Ressacas e surpresas

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Draco

Ao abrir a porta da boate, uma brisa atingiu meu rosto levemente, me fazendo pensar com mais clareza agora que estava longe de todo aquele caos. Hermione estava na minha frente com os braços cruzados à quase cinco minutos sem dizer uma palavra. E eu procurava o melhor jeito de começar a contar toda a história.

— Você não tinha uma explicação para dar? — Falou finalmente.

— Tenho. — Suspirei. — Eu e Astória não estamos mais juntos, aliás, nunca estivemos de verdade. Foi tudo uma grande confusão.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Confusão? E em que parte da confusão vocês ficaram noivos?

Comecei a contar tudo à ela. Desde a foto que tiraram de mim e Astória no parque, até o dia do suposto pé na bunda que ela havia me dado antes da virada do ano. Hermione ouviu à tudo em silêncio e quando eu terminei de contar, ela começou a rir descontroladamente. Seu corpo inteiro sacudia com as risadas e eu olhava para ela atônito, surpreso com sua reação.

Ela respirou fundo e limpou as lágrimas que estavam nos cantos dos seus olhos.

— Desculpa. — Ela disse segurando a risada. — Agora é sério. Parei.

— Qual a graça? — Perguntei.

— A sua criatividade para inventar histórias é inacreditável. Só por que estou bêbada não significa que eu sou otária. Você já me fez de trouxa uma vez, Draco. Não fará novamente.

Ela disse e eu pude notar o ressentimento no seu olhar. Segurei seu rosto e vi que seu corpo ficou tenso.

— Eu juro, Hermione. Cada palavra que eu disse é a mais pura verdade. O que eu tenho que fazer pra você acreditar em mim?

Hermione tirou minhas mãos do seu rosto e sorriu docemente, depois deu dois tapinhas na minha bochecha.

— Continue tentando, querido. Sei que você pensará em algo, me surpreenda.

E saiu, entrando novamente na boate e me deixando para trás, completamente imóvel e frustrado.

xx

Cheguei no dormitório com a cabeça à mil. Depois da conversa frustrante com Hermione, não consegui voltar para a boate. Peguei o carro e fiquei rodando na cidade até estar com sono suficiente. Tirei a camisa e deitei na cama, pegando o celular. Passava das duas da manhã. O coloquei debaixo do travesseiro e apaguei.

xx

Acordei com o celular vibrando insistentemente embaixo da minha cabeça. O peguei ainda de olhos fechados e atendi.

— Alô? — Do outro lado da linha, alguém respirava profundamente e depois soltava o ar devagar e uma música alta tocava ao fundo. — Alô? — Tentei novamente e olhei a tela do celular. O nome de Hermione apareceu e eu acordei de vez, verificando as horas. Quatro da manhã. — Hermione? Tá tudo bem?

— Não, Draco. Não está. Eu odeio você, odeio mesmo.

Sua voz estava arrastada e eu suspeitei que ela havia bebido muito mais que o necessário depois que eu saí da boate.

— Onde você está, anjo?

Perguntei levantando e vestindo a camisa rapidamente.

— Não importa. Eu não quero você aqui, e quer saber? Vai se foder.

E desligou. Tentei retornar a ligação mas caiu na caixa postal. Decidi ligar para Pansy. Elas haviam ido juntas, com certeza ela sabia o paradeiro de Hermione.

Impossible - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora