Promessas e confissoes

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Hermione

Nem percebi que havia adormecido quando acordei subitamente ouvindo batidas na porta. Olhei para o relógio ao lado do meu criado mudo e vi que passava das quatro da manhã. Vesti meu roupão e fui atender. Olhei pelo olho mágico e vi a última pessoa que eu gostaria.

— Hermione, abra a porta! - Mais batidas na porta — Eu sei que você está aí! Abra essa maldita porta agora!

Eu cogitei seriamente a ideia de ligar para polícia, ao invés disso, fui até a porta e abri.

— Que porra você acha que está fazendo, Ronald?

Falei fingindo raiva, quando na verdade, tudo que eu sentia era medo do que ele poderia fazer. Ele era pelo menos 30 centímetros mais alto que eu e os braços eram fortes - antes eu os via como abrigo e proteção, hoje eu só imaginava como eles poderiam me machucar.

— Hermione... Me escuta. Você não pode ir embora, não pode me deixar. Você é minha. Você me ama. Você não pode ir embora. Não pode.

Falou entrando dentro do apartamento com as mãos na cabeça, parecendo desesperado. O cheiro de álcool imediatamente encheu o ambiente e eu notei que os olhos dele estavam vermelhos e com olheiras enormes.

— Ron, me escuta. - Falei ainda com a mão na maçaneta da porta como se ela fosse a minha salvação, caso ele tentasse algo. — Você tem que sair da minha casa, a gente acabou. Você não manda mais em mim.

Ele me olhou nos olhos e eu virei o rosto para o chão, não conseguia olhá-lo. Me assustei quando ouvi o barulho de algo quebrando, levantei o rosto e vi de onde vinha o barulho, Ronald tinha derrubado tudo que havia em cima do aparador perto da porta. Ele veio em minha direção e eu congelei. Engoli em seco quando ele chegou perto de mim, segurei a respiração, ele colocou as mãos nos meus ombros e apertou levemente.

— Você não vai embora, Hermione. Você é minha. Minha. Você pode tentar fugir, se esconder, pode ir pro inferno, eu vou acha-la e você vai voltar pra mim. Você não tem mais ninguém, você só tem a mim. Eu sou a sua família. Você vai ser minha pra sempre.

Ele sussurrou lentamente enquanto a única coisa que eu rezava era pra não entrar em pânico, cada palavra dele fazia minha pele arrepiar de pavor. Ele apertava meus ombros com força e eu sabia que ficariam marcas ali. Abaixei a cabeça já não conseguindo conter as lágrimas.

— Ronald por favor... Por favor. Vai embora.

Chorei baixinho, rezando para ele ir embora. Ele me jogou com força no chão, me fazendo cair sobre os vidros quebrados.

— Você vai sempre ser minha Hermione, grave as minhas palavras.

Dizendo isso ele saiu pela porta fechando-a com força.

Eu não tinha reação, ali sentada sobre os cacos de vidro, sentia que meus braços e pernas estavam cortados, mas minhas dores iam além dos ferimentos físicos.

Levantei lentamente, tentando ao máximo não fazer mais estragos na minha pele. Fui me arrastando até o quarto, entrei no banheiro e deixei que a água lavasse todo o sangue que havia no meu corpo. Ardeu, doeu, queimou.

Doeu quando a água veio de encontro ao meu corpo. Mas doeu também por dentro.

E eu chorei. Ali sentada no box do banheiro, com os braços enrolados nas pernas, eu chorei e chorei. E naquele momento eu jurei que nunca mais eu amaria outro alguém, que nunca mais me envolveria com outra pessoa, nunca mais deixaria que alguém entrasse na minha vida e no meu coração.

***

Draco

Fazia quase 30 minutos que eu encarava o celular com o número do telefone de Astória na tela de discagem. Eu havia dito que ligaria para marcamos nosso encontro, na hora me pareceu uma boa ideia, mas agora, eu não tinha tanta certeza disso.

Impossible - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora