Companhias Desejadas

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Hermione

Tudo doía.

Meu corpo inteiro, desde a pontinha do pé até o último fio de cabelo. Mas o que mais doía naquele momento era meu psicológico. Era o fato de eu ter colocado a vida dos meus amigos em perigo, a vida de Draco em perigo. Eu não me perdoaria nunca se algo tivesse acontecido à eles. Eu nunca pensei que Ronald pudesse ir tão longe, eu sabia que ele era louco, possessivo e um pouco desequilibrado, mas a ponto de atirar em alguém?! Ainda mais em mim? À quem ele tanto dizia que amava. Ele extrapolou todos os limites possíveis.

Gina ainda estava sentada ao meu lado na cama falando sobre o quanto ela havia achado Draco gato, e o quanto Molly ia ficar decepcionada quando soubesse o que Ronald havia feito. Meu coração apertou com a menção da mulher que cuidou de mim por tanto tempo como uma verdadeira mãe, ela era uma pessoa tão boa, não merecia o filho que tinha.

— Mione?

Gina tocou meu braço e eu olhei pra ela.

— Desculpa, não entendi.

Ela deu um sorriso, aquele sorriso que indica que ela ia falar alguma merda.

— Estava pensando no senhor gostosão?

Franzi as sobrancelhas pra ela.

— Senhor... quem?

— Ah, Hermione, qual é. Ele é um gato. E você sabe disso.

— Gina...

— Ele veio aqui te visitar e quando eu cheguei vocês estavam abraçados.

Revirei os olhos.

— Ele estava comigo quando tudo aconteceu e ele me abraçou por que eu estava sensível, aliás, ainda estou, eu só pedi desculpas pelo Ronald.

Ela deitou a cabeça no meu ombro e abraçou meus braços.

— Você sabe que a culpa não é sua, não sabe? Ronald vai pagar pelo que fez. Apesar dele ser meu irmão, eu sei que ele foi longe demais.

Deitei minha cabeça na sua e fechei os olhos para impedir que mais lágrimas caíssem.

— Eu sei, obrigada Gina. Você é demais.

Ela olhou pra mim e seus olhos estavam vermelhos.

— Eu fiquei com tanto medo quando me ligaram.

Ela voltou a me abraçar. Nesse momento um médico muito bonito entrou no quarto.

— Boa tarde senhorita Granger. E você é...

Ele disse olhando para Gina que ainda estava deitada ao meu lado.

— Gina Weasley.

Ela disse se levantando e apertando a mão dele.

— Eu sou o médico da Hermione, doutor Owen Hunt. Então, está sentido alguma coisa?

Ele disse olhando pra mim e sorrindo. E Deus, que sorriso.

— De 0 a 10?

Ele acenou positivamente.

— 6.

Ele anotou algo na prancheta que havia nas mãos e voltou a olhar pra mim.

— E sua cirurgia? Está doendo?

Analisei como estava me sentindo, toquei delicadamente na minha barriga e senti que estava enfaixada. Mas não havia dor ou ardência ali.

— Não, não dói.

Outra vez ele anotou algo na prancheta.

— Ótimo, amanhã pela manhã vou mandar uma enfermeira pra trocar o curativo, agora vou te aplicar uns remédios pra dor e provavelmente você vai dormir.

Impossible - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora