Capítulo XII

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- Behemoth, eu espero que não isso não seja apenas uma brincadeira. - Eu disse, impaciente, seguindo meu "companheiro".

- Eu estou dizendo, é verdade! Veja com seus próprios olhos. - Ele adentrou um quarto do castelo e eu apenas o segui.

- Se eles acham que conseguirão qualquer coisa de mim com isso... - Apontei com os olhos para o berço dentro do quarto. - Estão completamente enganados.

- Eles de cima estão certos de que funcionará. Eu tive que te dizer, afinal, você será o alvo principal dela. - Apontou para a criança dentro do berço.

- Dela? Essa garotinha? - Comecei a rir. - Você realmente acredita nisso? Quanta ingenuidade para um demônio. Resolverei esse problema. - Me aproximei da criança, ela estava acordada.

- O que vai fazer? - Perguntou ele.

- Matá-la. - Sorri da forma mais assustadora que pude, se essa criança pudesse me ver, choraria de medo.

Minha capacidade no mundo dos humanos sem ter sido invocado era pouca. O mínimo que eu conseguiria fazer seria sufocá-la.

Aproximei meu rosto do seu, e estranhamente, ela parecia estar me analisando. Meu sorriso se desmanchou quando a vi sorrir. O sorriso doce e inocente de uma criança. O problema era que não tinha ninguém ali além de Behemoth e eu, e Behemoth estava afastado.

Ela então começou a rir e a levantar os braços, como se me pedisse colo.

- O que tem de errado com essa criança? Ela consegue me ver? Ela está sorrindo para mim? - Indaguei, não entendendo.

- Eu não sei, talvez seja por conta da ligação dada para vocês...

Vê-la rindo de certo modo mexeu comigo, e eu pude sentir que quanto mais próximo estava dela, mais alcance meus poderes ganhavam.

- ...Ficarei aqui. Quero ver como ela irá me conquistar. A vida dela passará para mim como num piscar de olhos, de qualquer jeito. Isso será divertido. - Meu sorriso retornou.

De qualquer forma, duvido que essa garotinha seja capaz de muita coisa.

- Ei, ei, demônio, olha, olha! - Me chamou a garota. - Eu fiz nós dois! - Levantou uma folha com ela e um rabisco com olhos diferentes ao seu lado. Talvez um buraco negro?

Me mantive quieto, apenas a observando.

De repente, ela correu para o outro lado do quarto e pegou uma coroa.

- Você viu a coroa que a mamãe me deu? Ela é linda! Abaixe, abaixe, me deixe colocar em você. - Correu até mim, inocentemente.

- Isso não vai funcionar.

- Vai sim! - Ficou na pontinha dos pés, esperando eu me abaixar.

- Não vai.

- Claro que vai, você apenas é pessimista demais. - Afirmou.

- Não sou pessimista, sou realista. Meu corpo não está materializado nesse mundo, então... - Ela pulou para tentar alcançar minha cabeça e soltou a coroa quando achou que tinha colocado.

- Ah... - Disse, decepcionada ao ver a coroa cair. - Quando você vai se materializar por inteiro? Eu quero ver você inteiro!

- Eu não contaria com isso tão cedo. As oferendas dos humanos têm sido tão medíocres. Humanos não sabem como de fato agradar demônios.

- Então... Eu não te agrado...? - Perguntou, triste.

- Não, você...

Droga, não quero fazê-la chorar. Esse sentimento... Não era para eu tê-lo. Em algum momento, farei vocês aí de cima pagarem. - Não era como se eles pudessem me escutar, mas antes eu pensasse do que falasse.

Dancing With The Devil - Kuroshitsuji (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora