Hermione
Draco estava sentado ao meu lado batendo a perna repetida vezes contra o piso de mármore do aeroporto. Todo seu corpo gritava o quanto ele estava ansioso e nervoso. Segurei sua mão e apertei, entrelaçando nossos dedos. Ele me olhou com um meio sorriso no rosto e eu também sorri pra ele.
— Vai ficar tudo bem, baby.
Ele respirou fundo e soltou o ar lentamente.
— Eu sei, é só que... ele é meu pai. Ele me ensinou tudo que eu sei. Eu lembro de uma época onde tudo era leve, nós brincávamos no jardim da mansão, corríamos de bicicleta, tomávamos sorvete. Ele ria para mim e comigo, éramos melhores amigos. Mas tudo mudou quando eu terminei o ensino médio. Eu queria cursar artes ou fotografia e ele insistiu para que eu fisseze medicina. Eu acabei cedendo depois de um tempo, mas ainda assim, eu tinha uma certa raiva dele por querer controlar minha vida. Mas agora...
A voz de Draco falhou e eu apertei ainda mais sua mão.
"Passageiros do vôo 443 com destino à Nova York, favor comparecer ao portão de embarque. "
— É o nosso, vamos.
xx
Horas depois.
Draco ligou para mãe, para avisar que tinha chegado e ela disse que mandaria o motorista buscá-lo. Nos encaminhamos para o estacionamento do aeroporto para esperarmos. O sol ja brilhava no horizonte e uns 15 minutos depois, uma SW4 vermelha parou à nossa frente. Um homem de mais ou menos 40 anos desceu, vestido em um terno preto, de gravata borboleta e uma boina na cabeça. Antes que pudéssemos colocar nossas coisas no porta malas, a porta de trás se abriu e dela saiu uma bela mulher de cabelos loiros e olhos azuis iguais ao de Draco. Usava um belo vestido azul marinho que se agarrava à seu corpo de modo perfeito. Ela parecia abatida e cansada. As enormes olheiras que se alojavam embaixo dos seus olhos, denunciavam seu estado. Ela se jogou nos braços de Draco que retribuiu o abraço.
— Mamãe.
Ele murmurou. A mulher se afastou e mirou Draco por alguns segundos com lágrimas nos olhos. Então seu rosto virou para mim e eu dei um sorriso tímido.
— Querido, quem é sua amiga?
Ela disse ajeitando a postura.
— Mamãe, essa é Hermione. E ela é minha namorada. Hermione, essa é Narcisa, minha mãe.
A mulher inclinou a cabeça para o lado e deu um leve sorriso. Depois se aproximou e abriu os braços, me abraçando.
— Sinto muito por termos nos conhecido em uma situação como essa. — Ela falou no meu ouvido e em seguida me soltou, voltando sua atenção para Draco. — Vamos querido. Primeiro vamos em casa, imagino que esteja cansado.
Draco balançou a cabeça negativamente.
— Nada disso, quero ver meu pai.
Ela respirou fundo.
— Tudo bem filho, ele está no Marvolo Riddle. Vamos.
Entramos no carro e partimos rumo ao hospital. Draco olhava fixamente para a janela, nossas mãos estavam entrelaçadas, e vez outra ele me olhava apreensivo e voltava à olhar a janela. Narcisa olhava fixamente para mim, como se estivesse me analisando. Eu estava ficando sem jeito, a cada momento que nossas vistas se encontravam, eu sorria timidamente e baixava a vista. Porém, ela continuava me olhando.
Depois de minutos que pareceram horas, o carro parou e nós descemos. Draco foi o primeiro a entrar pelas portas duplas do hospital. Era um hospital particular e aparentemente grande. Com uma grande recepção toda pintada em branco e verde. Ele chegou até a recepcionista que lhe cumprimentou como se já se conhecessem e entrou por um corredor à esquerda. Eu apenas fiquei e sentei em uma das muitas cadeiras do saguão. Narcisa entrou junto com Draco. Eu não queria atrapalhar, afinal, eu não conhecia o pai dele. Iria me sentir uma intrusa. Apenas deixei aquele ser um momento de família.
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Impossible - Dramione
FanfictionDepois de anos de um relacionamento que não lhe fez nada bem, Hermione finalmente se vê livre, rumo a faculdade sonhos, ela só pensa em aproveitar ao máximo a nova vida de solteira universitária, sem se apegar a ninguém. Do outro lado do país, está...