Reconciliação?

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Inglaterra, Londres, 22 de dezembro, dias atuais.

LENA MEXEU UMA última vez nos talheres, antes de sentar-se para aguardar o crepúsculo e o despertar de Justin.

Ela pedira a Ryan para preparar a refeição favorita de Justin, e vestira uma de suas roupas especiais para as festas, um vestido de veludo cor de vinho. Já haviam lhe dito que a cor combinava bem com o seu tom de pele morena e o seu cabelo escuro. Além do mais, o decote lhe realçava os melhores atributos, enquanto lhe afinava os quadris amplos.

Queria agradá-lo, embora houvesse passado o dia todo considerando suas razões para isso. Toda e qualquer lógica lhe dizia que deveria odiá-lo. Ele a havia feito prisioneira. Violara-lhe o corpo ao se alimentar dela. Destroçara-lhe a confiança ao quebrar a promessa que havia feito.

No entanto, ela ainda estava ali, ansiosamente aguardando que ele despertasse. Possivelmente, em mais de uma maneira.

Estava certa de que muitos diriam que era síndrome de Estocolmo, e que ela havia desenvolvido algum vínculo doentio com o seu carcereiro. Ela havia, sem dúvida nenhuma, considerado um bocado tal possibilidade ao longo da última noite e do último dia.

Mas, a verdade era que tinha um bom coração e este bom coração havia visto tristeza no dele. Ela havia percebido que existiam amor e compaixão sufocados pelas perdas que Justin havia sofrido durante a vida.

O barulho das cobertas desviou sua atenção de suas considerações, e a fixou em Justin, que estava se espreguiçando e se sentando na cama, o cabelo em pé devido ao fato de ter dormido. Seu corpo era tão magnífico quanto ela se lembrava, sem sequer algum vestígio de qualquer marca da estaca que ela encostara no seu peito dois dias antes.

Ele ficou imóvel ao vê-la sentada ali, depois, passou a mão trêmula pelos cabelos desgrenhados.

— Não estava esperando o seu retorno.

— Eu também não. — ela rebateu.

— Neste caso, por que está aqui?

Ele estendeu a mão na direção de algo no pé da cama, um robe azul-marinho que rapidamente vestiu, escondendo o corpo dos olhos dela. Justin levantou-se e caminhou na direção dela, amarrando com força o robe ao fazê-lo.

Ela ficou de pé e apontou para a refeição.

— Amanhã é meu último dia como Papai Noel. Depois disso, vou embora, e pensei...

O que eu havia pensado? Lena se perguntou. Mesmo agora, ainda estava em conflito no tocante a seus motivos para estar ali. Incapaz de completar a frase, apontou constrangida para o pequeno presente sobre o prato de jantar de Justin.

— Queria apenas lhe trazer algo. Para tornar o Natal menos...

— Lesivo?

Ele arqueou a sobrancelha e pegou a pequena e alegre caixa de cima do prato.

— O destino nos uniu por um motivo, Justin.

Ele riu, asperamente, e brincou com a fita que envolvia o presente.

— O destino já encontrou muito prazer em destruir mais de um final de ano para mim, sendo assim, o que será que vai me trazer este ano?

Esperança. — ela afirmou, enfim se dando conta do motivo pelo qual voltara. — Esperança de que este Natal e o próximo trarão algo diferente.

Ele riu novamente, mas havia um tom peculiar nesta risada. Algo mais leve, como se, de fato, estivesse pondo fé em suas palavras.

— É uma mulher interessante, Lena.

Me Ame Intensamente |Justin Bieber|Onde histórias criam vida. Descubra agora