Ordem. O policial parece ter finalmente encontrado o que procurava, seus olhos se voltam para mim, me analisando por completo.
— Sr. Campos, poderia me contar da onde conhece a vítima? — Raul perguntou.
— Pode me chamar de Guilherme ou só de Gui... — nem terminei a frase, pois o cotovelo do meu sogro atingiu minha costela e quando olhei para o lado ele sacudia a cabeça em negação, repreendendo o meu comentário e me lembrando de que tínhamos combinado que eu não daria brechas para o interrogador. — Bom, ele e a minha irmã foram casados por alguns anos. — respondi como deveria.
— E como era o relacionamento dos dois? — ele perguntou.
— Roger era um homem agressivo, principalmente quando bebia. — respondi.
— E quando os dois brigavam...
— Não eram brigas, eram agressões. — interrompi sua pergunta para corrigi-lo.
— Quando eles brigavam você costumava tomar alguma atitude? — ele completou fingindo não ouvir o que eu disse.
— Por diversas vezes precisei socorrer a minha irmã dele, inclusive na última vez ela foi parar no hospital. — disse encarrando seus olhos firmemente, sei que ele está tentando me provocar e me fazer falar as coisas erradas. — Vocês o prenderam, mas ele não ficou atrás das grades por muito tempo.
