Ainda era manhã quando todos acordaram. E chegando à mesa era nítida aquela cena clichê: a garota com a blusa do cara e o cara, por sua vez, seminu. Coisas assim não tem preço. Ou será que tem?
- E eu pensando que a nossa festa que tinha sido animada. - disparou Dedé - O bote foi preciso ou houve a necessidade de ajuda?
- Jogaram descalços não, né?! - mandou Dio, na lata e sem misericórdia alguma.
Clarissa e Diego não se mostraram surpresos, mas estavam se divertindo igualmente. Clarissa inclusive tinha uma piada na ponta da língua e simplesmente soltou:
- Tinha pula-pula na festa, gente! Quem diria!
Risadas foram dadas, então Heloísa e Marina chegaram e viram a cena. Heloísa puxou uma máquina Polaroid e bateu uma foto dos dois. A cara de ambos estava impagável. Um misto de vergonha com vontade de se esconder no mar.
É bem provável que se eles tentassem se esconder no oceano, Iemanjá devolvesse dizendo arranjassem um quarto!Foi aí que, no meio do café, me bateu uma ideia maravilhosa.
- Vamos deixar a praia para outro dia?
- O quê? - Diego parecia inconsolável.
- Eu me arrumei todo para encontrar a minha felicidade... De preferência com 1,90m, sarado com um bom papo. E que goste de dançar.- Calma, cara. Antes de reclamar, que tal saber para onde mudei nosso itinerário?
- Eu acho bom ser um lugar tão maravilhoso quanto a cidade maravilhosa em que vivemos, Carlos Maurício. Do contrário eu te mato com aquela garrafa de vinho que Marina trouxe!
- Você vai amar. Te garanto.
Dio então foi acordar os irmãos para contar a mudança de planos. E saiu tecendo uma espécie de ameaça. Ou pelo menos, ele achou que aquilo era uma ameaça:
- Escuta aqui seu pêra, acho bom esse lugar novo ter alguém interessante. Afinal, ser o único dessa turma que desperta o desejo alheio é uma tarefa muito complicada.
- Ai, poderoso! - respondi de pronto.
- Toc Toc. - diz Dedé
- Opa, quem deseja? - respondo
- PÊEEEEEERAAAAAA!!! - finaliza Dedé, para uma chuva de risadas de Fernando, Heloísa e Marina.
Depois de todos comerem, cada um foi se arrumar para sairmos do apartamento. Assim que saio do banho e me arrumo, vou para a sala, pego a chave do carro e Diego simplesmente solta:
- Escuta aqui, viado, acho bom você começar a falar para onde vamos ou eu vou para casa sem nem mesmo olhar para trás.
- Parque Lage.
Nessa hora, vi os olhos de Clarissa brilharem e aquele sorriso surgir em seu rosto.
- Parque Lage? Mesmo? É meu lugar favorito. - diz Clarissa, com aquele afeto imenso na voz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
De todas as pessoas do mundo
RomansaA história de Clarissa, uma estudante de mestrado de 25 anos, frustrada profissionalmente, romântica (não por opção) e distraída. Que se vê um dia dividida entre a fascinação e revolta por seu professor Carlos, um homem metódico (com orgulho), organ...