Vampiro?

472 28 3
                                    

Inglaterra, Londres, Casa do Justin, 18 de dezembro, dias atuais.

ASSIM QUE ENTRARAM, ele bateu a porta atrás de si e virou-se para ela.

Sem a brisa que soprava, um aroma ligeiramente azedo tomava conta do ar ao redor dela. Ele franziu o nariz e apontou para o traje de Papai Noel.

— Tire isso. — ordenou.

As mãos dela se cerraram ao lado do corpo e, mais uma vez, ele sentiu o cabo de guerra do poder entre os dois, quando ela o desafiou.

— Interessante. — desdenhou Justin.

Ele deu um passo adiante e levou a mão ao pescoço do traje de Papai Noel, onde encontrou a aba do zíper. Quando as costas de sua mão alisaram a camiseta preta sob o traje, o corpo dela estremeceu.

— Não me diga que é virgem? — ele disse, puxando para baixo lentamente o zíper da fantasia, revelando as curvas fartas dos seios sob o tecido apertado.

Ele subitamente sentiu uma vontade irresistível de tocar aqueles seios, mas se conteve.

Antes do prazer viria a punição pelo modo como ela o havia desafiado.

Para a sua contínua surpresa, ela inclinou a cabeça.

— Só porque não sou virgem não significa que não seja casta. Não gosto de ser apalpada por tipos como você. — retrucou, com apenas um ligeiro nó na voz para dar algum indício de seu desconforto.

Justin riu ao abrir por inteiro o fecho da parte de cima da fantasia de Papai Noel.

— Tipos como eu?

— Não vai se sair bem disso. — ameaçou.

Ele riu novamente, divertindo-se com a coragem dela.

— E quem vai me impedir?

Ele ergueu a mão, e mais uma vez teve de lutar contra a vontade de lhe tocar os seios. O desejo humano o deixava perplexo. Já fazia muito tempo desde a última vez em que o sentira. Em vez de se entregar a ele, levou a mão à face dela e inclinou-se para perto, até que seu nariz estivesse quase encostando no dela.

— Quem irá me impedir? — repetiu baixo, sua voz soando desafiadora. —Você?

— É, eu.

A voz da mulher explodiu de encontro aos lábios dele, sua respiração quente e tentadora.

Uma gargalhada áspera escapou dele desta vez, ao enfrentar o olhar dela.

— E, como irá...

— Existem leis! — o interrompeu.

— E suponho que conheça tais leis. — ele disse, descendo a mão, mas não para os seios dela.

Em vez disso, enfiou-a sob o tecido que cobria o ombro da mulher. Com um empurrão brusco, jogou no assoalho de tacos o ofensivo traje de Papai Noel.

— Sou advogada. — ela disse, tentando lhe segurar a mão quando ele a moveu na direção do cordão em sua cintura.

A risada dele, desta vez, foi mordaz e incontida.

— Uma advogada. Dizem que não há muita diferença entre nós dois.

Suas sobrancelhas se curvaram mais uma vez antes dela indagar pensativa.

— E por que diz isso?

Ele libertou o demônio, transformando-se em vampiro.

— Porque somos os dois, sanguessugas, não somos? — ao falar, sua voz tinha traços do rosnar baixinho da besta que desatrelara.

O sangue fugiu das faces de Lena, provocando um arrepio de medo ao examinar o demônio que se encontrava diante dela.

O castanho claro de suas pupilas havia desaparecido, substituído por um sinistro brilho de néon castanho-avermelhado. Caninos longos e de aparência letal saíam de trás dos lábios cheios, estendendo-se sobre o lábio inferior.

Ela havia pousado a mão sobre as dele, quando ele as posicionou sobre o nó do cordão do traje. Agora, sabia que o frio de sua pele não se devia ao clima lá fora.

E, depois, tentou se convencer de que estava sonhando ou tendo alucinações. Vampiros não existiam. Fechando os olhos, ela esforçou-se para despertar, mas, ao abrir os olhos novamente, tudo continuava como antes. Era tudo real demais.

— Neste caso, acho que me deve um pouco de cortesia profissional. — disse, contendo o seu medo e reunindo até os últimos vestígios de sua coragem.

As mãos repousando sob as dela se sobressaltaram. Ele deu um passo atrás para lhe examinar o rosto. Erguendo uma das fartas sobrancelhas escuras.

— Cortesia profissional? — indagou, curioso.

— De um sanguessuga para outro. Concorda?

A gargalhada que irrompeu dele foi tão espontânea e copiosa que ele jogou a cabeça para trás. Seu corpo estremeceu com ela.

Humor humano, ela pensou, notando que a risada não possuía o mesmo rosnar animal que ela havia escutado antes. Quando ele a olhou novamente, Lena teve suas suspeitas confirmadas. Todo e qualquer traço do vampiro havia desaparecido e o que restava eram as belas feições que haviam lhe chamado a atenção no dia anterior.

— Você é... intrigante.

— Solte-me. — ela pediu novamente, sentindo a força do mesmo poder que a compelira a largar o sino e a segui-lo, independente do quanto havia tentado resistir.

— Eu acho que não.

Sob as mãos dela, dedos ágeis desfizeram o nó do cordão, e afrouxaram a cintura até que as calças caírem aos pés de Lena, deixando-a postada diante dele usando apenas a roupa de baixo apertada e muito reveladora.

O interesse brilhou no olhar do vampiro ao lhe examinar o corpo. Para a surpresa dela, sentiu-se responder ao desejo dele.

Ele podia ser um demônio, mas era um demônio muito atraente e a estava olhando como se quisesse devorá-la.

Mas, por outro lado, talvez seja isso que ele realmente queira fazer, pensou Lena. Mas, não antes de um pouco de prazer, seu cérebro concluiu, chocando-a com a noção de que o homem diante dela podia lhe controlar todos os pensamentos e ações.

Como antes, o medo voltou a tomar conta dela. Seu corpo tremeu quando ele levou a mão ao seu pescoço, mas tudo que ele fez foi arrancar o cordão com a chave da biblioteca de seu pescoço.

Ele a estendeu para o lado.

— Ryan. — chamou.

Um homem emergiu das sombras atrás dele. Lena não o havia notado antes.

— Sim, Justin? — disse com um curvar obsequioso da cabeça.

Justin. Pelo menos, agora, o demônio tinha um nome. E um nome bem interessante.

Justin sacudiu o cordão com a chave.

— Por favor, pegue esta chave e guarde as coisas da senhorita...

Ele se deteve, aguardando uma resposta.

— Lena Tomlinson. Srta. Tomlinson.

Um sorriso lhe cruzou os lábios.

— Por favor, guarde as coisas da srta. Tomlinson. E faça algo a respeito deste traje de Papai Noel. — pediu calmo.

— Ele está fedendo um bocado, não está? — retrucou.

Ryan pegou rapidamente a chave, mas teve de aguardar que ela saísse de dentro das calças caídas aos seus pés antes de se apressar em obedecer Justin.

— Sempre consegue o que quer? — ela perguntou, intrigada, apesar do perigo inerente à situação.

Em uma fração de segundos, o humano desapareceu e o vampiro emergiu, seus movimentos tão rápidos que não passavam de um borrão. E, ela sentiu as pontas afiadas de suas presas no pescoço dela.

— Sempre. — ele respondeu, e a dor tomou conta dela quando o vampiro afundou os caninos na sua carne.

Me Ame Intensamente |Justin Bieber|Onde histórias criam vida. Descubra agora