A história de Clarissa, uma estudante de mestrado de 25 anos, frustrada profissionalmente, romântica (não por opção) e distraída. Que se vê um dia dividida entre a fascinação e revolta por seu professor Carlos, um homem metódico (com orgulho), organ...
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Fui acordada por um barulho irritante, demorei um tempo para me situar e perceber que a origem do barulho era o meu celular, quando fui apertar a opção de soneca, vi a foto da Tati brilhando, e para a minha maior irritação, eram 6:00, teoricamente eu só precisaria acordar daqui a uma hora, e esses 60 minutos eram de extrema importância pra mim, ainda mais depois da noite que eu tive ontem e a conversa que me aguardava na mesa da sala de jantar, peguei meu celular de má vontade e atendi logo, sabia que minha amiga não desistiria tão fácil:
- Fala Tatiana, pensei que você já me conhecia o bastante para não me acordar antes da hora em uma segunda-feira. - e para a minha surpresa, eu não ouvi as piadinhas habituais.
O susto me fez acordar de vez e sentar na cama, nesses 25 anos de amizade, acho que a vi séria só no último semestre da curso de Letras e na entrevista para o mestrado.
-Calma Clarissa, estou tentando despertar também, fui acordada com a porta da minha casa fechando e um bilhete na minha mesa de cabeceira, meus pais pediram que eu os encontrasse aí na sua casa, você está sabendo de alguma coisa?
Quando eu ia responder, ouvi uma batida na minha porta e a cabeça da minha mãe aparecendo na fresta:
- Que bom que você já está acordada, Clarissa. Levanta rápido e vá para a sala de jantar, a Tatiana já está a caminho.
Assim que ela saiu eu coloquei o telefone no ouvido novamente e falei:
- Você ouviu, né?! Sermos chamadas de Clarissa e Tatiana já não é coisa boa, agora, aliada a uma convocação a essa hora da manhã só deve significar que a casa caiu pra gente Tati, vem logo!
- Já saí da cama Cla, em dois minutos eu chego aí.
Desliguei o telefone e me levantei, melhor enfrentar meus pais e meus padrinhos logo, assim que saí do meu quarto, respirei fundo e fui confrontar a tropa inquisitória, sentei a mesa junto a minha amiga sonolenta, e pelo visto, ela também nem tinha se dado ao trabalho de tirar o pijama para a reunião com os meus padrinhos e meus pais. Mal sentei e minha madrinha já foi introduzindo o assunto enquanto servia uma xícara de chá pra mim e uma de café para a Tati que mal conseguia manter os olhos abertos ao meu lado:
- Então meninas, marcamos essa conversa aqui hoje para conversarmos sobre o acontecido de ontem.
Quando eu ia responder, meu pai levanta e dá um tapa na mesa, Tatiana, que estava cochilando com a cabeça apoiada no meu ombro, foi parar no meu colo em questão de segundos:
- EM NOME DE JESUS padrinho, estava aqui sonhando com o Fernando e acordo com esse estrondo!
Meu pai, que estava mais vermelho que pimentão falou:
- Não importa Tatiana, foi esse seu sono interminável e a lerdeza da Clarissa que colocaram vocês nesse tipo de situação.
Como eu dava valor a minha vida e estava colhendo os frutos de uma noite mal dormida, preferi só tirar a minha amiga do meu colo e focar em beber o meu chá, e meu padrinho que ainda não tinha se pronunciado, falou:
