Capítulo 17

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Depois do ocorrido ouvir a porta do elevador abrir e logo depois fechar, fiquei um pouco mais aliviada e ao mesmo tempo frustada, só não sabia bem o porque, resolvi tomar um banho e mudar de roupa já que o frio estava batendo forte aqui, depois do banho quente escolhi uma calça e camisa preta e um moletom rosa por cima da camisa, suspirei de alívio e coloquei uma meia nos pés junto a uma pantufa fofinha e quente e fui ver a Melissa, ela estava bem encolhida no berço e estranhei um pouco, resolvi acordar ela pra dar a comidinha e em seguida um banho.

Calmamente fui chamando a pequena que estava bem manhosa, senti que ela estava bem quentinha mesmo com o frio e fiquei em alerta, fui até a mochila dela e peguei o kit de emergência que tinha um termômetro e coloquei para medir sua temperatura, eu me mantinha calma afinal de contas estava estudando para ser enfermeira e sabia bem que me agitar não me ajudaria. Quando o termômetro apitou fiquei em alerta 38,3°C, a deitei na cama e retirei suas roupinhas deixando apenas de frauda e calcinha, e a coloquei na cama de apoio dali, fui ao banheiro e peguei algodões e molhei com álcool e voltei até ela que começava a chorar, coloquei aquele algodão em suas axilas e pés para auxiliar na queda da temperatura, ela a esse ponto já chorava e começava a se agoniar passava a mão pela cabeça e orelhinha irritada e puxando seus fios loiros.

— Calma meu potinho de Mel, você vai ficar bem meu anjo. Vamos ligar para o papai, sim?! -Falei enquanto buscava meu celular que estava em algum lugar da casa.-

Quando encontrei o aparelho disquei o número do meu patrão que chamava, chamava, chamava e por fim ele não atendeu, continuei com inúmeras ligações até que o celular começou a dar direto na caixa postal, ele havia desligado o mesmo. Suspirei, porque estava longe de casa, falava inglês mas com dificuldade de conversação, suspirei e resolvi medir novamente a temperatura da menina que continuava elevada, sabia que devia ser algum tipo de infecção e resolvi dar um banho na pequena, um pouco frio pra tentar controlar aquela febre. Estava começando a ficar aflita, depois do banho a vesti e dei um antitérmico e fiquei com a mesma nos braços tentando a todo custo falar com o meu patrão e sem sucesso.

Já estava pela madrugada, a pequena se recusava a comer, apenas bebia um pouco de água, e estava bem abatida, suspirei e a analisei, e foi aí que ela começou a vomitar, tirando o pouco de controle que tinha, peguei a mochila dela que estava com suas coisas de uso rápido coloquei umas roupas e segui para o meu quarto, peguei documentos meus e dela que estavam em uma pasta comigo e por sorte tinha algum dinheiro comigo, que era o que eu utilizaria naquele momento.

Peguei o elevador e desci para o térreo, a recepcionista me observou alarmada e de algum modo consegui que ela pedisse um táxi para qualquer emergência infantil que tivesse por perto, ela não demorou a fazer e logo o carro estava ali para mim, entrei e pedi que fosse o mais rápido possível.

Quando chegamos paguei com o dinheiro e entrei no local, fiz a ficha e logo a pequena estava em atendimento, a médica tentava falar comigo mais estava nervosa, não consegui traduzir ela, suspirei, ela pegou o telefone da mesa em sua sala e ligou para alguém, só entendi a parte que ela dizia "brasileira" e desligou.

—Sorry, wait a moment mim! (Desculpe, aguarde um momento mãe!) -suspirei em desespero e me aproximei da pequena enquanto a médica deixava a sala-

— Você vai ficar bem meu potinho de Mel. -proferia para Melissa enquanto alisava seus cabelos.-

A porta se abriu e outra médica entrou na sala, com uma pele bronzeada e cabelos lindamente ondulados e presos em um rabo de cavalo, tinha um sorriso amigável e se aproximou.

— Olá, Sou a doutora Alexia Torres, vou seguir com o seu atendimento. -falou calmamente e em português, arregalei os olhos e sorri-

— Meu Deus, graças a Deus, você fala português que bom, já estava ficando preocupada. Sou Ana Clara Diniz, essa é Melissa Santana.

— Certo, vamos dar uma boa olhada nesta princesa. -falou e começou a brincar com Melissa enquanto fazia as avaliações da pequena.- Me conta mamãe o que a boneca tem tido?!

Engasguei e suspirei fundo, resolvi que aquele momento realmente eu estava parecendo uma mãe mesmo, mas como não criar vínculo e carinho com um anjo como a Melissa?!

— Sou apenas a babá, ela tem tido febre, está irritada e vomitou. Dei um antitérmico a algumas horas e não resolveu nada! -conclui-

— Oh, me desculpe, vocês se parecem muito por isso pensei que era sua filha. -comentou- Tem especialização em alguma área de saúde? -pergunto enquanto avaliava as orelhinhas da pequena que chorava agora irritada-

— Não há problema, eu a amo mesmo, e até parece que é minha de verdade, mas não, não é! E sim, estou para me formar em enfermagem!

— Fizeram viagem recente? -Ela perguntou-

— Sim chegamos hoje à tarde.

Falei e ela finalizou a avaliação, sorriu e sentou na mesa, escrevendo em um papel, peguei Melissa que se aconchegou em meus braços e comecei a acariciar seus fios loiros, a médica levantou e veio a mim.

— Possivelmente é uma infecção auditiva, por conta do vôo, e da mudança de tempo, podem causar isto, vou pedir uns exames e a colocar em medicação. Ok?! -Sorriu para mim e eu apenas concordei com a cabeça-

Saímos da sala para um quarto privado e fiquei aguardando enquanto vinham fazer pão exames, Melissa chorou por causa das furadas de agulha e ficou ainda mais irritadinha, tentei novamente falar com seu pai e não deu jeito, caixa postal, e no desespero resolvi deixar mensagem pra dona Marizete.

Mensagem On

Dona Mari, perdão pelo horário, mas estou desesperada, Melissa está doente, estou em uma emergência com ela neste momento e não consigo contato com o Sr. Santana. Não tenho o número de ninguém aqui e também tenho pouco conhecimento em conversação no inglês, já não sei a quem recorrer por isto estou falando com a senhora, fico no aguarde do seu retorno. Clara!

Mensagem off

Depois de medicada levou algum tempo até Melissa pegar no sono, os exames teriam mais um tempo até estarem prontos e resolvi mais uma vez ligar para o meu chefe, e a chamada completou, no quarto toque ele atendeu, ou era o que eu pensava.

— Alô, quem é? -Uma voz feminina e vulgar progeria em inglês- Por favor nos deixe dormir estamos cansados demais. -a voz do meu chefe soou ao fundo e em seguida risos estéticos da mulher começaram- Tchau, preciso desligar.

E a ligação foi desligada, eu estava perplexa, com a tamanha ousadia da mulher e a cara de pau do meu chefe, não deu tempo de nada antes do meu celular descarregar, e eu ficar sem nenhuma conexão com o mundo, apenas eu e a loirinha mais linda e neste momento adoecida.

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Mais um quentinho saindo pra vocês.
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Beijos e até o próximo capítulo 😚

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