Decifrando...

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Inglaterra, Londres, 18 de dezembro, dias atuais.

UMA ONDA DE choque percorreu o corpo da mulher.

— Assassinados?

Justin assentiu, e lhe preparou outro petisco, mas, quando tentou dá-lo para ela, Lena cerrou os lábios e virou a cabeça. Seu olhar era severo e crítico.

Quantas vezes se olhara no espelho, e imaginara a mesma expressão no próprio rosto?

Ignorando-a, serviu um pouco de vinho e tomou um gole. Ofereceu-lhe um pouco também, antes de deixar cair outro pedaço de pão e queijo na própria boca e mastigar lentamente, pensando em como poderia começar. Como explicar como havia perdido tudo que lhe era mais precioso, e por que detestava os humanos que o cercavam. Mas desistiu assim que se pronunciou.

— É tarde demais para contar tal história. A alvorada surgirá em pouco mais de uma hora.

Ela olhou na direção da janela, onde ainda estava noite fechada lá fora, e, quando virou o olhar inquisitivo na direção dele, o vampiro sorriu.

— Posso senti-la chegando, assim como posso sentir a aproximação da noite. — explicou.

— E é isso tudo que pode sentir, Justin? Não liga para a sua família assassinada?

— Basta! — sabia que o desafio dela era uma tentativa de alterar a dinâmica da situação. Ela ainda tinha esperanças de que ele pudesse mudar de ideia quanto a transformá-la. Justin se recusava a lhe conceder a vantagem.

Erguendo-se, andou de um lado para o outro diante da cama.

— E, quanto a você, Lena? Sua família lamentará a sua morte? — perguntou.

— É claro. — Ela puxou as amarras que a prendiam a cama. — Por que está fazendo isso?

— Por quê?

Ele marchou de volta para a cama, agarrou-lhe o queixo e a forçou a levantar o rosto. Inclinando-se até estarem quase colados nariz com nariz, ele transformou-se mais uma vez. Sob a mão dele, Lena tremia, mas seu olhar permaneceu fixo no rosto dele, sem demonstrar um vestígio sequer de seu medo.

— Um vampiro mudou a minha vida, mas foram os humanos que roubaram tudo que me era importante.

— Então, isto é o troco por algo com que nada tive a ver? Por algo sobre o qual não tive controle algum?

Uma gargalhada forçada escapou de sua boca. Justin trilhou as bordas das presas ao longo do queixo delicado da mulher, e o tremor do corpo dela aumentou sob a mão do vampiro.

— Não me mataria se tivesse a chance? — sussurrou, quando lhe alcançou a curva da orelha.

Sua ausência de resposta já dizia tudo. Ela o mataria apenas por ser vampiro. Apenas por ser diferente. Não havia nenhuma diferença entre ela e os humanos que haviam lhe assassinado a família e milhares de outros vampiros, séculos atrás.

Empurrando-a para longe, ele levantou-se novamente, e disse:

— Em breve nos deitaremos para descansar durante o dia. Está na hora de nos prepararmos para isso.

Inglaterra, Londres, 19 de dezembro, dias atuais.

LENA NÃO SABIA o que Justin pretendia fazer para se preparar para o seu descanso diurno. Os preparativos acabaram sendo bem menos onerosos do que ela imaginara.

Ele a deixara comer e beber um pouco mais, e depois a desamarrara das colunas da cama, usando seus poderes vampirescos para controlá-la, enquanto lhe dava a liberdade necessária para realizar algumas das abluções noturnas no banheiro. Ele também arrumara para ela uma túnica de seda para substituir a roupa de baixo térmica que ela vinha usando.

Me Ame Intensamente |Justin Bieber|Onde histórias criam vida. Descubra agora