|| Primeiro Sentimento ||

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Acordei bem cedo hoje, abri meus olhos vagamente, ainda sonolento, e me apressei para me levantar. Me espreguicei. Levantei saltitando e fui fazer minhas necessidades. Logo depois eu fui ver se o Renato tinha acordado, pois precisava devolver sua câmera que ele deixara em meu quarto no último final de semana.

— Renato? — perguntei em meia voz enquanto batia na porta.

Esperei um tempo e não obtive resposta. Recuei lentamente.

Coloquei a câmera em meu quarto novamente e corri para a cozinha. Chegando lá, todos os meus amigos estavam tomando café.

— Primeira vez que vejo vocês reunidos essa semana — eu importunei e em seguida fiz uma careta. Deixei um soquinho na parte traseira da cabeça de Renan para provocá-lo. 

— É Léo, esses dias tá difícil, só a gente fica em casa e os caras saem — Renan disse sorrindo.

Depois da conversa desejei um bom dia a todos e me juntei a eles para tomar café. 

— Nossa, tia Irene, o café estava uma delícia.

— Sério?! — ela disse supresa, todos na cozinha riram.

Enquanto eu continuava rindo das brincadeiras eu vi o Renato descendo as escadas, eu fui correndo falar com ele.

— Bom dia, Reh.

— Bom dia, Léo — Renato disse, sua voz de sono.

— Deixei sua câmera lá no meu quarto, to indo lá buscar — subi as escadas agilmente, quase me esbarrando nele.

— Vai lá, daqui a pouco vou gravar um vídeo com o Rambinho.

Fui buscar a câmera. Quando voltei, Renato me chamou para seu quarto e eu o segui. Chegando lá nos conversamos.

    Renato On

— Léo, eu sei que pode ser estranho, mas, ontem nós nos beijamos? — eu o perguntei aturdido.

— O que? — Léo estremeceu. — Então, Renato, pelo o que eu me lembre a gente não fez nada desse tipo.

— Desculpa, Léo, deve ter sido só um sonho.

Eu me dirigi até a porta, saindo cegamente para gravar meus vídeos sem dizer nada.

    Léo On

— Porque o Renato iria sonhar me beijando? — me perguntei, confuso.

Sai do quarto e fui atrás do Renato para ter uma explicação mais clara. Chegando no quintal, eu o encontro preparando-se para a gravação. Sua feição pálida.

— Renato, pode me explicar o que foi isso?

Renato abaixou a câmera já em seu rosto e respirou fundo. Ele fitou o chão em silêncio.

— Esse sonho, ou, sei lá o que aconteceu, eu só quero saber o porquê — encerrei com a voz suave.

— Olha, Léo, eu também não tô entendendo — ainda fitando o chão,  ele sacudiu a cabeça. — Que tal deixar isso pra lá? — dessa vez ele olhou para mim, a feição pávida.

Suspirei.

— Tudo bem, pode continuar o seu vídeo.

Enquanto eu voltava, Rambinho veio em minha direção saltitando como sempre fizera, as patas enlameadas. Brinquei com ele por um tempo.

Renato On

Eu não sei ao certo o que está acontecendo comigo, hoje meu dia foi excessivamente confuso e não sei o motivo disso, preciso descobrir. Fui até a Lounge jogar sinuca com os meninos para tentar esquecer.

— Meu Deus, Renato, hoje você tá horrível na sinuca — Thiago disse, sua risada habitual.

— Hoje eu tô meio estranho, Thi.

— Porque? Tá apaixonado? — Thiago perguntou, ele pareceu ter descoberto primeiro. Eu franzi.

Naquele momento eu refleti, tive a oportunidade de dizer ao Thiago o que eu estava sentindo, porém deixei passar.

— Será que é isso? Eu sou muito idiota pra perceber agora — murmurei.

— O que você disse? — Thiago perguntou, daí percebi que falei alto demais.

— Nada não, vamos nos concentrar agora.

Lá atras a voz do Léo aproximou-se, ele vinha conversando com o Coronado. Eu travei. Suas roupas combinavam perfeitamente com seu semblante gracioso. A medida que ele ia aproximando-se da mesa de sinuca pude sentir um aroma amadeirado envolvendo minhas narinas. Sorri levemente. Uma onda calorosa rodopiou em meu peito. 

— Vai pra onde, Léo? Você tá todo arrumado — eu perguntei enquanto ele vinha até mim, desejei um pouco mais de sua aproximação. O aroma amadeirado plácido foi ficando ainda mais intenso.

— Vou sair com meus pais, Reh.

— Interessante, também posso ir?... Tô brincando — eu ri, depois de uns segundos processando, Léo também riu.

— Até iria perguntar se você queria ir — Léo disse, o rosto corado.

— SEI NÃO VOCÊS DOIS EM! — Miguel provocou, todos na Lounge fizeram como ele.

Depois da brincadeira, eu olhei para o Léo e o desejei um bom passeio com os pais dele. Enquanto ele saia eu o encarava, pensei no sonho que tive e é realmente isso que está acontecendo, eu estou gostando do Léo.

MY LIFE | LeonatoOnde histórias criam vida. Descubra agora