A história de Clarissa, uma estudante de mestrado de 25 anos, frustrada profissionalmente, romântica (não por opção) e distraída. Que se vê um dia dividida entre a fascinação e revolta por seu professor Carlos, um homem metódico (com orgulho), organ...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Depois de mais uma reunião de família inconveniente, uma ligação bastante estranha do Carlos me avisando que mudaria de número, até que a minha segunda feira correu bem, não trabalhei, então dediquei meu dia em terminar minha dissertação e corrigir as observações do Carlos no projeto, até porque, minha defesa seria quinta feira, e depois disso, minhas mais que merecidas férias como a mais nova mestre de literatura brasileira desse país de meu deus.
Minha noite de sono, devo dizer, não foi tão tranquila, tive vários pesadelos envolvendo almoços de domingo, minha família, e, para o meu mais completo desgosto, a Cátia. Pesadelos esses que me presentearam com uma enxaqueca daquelas, resolvi que tentar dormir seria inútil, então, usei aquele tempo extra para tomar um remédio e lavar o cabelo. Ao sair do banho e pegar meu telefone em cima da pia, percebi que a Tati havia criado um grupo com nós duas e nossos respectivos professores, que se intitulava "O dia do juízo final".
Ri bastante com o título, me enrolei na toalha e, vi que o grupo já tinha 20 mensagens e o Carlos havia me mandado mais algumas no privado, então, sentei na minha cama para responder o meu namorado primeiro, e deixar que ele me tirasse dessa loucura de realidade:
[Carlos Maurício, 00:45]: O que aconteceu de ontem pra hoje? Kkkkk abri meu celular para te desejar um bom dia e me deparei com um grupo estranho sobre fim do mundo, com a Tati me pedindo uma lista DETALHADA (ela usou caixa alta) sobre meus gostos culinários e minhas alergias, fiquei preocupado, você acha que ela quer me matar envenenado?
[Carlos Maurício, 00: 48]: A propósito...boa madrugada querida aluna, espero que sua última semana antes das férias seja mais calma.
Respirei fundo e não pude evitar de rir, afinal, cometi o erro de não prepará-lo para a força da natureza que a minha família costumava ser, e com o rolo da troca de número e o projeto, esqueci de avisar sobre a confusão de ontem de manhã:
[Clarissa Soares, 01:20]: Bom, começaremos do princípio. Aparentemente, nosso querido Diego deu com a língua nos dentes e disse para a minha mãe e a minha madrinha (que é mãe da Tati), que estamos namorando e que, pasmem, eu ousei conhecer a sua mãe antes de te apresentar a ela, fazendo com que você ache que eu sou uma largada no mundo sem família, então, elas marcaram um almoço de família domingo, com você e o Fernando como nossos convidados de honra, sem opções de recusa.
[Clarissa Soares, 01:23]: A propósito...boa madrugada, "querido professor". Embora quisesse muito, acredito que a minha semana seja tudo, menos tranquila, até porque, ela mal começou e eu já estou morta de enxaqueca e desânimo
[Carlos Maurício, 01:23]: Nossa amor, você tem remédio? Quer que eu compre e leve aí? Seria rapidinho...
Ele nem me deu a oportunidade de responder, e já estava me ligando, atendi sem demora, até porque, a voz dele era a única que eu gostaria de escutar naquele momento:
-Oi amor, desculpa ligar, nem me atentei que falar ao telefone pode mais te atrapalhar do que ajudar – me derreti toda, a capacidade dele de ser fofo comigo ainda surpreendia.
