Quando sai de seu abraço, vi que ele estava mais calmo, porém ainda tinha traços de raiva em seu rosto, só então reparei algo, seu lábio tinha um corte e um pequeno roxo se formava em sua bochecha, me senti culpada por vê-lo daquela forma por minha culpa e ele notou.
- Ei o que houve? -A preocupação era evidente em sua voz.-
- Aquele idiota te machucou por culpa minha. -Suspirei- Vem deixa eu cuidar disso.
Por um momento esqueci o bar e os clientes, assim como o Nando, porque realmente precisava cuidar do Sam, e do machucado, segui para a parte de trás do bar, onde guardavamos as coisas e tinha um kit de primeiro socorros ali, peguei e o rapaz protestava dizendo que não precisava, depois de insisti ele cedeu.
- Fiquei quieto que vou aplicar um antisséptico para limpar esse corte.
Ele ficou atento e parado me olhando eu ja estava corada e olhei para seus lábios, para tentar continuar o que fazia, mas para piorar eu me empolguei tanto cuidado daquele pequeno corte que acabei não percebendo nossa proximidade, o olhar do ruivo queimava em mim e me afastei para não acabar enlouquecendo ali.
- É, desculpe, eu me empolguei, você sabe, enfermagem é minha paixão, e quando estou cuidando de alguém, bom, eu me empolgo.
Tentava sem motivo me explicar e ele apenas tinha um sorriso no rosto, enquanto via meu nervosismo aparente.
- Não precisa se explicar, eu agradeço pelo seu cuidado.
-Bem, vamos voltar, o Nando deve estar maluco sozinho. -Ele concordou e saímos depois de guardar as coisas-
Sam não tirou os olhos de mim, depois do incidente, segundo ele estava me protegendo de longe, Nando ficou muito preocupado quando contamos a ele o que aconteceu, e se desculpou mil vezes por isso, já que nunca tinha passado por isso antes, eu o tranquilizei e me mantive o mais calma que podia, não os deixaria na mão, mesmo estando completamente arrasada por dentro.
Mais um expediente se encerrou e eu estava aliviada, iria voltar a casa dos Santana's e me afundar na cama e chorar, até limpar minha alma dessa dor e nojo que estava sentindo de mim mesma, eu tinha esse grande defeito de não demonstrar meus sentimentos abertamente em alguns casos, estava alheia a tudo a minha volta enquanto eu limpava as mesas do bar, quando uma mão toca em meu braço, instintivamente eu dei um pulo me afastando antes de olhar para o dono do toque, suspirei aliviada quando vi o Sam.
- Desculpe Clarinha, não quis te assustar. -Ele falou colocando a mão nos bolsos, sua expressão era triste e eu sorri fraco.-
- Eu é que peço desculpas, só estou.. -suspirei-
- Assustada, eu sei! Você pode pensar que não, mais eu lhe conheço muito bem. - Ele falava com um tom calmo e tranquilo, eu fiquei surpresa com aquilo e me aproximei enquanto finalizava a mesa.
- Talvez seja isso, ou não, mas você queria falar algo, quando chegou? -Levei meu olhar ao rapaz.-
-Bem, sim, e-eu. -Coçou a nuca visivelmente envergonhado- Resolvi que vou te acompanhar até sua casa, não vou correr o risco de te deixar atravessar a cidade sozinha a essa hora!
A surpresa era nítida para mim, isso era novidade vindo do Sam, ele sempre foi tão na dele e calado, conversávamos sempre que possível, mas nada tão apegado, não era uma má ideia, ja que ainda estava assustada e pelo que lembro ele não morava distante do meu trabalho diurno, sorri e acenti.
- Se não for incomodo eu irei aceitar!
- Incomodo algum Clarinha. -Com um sorriso no rosto ele ficou de me esperar.-
Fui ao escritório do Nando que estava fechando o caixa, como de costume e vendo o que precisaria comprar para o outro dia, bati e entrei.
- Nando, estou indo, o Sam vai me levar em casa!
Ele me olhou, se levantou e veio até mim, me deu um abraço calado e olhou em meus olhos, com uma expressão triste e cansada.
- Me perdoe pelo episódio que aconteceu, eu jamais quero que algo assim lhe aconteça, principalmente em meu estabelecimento. -Eu via pesar e sinceridade em seu olhar e em suas palavras.-
- Ta tudo bem Nando, graças a Deus e ao Sam eu estou bem! -Sorri para acalma-lo-
- Hmmm, o Sam né?! Realmente ele esta bem mais falante e próximo a você!
Corei instantaneamente com aquele comentário, não só eu tinha reparado isso, meu amigo também, tossi tentando me recompôr e o olhei.
- Deixe de gracinhas senhor Fernando, estou indo.
Me afastei caminhando para encontrar o Sam e pude ouvir um grito do Nando "espero que a depilação esteja em dias." fiquei em choque com o comentários e me apressei a sair dali, quando Sam me viu veio ate mim.
-Você esta bem? - não entendi o que ele quis dizer, mas ele continuou- Você esta vermelha, aconteceu algo?
- S-sim, estou bem, vamos?
Ele acentiu e seguimos o caminho ate a parada de ônibus, o caminho foi calmo e tranquilo, Sam fazia algumas piadas e observações deixando tudo descontraído, quando descemos no ponto, eu caminhava naquele caminho ja familiar enquanto Sam seguia ao meu lado, ja na frente da entrada do condomínio eu parei e o olhei.
- Sam, eu não tenho palavras para agradecer o que fez por mim hoje, e-eu nem sei o que teria acontecid..
- Shiiiiii -Ele me interrompe, colocando seu indicador de leve em meus lábios- Eu não me perdoaria se algo lhe acontecesse Clara, eu estou frustado por não ter chegado antes.
- Hey, não fique assim, eu estou bem, você me salvou, é o meu herói! -Disse com um sorriso no rosto- Eu preciso entrar, boa noite Sam, e mais uma vez, obrigada!
Dei um abraço no homem a minha frente expressando minha gratidão, e senti suas mãos me rodeando em um abraço apertado, era como se ele quisesse estender aquele momento e eu não negaria isto, quando me afastei um pouco pude ouvir sua voz.
- Boa noite Clara. -Deixou um beijo no meu rosto um pouco próximo demais da boca e saiu com um pequeno sorriso.-
Estava sem acreditar, mas por fim neguei com a cabeça e sorri, entrando no condomínio e indo em direção a casa do meu chefe, entrei pela área de trás, dos funcionários e fui para o andar de cima calma e sem fazer barulho, ainda lembrando do episódio com o Sam a pouco, passei no quarto da Mel e a vi dormindo calmamente, deixei um beijo em sua cabecinha, ela remexeu um pouco e dormiu novamente quietinha, enquanto eu saia e seguia para o meu quarto, tomei um bom banho antes de me jogar na cama cansada, e depois de todo aquele momento com o Sam, acabei me esquecendo do que aconteceu e dormi bem.
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Minha Doce Babá
FanfictionUm homem machucado, mudado e totalmente fechado para vida, dono de uma das maiores rede de empresa, com sede em Seattle, o Grupo LS, seu famoso dono e presidente era ninguém mais, ninguém menos que Luan Santana, pai de uma linda garotinha de uma ano...