Impossible - Dramione

Sexta a noite

Hermione

Burra.

Burra.

Burra.

Era apenas a palavra que eu conseguia dizer para mim mesmo.

Como eu pude ser tão burra?

Me deixei levar e acabei baixando a guarda para ele.

Estava deitada na cama, com fones de ouvido no máximo tocando minha playlist preferida, lembrando de tudo que havia acontecido nos últimos dias desde que eu havia conhecido Draco.

Eu não queria chorar.

Não queria.

Mas isso foi impossível quando o medo se fez presente mais uma vez na minha vida. Eu havia sonhado com Ronald mais uma vez. E quando estava naquele banheiro com Draco, ele foi tão gentil que eu não consegui trata-lo mal. Céus, eu não podia ficar afim dele, eu não podia me envolver com ele.

A companhia dele ali foi tão bem vinda e as coisas que ele me disse, ele realmente estava preocupado. Mas ainda assim. Eu não deveria me deixar levar, e se ele quisesse me machucar? Eu não queria viver com medo, mas ainda assim, não consegui evitar. Seu toque no meu rosto me causou arrepios. Talvez foram dois ou três segundos, mas que me pareceram uma eternidade.

Eu sabia que depois de tudo que eu passei, eu ficaria com medo de que alguém me tocasse de novo, mas de alguma forma, o toque dele não foi tão assustador quanto eu pensei, e isso sim, me deixava apavorada.

Quando ele tentou conversar comigo outro dia, eu apenas o ignorei, eu sabia que se eu desse uma chance para conversarmos, eu estaria quebrando uma promessa que havia feio a mim mesmo dias atrás.

E aquela tarde, eu havia dito a ele que não queria me envolver nem ficar com ele, e ele havia me dito que tinha namorada.

Eu fiquei tão envergonhada e ao mesmo tempo, meu coração apertou com aquela notícia.

Eu realmente não podia ficar afim dele e nem queria, mas Deus sabe que aquela era uma mentira tão grande que eu mal conseguia dizer em voz alta, era óbvio que eu estava afim dele. E isso me assustava tanto.

Eu havia acabado de sair de um relacionamento, o normal seria que eu nunca mais quisesse ninguém e agora eu estava ali, pensando nele, e ele também não ajudava. Ficava insistindo em conversar comigo e tentar fazer com que sejamos amigos. O jeito dele me deixar em paz de vez, seria trata-lo com indiferença, talvez assim ele desistisse.

Tentei me convencer que logo que aulas começassem, eu estaria ocupada demais para pensar nele ou ficar afim dele. Afinal, era uma faculdade enorme, se desse tudo certo, eu não iria ter que ficar o encontrando a toda hora, e isso facilitaria minha vida.

Deus, eu não podia estar mais errada.

***

Acordamos cedo na segunda. Era o primeiro dia de aula e haveria uma grande reunião com todos os alunos no pátio da Universidade. O diretor iria dar um discurso e apresentar os professores e poderíamos tirar dúvidas sobre nossas salas, as aulas que teríamos no semestre dentre outras coisas.

Tomei um banho, me vesti, peguei meus materiais e fiquei esperando enquanto Luna e Pansy terminavam de se arrumar, e saímos todas para o pátio.

Chegamos e logo avistamos Theo e Blás. Fomos para perto deles e procurei Draco discretamente com o olhar.

— Ele está bem ali.

Pansy sussurrou no meu ouvido.

Eu virei para ela que sorriu maliciosamente e apontou com a cabeça. Eu olhei para onde ela havia dito e vi que Draco conversava com uma menina de cabelos ruivos, estavam sorrindo. Desviei o olhar, quase não conseguindo esconder o revirar que meu estômago deu e fechei a cara.