Prisioneira

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Inglaterra, Londres, Casa do Justin, 18 de dezembro, dias atuais.

A NOITE PLENA caía sobre a cidade, chamando Justin para sair e brincar. Para saborear as delícias encontradas na escuridão, só que...

Ele desviou o olhar da janela e o focalizou sobre a mulher que havia amarrado às colunas de sua cama. Os braços estavam abertos e estendidos e o corpo descansava sobre alguns travesseiros e a madeira entalhada de sua cabeceira. Suas nádegas, fartas e deliciosamente macias sob suas mãos quando ele a trouxera até o quarto, repousavam sobre o colchão.

Talvez tenha a deixado confortável demais, pensou. Talvez um pouco mais de punição lhe refrearia a língua afiada que o havia surpreendido na noite anterior. Ou, talvez, seja um pouco de cortesia profissional, pensou com um sorriso, recordando-se de suas palavras.

Não podia lhe ver o rosto, visto que a posição inclinada da cabeça havia jogado os cabelos castanhos sobre ele, ocultando-lhe a maior parte das feições. Um pedacinho do nariz aristocrático aparecia entre as madeixas, assim como era possível lhe vislumbrar um pouquinho dos lábios fartos, ainda brilhando com o que quer que as mulheres passem nos lábios nos dias de hoje.

Mas, o que ele não conseguia enxergar ainda estava claro na sua lembrança. Olhos verde-esmeralda que revelavam inteligência aguçada. Faces coradas e cheias de vida. Sua boca novamente, cheia e ágil ao ousar desafiá-lo.

Ele imaginou silenciar aquela boca com seus lábios e a necessidade o atingiu com força, despertando o desejo. Provocando uma excitação humana que há muito tempo não sentia.

Inspirando profundamente, cerrou as mãos ao lado do corpo e se indagou o que ela havia despertado dentro dele. Tentou imaginar como faria para satisfazer aquela necessidade sem perder um pouco de si. Apesar de tudo que já fizera nos muitos anos de sua existência, ainda se considerava um homem de fibra moral.

Então, por que a sequestrou? Perguntou a sua voz interior.

A verdade era que não sabia o que responder.

Nos milênios de sua vida de morto-vivo, jamais havia tomado uma mulher à força, sexualmente falando, ou não. Alimentar-se após o ato. Ele considerava isso um pagamento pelo prazer que dava às suas conquistas.

Possuir alguém movido pela raiva, ou controlar pessoas, normalmente não era do seu feitio.

Neste caso, o que planeja fazer com ela agora? Sua voz interior — sua consciência enferrujada, ele se deu conta — perguntou com maior insistência.

Mas, antes que tivesse a chance de considerar mais a fundo a questão, notou um ligeiro movimento da cabeça da moça. Ela caiu para frente antes de se jogar violentamente para trás, o movimento súbito afastando-lhe os cabelos do rosto.

Ela gemeu e sacudiu a cabeça, tentando se livrar do torpor que tomara conta do corpo dela quando ele se alimentara.

Justin caminhou até a beirada da cama e ansiosamente aguardou o instante em que a consciência lhe retornaria por completo. Preparando-se para quando ela o visse novamente, para a reação dela.

Como seria poder ver o prazer tomar conta daquele olhar?

A cabeça dela inclinou-se para o lado antes de pressenti-lo e olhar na direção dele. Seus olhos verde-esmeralda — como uma densa selva, ele decidiu — estavam desfocados a principio, mas logo se fixaram nele. Depois, o olhar se desviou para cada um de seus próprios pulsos.

Ela os puxou, mas ele havia feito um bom trabalho ao prendê-la com as amarras macias que confeccionara de um de seus robes de seda.

— Então é isso que planeja fazer? Manter-me aqui como o seu bufê pessoal?

Como fizera na noite anterior, ela colocou um sorriso nos lábios dele com sua ousadia. Naquele instante, Justin decidiu que o que queria mais do que qualquer outra coisa era ver até onde iria a ousadia dela.

Caminhando até a cama, sentou-se na beirada e levou a mão à face da moça.

— Um bufê? Não pensei que fosse tão prosaica.

Lena passou os olhos pelo enorme quarto, luxuosamente mobiliado e decorado. Não havia nada de prosaico naquele lugar. Ele havia sido claramente projetado para prazeres decadentes.

— Bem, se não sou o jantar...

Um sorriso apareceu nos lábios dele, e, como ela havia pensado no dia anterior, o sorriso dele era devastador. É claro que pensar deste jeito a fazia se perguntar se não estaria louca, ou sob algum tipo de feitiço vampiresco, considerando que ele a havia amarrado à cama e já havia feito dela uma refeição.

— Sou a sobremesa? — perguntou perplexa. — É isso que faz com as suas visitas?

O sorriso se evaporou mais rápido do que o orvalho na manhã, e Justin afastou a mão.

— Não tenho muitas visitas.

Lena lembrou-se de algo que aprendera em uma aula que tivera, anos atrás — estabeleça uma conexão com o seu captor. Faça com que ele a veja como uma pessoa, e não um objeto.

— Neste caso, suponho que peça muita comida para viagem. — ela disse, torcendo para que o humor alcançasse qualquer vestígio de humanidade que ele pudesse ter dentro de si.

Um dos cantos da boca inclinou-se para cima.

— Parecemos estar usando um bocado de eufemismos para falar de minhas necessidades.

— Suas necessidades? Está falando de sugar o sangue, não está?

Ele lhe acariciou a face novamente.

— Acha que isso é tudo de que preciso? — questionou, estranhamente calmo.

— É um vampiro, não é? — perguntou Lena, embora ainda estivesse tentando aceitar o fato de que vampiros, de fato, existiam.

Em resposta, ele lhe desenhou o contorno dos lábios com o polegar e, ao fazê-lo, o ardor espalhou-se a partir daquele ponto, despertando-lhe o corpo. À medida que o calor começou a dominá-la, seus mamilos foram se enrijecendo de expectativa e o desejo explodiu no seu íntimo, arrancando um gemido áspero de sua garganta.

Os lábios de sua intimidade se intumesceram de excitação. Dentro de si, um vazio se formou, implorando para ser preenchido.

— Um homem não vive apenas de pão. — disse Justin, fazendo-a inspirar profundamente.

Seu desejo era tão intenso que chegava a ser doloroso. Ela cerrou com força as coxas, lutando contra o desejo. Resistindo a ele, se deu conta, ao lhe observar o olhar sombrio.

— É isso que oferece a todas as suas conquistas?

— Eu lhes ofereço contentamento.

O tom da voz dele era baixo, despertando para a vida os centros de prazer do corpo dela. Eles estavam vibrando de prazer.

— Posso lhe dar satisfação. — ele continuou, fazendo-a estremecer em curiosidade.

A respiração de Lena ficou ofegante de desejo. Estava encharcada entre as pernas, todas as partes íntimas intumescidas e ansiando para serem tocadas. Uma carícia para aliviar a dolorosa tensão.

— Apenas me peça para tocá-la.

— Não.

Ela puxou as amarras e se contorceu sobre a cama, mas isso de nada adiantou.

Faça-o perceber que não é um objeto, lembrou-se.

— Por que está fazendo isso, Justin? Não fiz nada para você.

Ele abruptamente levantou-se do lado dela, caminhou furioso de um lado para o outro por alguns instantes, antes de voltar para a beirada da cama.

— Por quê? Precisa haver um por quê?

Mesmo ao batalhar contra a paixão que lhe contorcia o corpo, Lena se deu conta de que esta era uma pergunta que ele havia se feito inúmeras vezes. Se ia se tornar o vale-refeição de Justin, queria escutar a resposta à tal pergunta.

— Tem de haver um motivo para ser como é, Justin.

Me Ame Intensamente |Justin Bieber|Onde histórias criam vida. Descubra agora