De todos os primeiros passos

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Perdi as contas de quanto eu fiquei sentada em meu quarto olhando para as minhas coisas, passei minha vida aqui, cresci aqui, nem acreditava que eu iria dormir e acordar em outro lugar a partir de amanhã

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Perdi as contas de quanto eu fiquei sentada em meu quarto olhando para as minhas coisas, passei minha vida aqui, cresci aqui, nem acreditava que eu iria dormir e acordar em outro lugar a partir de amanhã. Não que eu não ame o Diego e a Tati, sempre foi meu sonho morar com meus amigos, porém, a realidade estava me deixando melancólica.

Quem me daria remédio que me ajudasse a dormir quando estivesse doente? Quem faria minha compressa de água quente para a cólica? O pensamento de sair da redoma que meus pais construíram em volta de mim, estava me doendo mais do que eu imaginava, mas precisava pensar no futuro agora, e mais importante, decidir se o Carlos se encaixava nele.
E com isso em mente, peguei meu celular e liguei para ele, nem pensei antes de agir, pois sabia que perderia a coragem, para minha surpresa, a chamada foi atendida no segundo toque, e uma voz confusa atende:

- Clarissa? – ele deve achar que eu sou maluca, uma pirralha, dez anos mais nova que ele, ligando depois de rejeitá- lo.

Respirei fundo e respondi:

-Sou eu sim, desculpa ligar essa hora Carlos, mas eu gostaria de saber o que você vai fazer amanhã. – não deu tempo de terminar o raciocínio, ele começou a rir e falou:

- Está me chamando para um encontro, senhorita? – essa pergunta me irritou, não iria pedir a ele para sair depois disso, seria óbvio demais, e eu não suportava ser uma pessoa óbvia.

- Não se iluda, professor. Não sei se o senhor sabe, mas eu vou me mudar amanhã para o apartamento do Diego e ele disse que eu poderia te ligar para pedir ajuda para subir com as coisas quando eu chegar lá.

Eu sei que mentir não me ajudaria com esse objetivo, mas meu orgulho falou mais alto, e presumindo que ele ligaria para confirmar minha versão da história, acionei o viva-voz da chamada e mandei uma mensagem para o Diego:

"Di, preciso que confirme a pequena mentirinha que contei para o Carlos agora, quero que fale que pediu para chamá-lo para ajudar na mudança. Te amo"

Enviei a mensagem bem na hora em que o Carlos respondeu ao meu convite\intimação, com um leve quê de ironia:

-Opa...okay....- disse com tom de desilusão.

-Claro que pode sonhar, professor, até porque não pretendo te dar esperança demais. E te vejo amanhã, ás 8:00?  – respondi, entrando na brincadeira.

- Marcado, quer que eu te busque? 
A proposta me pareceu bastante tentadora, mas eu já tinha me comprometido a ir com os meus pais:

- Não, eu prometi ir com os meus pais, mas te vejo lá.

Desligamos e eu resolvi empacotar o resto das minhas coisas, já que minha mãe e minha madrinha já haviam adiantado bastante o meu trabalho, fiquei tão focada no objetivo de separar as coisas que eu iria levar e as coisas que eu iria doar, que quando eu olhei para o relógio que já marcava 02:00, então, tomei um banho e fui dormir, afinal, minha vida nova começaria assim que eu acordasse.

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