Saímos do Corcovado e fomos até o apartamento de Clarissa. Eu a deixei por lá e fui tomar um banho e me arrumar para jogar basquete com os meninos no Aterro do Flamengo. Eu estava com tempo de sobra, então, cheguei ao meu apartamento, abria as janelas – já protegidas com redes por conta das gatas – e fui para o banho completamente despreocupado.
Enquanto isso, meu telefone bombava com notificações de Diego e de Dedé (que de alguma forma, já estava sabendo de tudo). Tomo uma boa ducha gelada, vou em direção ao closet, pego as roupas para jogar mais leves possíveis, meu short tensor, a joelheira, as meias e os tênis. Vou até o rádio, conector com o bluetooth do meu celular e resolvi colocar uma de minhas músicas prediletas para representar todo aquele alto astral do dia (e o pau que eu iria dar no Dio e no Fernando em quadra, junto do Dedé): "Unchained", do Van Halen. Me visto ao som da música e vou tomar um iogurte de morango, apenas para segurar e não passar mal no meio do jogo.
O calor resolveu chegar chegando na cidade, mas nada o que temer. Hora do jogo, faço um carinho nas garotas antes de sair, deixo comida para elas, pego o celular e os documentos, minha mochila, coloco meus óculos escuros e saio do apartamento. Vou andando até o aterro, não vejo necessidade de pegar o carro. Apesar do calor, o dia estava lindo e eu gostava de ver a cidade sem pressa. A cada novo olhar eu só tenho a notar o quão sortudo eu sou por viver em um lugar tão maravilhoso. Chegando perto da pista que divide a cidade da praia, encontro com Diego, Tatiana e Clarissa. Dou um beijo nela e noto que os outros dois estão com um sorriso extremamente bobo no rosto e aquele jeito infantil de ficar olhando um casal de amigos. Só faltavam ficar gritando no meio da rua Tá namorando! Tá namorando! Pelo amor de deus, dá para ser mais óbvio que esses dois? Clarissa estava de chinelo, shortinho estampado e uma blusa leve, além de usar óculos escuros. Diego e Tatiana eu não prestei atenção. Estava mais focado em duas coisas: Clarissa e a partida. Hoje eu tinha motivo de sobra para ser o melhor em quadra. E claro, eu como bom leonino iria me exibir para minha namorada. Me processe.
Chegando na quadra, os rapazes vem conversar comigo e de cara já notam que eu estou acompanhado e eles já começam a sorrir igual aos dois bocós atrás de mim e da Clarissa.
- Qual é, Papa-anjo?! – solta Dio, sem um pingo de filtro, em meio a risos
- Claro que você tinha que falar isso. – respondo – Do contrário não seria você, Dio.
- Ele te tratou direito, né?! – Dio agora pergunta para Clarissa
- Sim, ele soube agir como um verdadeiro cavalheiro. – responde Clarissa, para minha surpresa, em meio a gargalhadas.
Em outra parte da quadra, Nando e Tatiana se beijam e todos ficam olha do para os dois. Eles ficam conversando e depois de um tempo se viram e Tatiana quebra aquele silêncio ridículo.
- Ah, gente... – Tati começa – Até parece que ninguém sabia disso. Desde a reunião na casa do Carlos que todo mundo já tinha sacado.
Rimos muito. Recebemos dedos do meio. Dedé então veio conversar comigo. Pensei que era alguma coisa do jogo, mas era algo sobre outro jogo
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De todas as pessoas do mundo
RomanceA história de Clarissa, uma estudante de mestrado de 25 anos, frustrada profissionalmente, romântica (não por opção) e distraída. Que se vê um dia dividida entre a fascinação e revolta por seu professor Carlos, um homem metódico (com orgulho), organ...