Capítulo IX

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Minha visão estava turva, mas uma dor horrível em meu estômago me mantinha “acordada”.

— Não a machuque, por favor, eu te imploro! — Ouvi a voz de minha mãe.

— Não se preocupe, Majestade. Ela ficará bem. Você provavelmente não, mas quem a mandou entrar na frente? — Disse uma voz masculina. — Sua querida filha beneficiará alguém… Alguém não, algo, algo que futuramente, prejudicará meus planos. Não posso permitir que eles tenham momentos felizes. Devo impedí-los de ficarem juntos o máximo o possível.

— Maddie? Madyson, querida, consegue me ouvir? — Ela perguntou, desesperada, sua voz estava fraca.

Tentei balançar a cabeça, para assentir, e quase não consegui.

— Maddie, você precisa encontrá-lo novamente. Não importa o que esse homem está fazendo para separá-los, sei que ele irá te proteger… Ele sempre protegeu… E eu não estarei mais aqui.

— Mamãe… — Disse, quase sem forças. — Estou… Com medo…

— Não precisa ter medo. Você será a rainha mais forte e corajosa já conhecida pelo povo… E com ele ao seu lado, será invencível… Encontre-o, ele irá… — Ouvi o som de uma lâmina, e minha mãe não continuou mais.

— É uma pena. Agora, vamos ao que interessa. Você não irá se lembrar de nada disso, querida. Claro, se você sobreviver. — Senti algo perfurando meu estômago, e gritei em agonia.

— Maddy! Ei! Está tudo bem! — Abri meus olhos e vi Ciel e Sebastian próximos.

Meu rosto estava molhado. Eu devia estar chorando. Também estava ofegante e com uma dor nada comparável com a do “sonho”.

Baixei a cabeça.

— Estou bem. Desculpe se os preocupei. — Disse, baixo.

— Não está não. — Ciel levantou meu rosto e secou minhas lágrimas com as mãos. — Sebastian, traga água para ela.

— … — Sebastian não disse nada, mas dava para ver que ele não queria ter saído.

— Vocês aí, podem voltar para seus quartos. — Ele disse, olhando para seus funcionários que estavam na porta. — Ela vai ficar bem.

Eles pareciam preocupados, mas não contestaram a ordem de Ciel e saíram.

O garoto voltou seu olhar para mim.

— Parece que o jogo virou. — Ele disse.

Não respondi, tentando me recuperar do choque.

Sebastian entrou no quarto e me ofereceu um copo com água. Só quando o peguei que percebi que estava tremendo.

Bebi tudo tão rápido que quase engasguei, mas foi necessário.

— Minha mãe… Ela morreu me protegendo. — Comecei.

— Como você sabe? — Ciel perguntou, curioso.

— Eu sonhei. Eu vi. Tenho que te contar sobre…

— Eu já sei. Sebastian me contou. — Explicou ele.

— É, vocês têm uma boa comunicação. — Disse, entregando o copo para Sebastian. — Já me adianta. Mas, antes de eu continuar… Ciel, você sabia que eu falava “sozinha” quando mais nova, não sabia?

— Eu, sua mãe e seu pai. Você não escondia nada deles nunca. Nem de mim.

Olhei para Sebastian, que ainda não havia dito nada, e depois para Ciel.

Dancing With The Devil - Kuroshitsuji (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora