Thiago endireitou os ombros e deu vários passos á frente de nossa linha de defesa. Pensei que Renato obviamente fosse tomar a frente e falar por todos nós. Por mais que não houvesse perigo - aparentemente -, eu odiei vê-lo sozinho e desprotegido.
- Agora que estamos todos aqui, o que você quer, Rezende? - Thiago questionou em uma alta entonação em sua voz.
Sobre a clareira escura caiu um silêncio mortal por um tempo. Pude sentir a tensão no corpo de Renato ao medir a feição de Rezende diante das palavras do Thiago. A tensão aumentava com o passar dos segundos.
Com isso, Rezende deu alguns passos à frente, saindo da esfera onde havia sua formação constituída por seus parceiros mais próximos. Dois de seus parceiros, um louro e um moreno, andaram vagamente atrás dele de modo que lhe oferecesse proteção sobre algo. Pela primeira vez a tropa silenciosa de Rezende reagiu; múltiplos grunhidos multiplicaram-se, ressonando continuamente percorrendo a formação. Pareciam conversar entre eles com breves apartes. Seus dois parceiros estreitaram-se atrás dele.
Ele tombou a cabeça para o lado, seus olhos cresceram e se encheram de curiosidade.
- O que eu quero, Thiago? - Rezende resmungou em sua voz fina e ciciada. - Eu é quem deveria perguntar, já que trouxeram um exército contra nós. Parece que realmente vieram preparados para lutar.
Ele notou o nível de nossa preparação, embora ele tenha feito o mesmo, e talvez, tenha até se empenhado mais.
Thiago apertou os lábios e balançou a cabeça negativamente. - Pergunte a todas essas pessoas que estão aqui, talvez perceba que não viemos para isso. Não existe nenhuma razão para lutarmos - ele replicou enquanto levantava sua mão, apontou em nossa direção.
Os olhos de Rezende que uma vez estavam crescidos agora se estreitaram.
- Mas que importância tem sua intenção, diante do que vocês fizeram, Thiago? - ele franziu a testa e uma sombra de tristeza cobriu suas feições. Se era ou não autêntica, eu não soube dizer.
- Estamos a escondendo pois vemos que ela é apenas uma criança como as outras. As autoridades com certeza não nos escutariam - Thiago explicou.
- Nós não somos idiotas, Thiago. Todos sabemos que uma criança concebida por um hermafrodita não é normal. - ao lado de Rezende, Junior, o homem de cabelos louros, explicou-lhe num grunhido.
De repente, eu me senti furioso - mas houve um motivo -. Mais do que furioso, eu experimentava uma fúria homicida. Pouco de meu desespero desapareceu inteiramente. Um brilho avermelhado e lampejante destacou-se nas figuras escuras diante de mim, e tudo em que eu pensava era em estrangulá-los, um por um, até que não restasse sequer um resquício de vida em seus olhos. Eu estava tão enlouquecido que poderia voltear enquanto dançava a pilha de corpos. Uma veia saltou em meu pescoço, a sentia pulsar. Um rosnado baixo e feroz rasgou em minha garganta. Renato apertou minha mão, advertindo-me. Por sua causa parte de meu ódio desapareceu.
- Ela não é um perigo para nós. Também não é uma criança anormal. - Renato vociferou, avançado para frente. - Na verdade, ela é incrível, mas talvez vocês não entenderiam - ele concluiu serenamente.
João, o irmão de Rezende o qual se postou ao seu lado, deu alguns passos para frente.
- Ela não é, anormal? - João perguntou com ênfase. - Qual a idade dessa criança?
Renato recuou num grunhido, Thiago olhou para trás e o fitou com temor.
Eu pensei em mentir, atropelando a verdade que Renato estava prestes a soltar. Daí percebi que se eu mentisse descaradamente com certeza isso não iria prevalecer - nem por uns instantes. E então eu me encolhi, puxando Leah para mais perto.
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MY LIFE | Leonato
RomanceO que diria ao seu melhor amigo quando você o ama de verdade? Palavras como "eu te amo" soaria como uma pronúncia estranha aos outros ao meu redor. Mas eu não estou falando de um amor de "amigos" como uma vez pensaram, é um amor maior, ele me consom...