Scar Tissue - ObiSaku

Sozinha

Oioi gente, como vocês estão?

Cap meio complicado — para mim —, mas feito com carinho. Espero que gostem.
Peço, por favor, leiam as notas finais.
E como eu sempre digo que betas precisam de betas, PRECISO ANUNCIAR QUE AGORA ST TEM BETA.
Esta maravilha aqui está sendo betada pela lindissima e maravilhosa da @Agatha_Lis
Obrigada por toda sua ajuda, surto e apoio, amiga. Ter você como beta aqui é muito especial p mim. Você é um anjo na minha vida. <3

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Sakura

Seguimos todo o restante do caminho até Konoha em um silêncio desconfortável, até mesmo as crianças pareceram notar algo e mantiveram-se calados. Haru era a única que vez ou outra trocava olhares, aparentemente preocupados, comigo.

Eu estava tentando não demonstrar o que sentia verdadeiramente, buscava manter meus olhos focados no caminho e minha expressão serena, porém, ter o Uchiha tão próximo a mim fazia com que eu mesma me traísse e desviasse meu olhar vez ou outra para si. Ele mantinha-se inerte a tudo ao seu redor e suspeito que ele nem estava prestando atenção no caminho à frente.

Nós chegamos a Konoha junto ao nascer do sol. Senti um alívio indescritível por finalmente poder estar em casa, o ar aqui era diferente e me fazia muito melhor, sem contar que eu poderia colocar para fora tudo que estava sentindo. Eu não podia excluir da minha mente tudo que ouvi de Obito, o que era sufocante demais.

Após passar pelos grandes portões e cumprimentar os ninjas que estavam em seus postos na entrada, caminhamos lentamente, parecendo contar os passos. Todos íamos em direção ao mesmo caminho, porém, antes de chegar à metade, os meninos se despediram; eles moravam ao leste da vila. Então foi onde tudo piorou, o silêncio entre eu e Obito ficou ainda pior, e se não fosse o barulho de nossos passos sobre o chão, seria possível ouvir até mesmo nossas respirações.

Eu estava contando os minutos para chegar em casa. Aquela situação não era nada agradável.

— Sakura? — Ouvi sua voz grossa e baixa me chamar, e meu coração acelerou por um momento.

Não o respondi, apenas depositei meus olhos espantados sobre ele. Após um longo suspiro, Obito colocou-se a falar:

— Eu não quero que fique esse clima estranho entre a gente. É como se eu não conseguisse mais imaginar uma vida em que você não faça parte, mesmo que como amiga — deu uma longa pausa. — Eu sei que já disse antes, mas direi novamente: você me faz bem, e desculpe se estou sendo egoísta, mas eu não quero ter que vê-la longe de mim.

Eu não entendia. Não fazia sentido. Se ele me queria por perto, por que me afastar quando estávamos cada vez mais íntimos?

Talvez fosse tudo culpa minha, por confundir as coisas mesmo... Eu tinha confundido o que era amizade e o que era desejo, ou melhor, não soube separar, mas mantinha-me na esperança de que não fui apenas eu que pensei dessa forma. Eu tinha certeza que Obito acabou deixando-se levar por algum tipo de sentimento a mais; seus olhos, seus toques, sua voz... Tudo me dizia que sim.

— Eu não vou me afastar de você — respondi. — Nem quero, aliás. Eu só preciso desse tempo, entende? Eu só quero pensar um pouco.

Obito parou e se colocou à minha frente. Dessa vez ele não me tocou, ficou apenas olhando-me, parecendo buscar algo em meu rosto.

— Obrigado por tudo que tem feito por mim, Sakura — falou e sem querer minha mente viajou até Sasuke.

— Não tem pelo o que agradecer.

Seu sorriso foi gentil e transmitiu bem mais que gentileza, era como uma confirmação de que estávamos bem.

Tornamos a caminhar, mantendo o silêncio que agora parecia mais agradável. Eu observava as portas dos comércios sendo levantadas e a mínima movimentação de pessoas nas ruas. Os raios solares ganhavam força e iluminavam ainda mais o dia.