Capítulo 18

56 7 4
                                    

Ver Melissa daquela forma me cortava o coração, tentei novamente dar a sua mamadeira e com muito esforço, consegui fazer ela comer, as horas passavam e logo a médica voltou para ver como ela estava.

— Como está o bebê mais fofo?! -perguntava olhando a pequena que forçava um sorriso- Os exames saíram, eu estava certa, é inflamação auditiva, otite, é normal em bebê e passa com o tempo, vou deixar ela por mais um tempo aqui em observação, por precaução e receitar medicamentos para que compre e administre em casa, ok? 

Ela falava e eu concordei com a cabeça prontamente, suspirei, ainda estava preocupada, era preciso cuidado com a pequena mais do que nunca, mas eu iria conseguir com certeza, ela era minha prioridade neste momento. E com os pensamentos nela, acabei pegando no sono com ela na cama de hospital. 

Quando despertei, foi pelo barulho da porta, era uma enfermeira com a alta da bebê e as receitas de remédios, agradeci e juntei as coisas da pequena para sair dali, uma das enfermeiras me indicou uma farmácia que tinha ali pra compra os remédios e pagar a conta médica, arregalei os olhos quando pensei nisso, o dinheiro que eu tinha trazido era pouco, porque eu não pensava em gastar meu dinheiro suado aqui em Nova Iorque, será que iria dar pra isso?! Suspirei peguei o papel para ler e quando vi o preço quase caio pra trás, tentei pensar no que faria e nada me vinha a mente, suspirei, e então olhei para Melissa, o que faríamos? Então uma luz me vem a mente, procurei em toda a bolsa de Mel e não achei, quando olhei na pasta dos documentos estava lá, o cartão sem limites que meu patrão me deu pra emergência, fui até o caixa e paguei, junto aos remédios e sai dali, seguindo para o ponto de táxi, não demorou e já estava em um carro em movimento que seguia para o centro da cidade. 

A pequena garotinha estava dormindo calmamente em meus braços, parece que os remédios estavam fazendo o efeito necessário e um colinho quentinho e aconchegante ajudava a lhe proporcionar essa calmaria toda, ela era um anjo e o amor por ela só aumentava a cada dia, olhei pela janela vendo as ruas de Manhattan passando rapidamente, era tudo tão bonito e diferente estava impressionada queria poder ver cada pedacinho daquele lugar, mas acredito que a Melissa estando bem não daria, imagine com meu anjinho doente.

Meus pensamentos foram interrompido pela voz do motorista avisando que tínhamos chegado, respirei fundo e peguei o dinheiro pagando ao mesmo e agradecendo em seguida, organizei a pequena nos braços, peguei sua mochila e a bolsa de medicações, suspirei e sair do carro, olhei para o grande prédio e pedi que meu chefe não estivesse aí dentro, entrei e segui pro elevador da cobertura, digitei o código que tinha por sorte memorizado e logo começou a se mover. Melissa se remexia começando a ficar inquieta, era o horário do medicamento e o faria assim que chegasse. 

As portas do elevador se abriram e eu adentrei o apartamento, a primeira coisa que vi foi meu chefe com o celular no ouvida e uma cara nada boa, ele falava algo em inglês que não queria nem saber do que se tratava, passei tentando não fazer barulho e nem chamar a sua atenção mais foi em vão.

— Onde você estava com minha filha??? Quem lhe deu autorização para sair com ela e passar a noite fora? -Falou em um tom rude e alto, fazendo a menina choramingar o seu ouvido estava sensível e não deixaria ela presenciar tal cena-

Segui o caminho para o quarto da Melissa e me tranquei lá, ele parece que tinha ficado ainda mais irritado com isso, mas não estava ligando, primeiro iria cuidar da menina depois resolveria o meu problema com meu chefe. Dei um banho quentinho na pequena lhe empacotei a pequenina nas suas roupas de frio e um casaquinho extra, as batidas continuavam mas a porta por sorte eram a prova de som e não conseguia ouvir o que ele falava. Dei a mamadeira dela em seguida seu medicamento via oral e depois os pinguinhos em seu ouvido, o que a fez acalmar mais, suspirei e reparei que as batidas pararam, agradeci mentalmente por isso. 

Depois de colocar a pequena pra dormir novamente, afinal ainda estava cedinho e o remédio a deixaria sonolenta como foi me dito, eu sair de seu quarto e fui ao meu, precisava de um bom banho e tirar essa roupa de mim, e assim o fiz não sei quanto tempo passei para sair do banho escaldante e me vesti, antes de tudo precisava comer e resolver a situação com meu chefe, adiar só iria piorar, fui em direção a cozinha e fiz um sanduíche rápido pra mim e lá estava aquela voz novamente.

— Quero uma explicação agora mesmo! E não ouse sair daqui, senão vai sair pra fazer suas malas e voltar pra casa, porque faço questão de lhe demitir, porque se não lembra não passa de uma simples empregada! -Falou firme-

Um sorriso irônico se formou em meu rosto e uma raiva absurda me consumiu. 

— Primeiro, você não deveria estar abrindo a boca pra falar assim comigo, segundo deveria estar de joelhos me agradecendo, porque a empregada aqui foi pra o hospital com a sua filha depois de ligar inúmeras vezes para você. -ele tentava falar e eu prossegui- Não pensei que vai levantar a voz pra mim, porque não sou de baixar a cabeça assim e outra a sua filha está com o ouvido inflamado gritar apenas trará mais problemas para ela. Você deveria se envergonhar do que fez, foi infantil da sua parte, ser rejeitado fez você ignorar as ligações e colocar em risco a saúde da sua filha. Eu não tenho muito conhecimento em inglês, mas ficou bem claro que em algum dos momentos em que seu telefone estava ligado depois que eu já estava no hospital com a SUA FILHA. A sua companhia noturna deixou bem claro que vocês estavam ocupados fazendo sabe Deus o que e que VOCÊ, não tinha tempo para saber do estado da sua filha no momento! 

Falei tudo que estava engasgado, ele não sabia bem o que falar, na verdade não tinha o que falar, ele era o errado de tudo aquilo, tudo mesmo, até do maldito beijo. 

— E por isso você resolveu desligar o celular e me manter sem saber de nada? -a voz dele vacilava- 

— Eu não sou infantil como você, meu celular acabou com a bateria! -finalizei-

Não tinha percebido antes, mas tinha duas silhueta paradas na entrada da cozinha e só então percebi, Marizete e Amarildo estavam ali, mas a quanto tempo?! Suspirei e sai dali. Era audível o barulho que vinha de seja lá onde eles estavam e dava pra ver que os pais de Luan estavam muito bravos com ele e eu achei muito bom. Resolvi checar minha pequenina em seu quarto e ficar lá zelando pelo seu sono, a cadeira de dar mamar a ela foi trazida para perto do seu berço, onde eu sentei e apoiei a cabeça na grade do mesmo e fiquei a observando, até que em algum momento eu peguei no sono. 

Minha Doce Babá Onde histórias criam vida. Descubra agora