Capítulo 14

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Alex apareceu na janela pegando nas cortinas, então, ao fechar um lado me viu do outro lado da rua e aproximou o rosto da janela, provavelmente tentando me identificar melhor. Abri um sorrisinho e fiz um cumprimido com a mão. Eu espero que ele não veja meu rosto direito, meus olhos ainda devem estar vermelhos por ter chorado. Ele olhou para trás, depois para mim, e fez sinal para eu esperar. Todos os outros cômodos já estavam apagados. Alex saiu da janela e apareceu depois de alguns minutos com uma corda. Olhei incrédulo e atravessei a rua.

- O que você tá fazendo? - Perguntei tentando sussurrar, porém alto suficiente para ele ouvir do segundo andar. Alex saiu, sentando nas telhas em frente à sua janela, então jogando a corda.

- Meu tio já está dormindo, não posso abrir a porta.

- Você não espera que eu...

- Eu vou te dar suporte! Segura minha mão!

Ri nervosamente, olhando para os lados. Todas as casas estavam apagadas. Eu não acredito que eu vou fazer isso. Olhei para Alexander com a mão estendida pra mim e um sorriso quase eufórico pela expectativa. Segurei a corda e comecei a subir sem jeito pela parede. Meu coração estava extremamente acelerado e meus músculos tensionados. Olhei para o chão que não estava tão longe, mas parecia estar metros profundos da minha perspectiva. Percebi que olhar para baixo é um erro então foquei em tentar subir. Depois de uns dois passos puxando todo o meu peso alcancei a mão de Alex e a segurei como se minha vida dependesse disso. Ele me puxou e me joguei sobre as telhas, deixando minhas pernas pra fora.

- Puta merda!

Eu disse respirando fundo. Eu não acredito no que eu acabei de fazer. Definitivamente abrir a porta era mais sutil do que isso! Alex ria ao meu lado, ainda segurando minha mão com força.

- Você tá bem?

- Sim, deixa só...

Puxei meu fôlego e forcei meu corpo para cima, me apoiando na mão de Alex. Finalmente eu estava em cima. Me joguei na parede atrás de mim, sentado com a respiração pesada. Ele se sentou ao meu lado, segurando o som da risada.

- 17 anos escalando uma árvore pra chegar no meu quarto e nunca me senti tão perto da morte na minha vida inteira.

Ele começou a ficar um pouco sem fôlego pela risada, se curvando pra frente e puxando minha mão, que ele ainda segurava, para seu rosto, possivelmente por reflexo. Ele tentava falar mas não conseguia, então respirou fundo e se apoiou na parede sorrindo.

- Eu não tinha idéia se ia funcionar.

- Você nunca fez isso antes? - Alex negou com a cabeça olhando pra mim meio brincalhão. - Isso podia ter dado tãaaaaao errado! Meu Deus, Alex!

- Mas não deu! Você está aqui.

Soltei sua mão e dei um empurrãozinho de leve nele, sem conseguir segurar um sorriso involuntário.

- Enfim, o que faz acordado a uma hora dessas?

- Eu que o pergunto! Você estava no morro às 1h da manhã?

- Não, eu estava indo pra lá, mas achei Ally e Jay no caminho. Eu estava com eles.

- Hmm, menos mal. Eu sei que Raiser Town é minúscula, mas nenhum lugar é seguro essas horas, você não deveria sair assim.

- Desculpa, senhor super protetor. - Disse um pouco debochado.

- É sério Ben, se quiser ir à algum lugar tão tarde você pode me chamar. - Olhei pra ele mais sério, por algum motivo eu gostei de ter ouvido isso, mesmo que eu não fosse querer incomodar chamando ele a uma hora dessas. Ele corou um pouco e olhou pra baixo. Alex está com uma camisa cinza larga com um desenho de um OVNI e calças com o mesmo desenho repetido em um padrão como pijama. - Ou chamar alguém, sei lá...

His Words (Yaoi)Onde histórias criam vida. Descubra agora