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POV NARRADOR.



Paul Lahote estava tão puto. Enquanto encarava aqueles enormes olhos azuis tudo que ele sentia era raiva daquele desgraçado, raiva que logo foi substituída por borboletas em sua barriga quando ela tocou em sua mão e mencionou eles dois.

Foi como se tudo tivesse se encaixado, o medo que passava rapidamente pelos seus olhos quando alguns dos meninos a abraçavam, ou o jeito como ela sempre evitava abraçar alguém que não fosse Emy ou Sam. Estava tudo alí, o universo tinha jogado toda a verdade em sua cara e ele simplesmente tinha sido muito lento para perceber.

Então ele contou. Contou tudo.

Se abriu a ela da mesma forma que ela tinha feito e só os deuses sabem o quanto aquilo tinha sido bom para ele.

Stella via em seus olhos o alívio de finalmente ter alguém com quem conversar e dividir suas frustações. Naquele momento ela via o verdadeiro Paul Lahote, alguém que teve de ser forte sozinho porque não tinha apoio nenhum, alguém que não se permitia errar, alguém que estava quebrado assim como ela, mas ao mesmo tempo de uma maneira totalmente diferente.

Quando ele levantou os olhos para olha-la esperava ver pena em seu olhar, mas ele viu algo completamente diferente. Ela tinha um leve sorriso e seus olhos mostravam a mais pura compreensão.

-- Estamos quebrados, não estamos? - ela riu sem humor enquanto apertava de leve a mão dele, como se para confirmar que ele estava realmente ali.

-- Completamente.

-- Pelo menos não temos mais que lidar com isso sozinhos. - Colocou a mão na bochecha do rapaz, que se inclinou em direção ao toque dela, como se não pudesse respirar sem o mesmo.

E ali, naquela sala estranhamente branca, Paul Lahote e Stela Gonzalez fizeram um acordo de forma silenciosa. Eles nunca mais precisariam sofrer em silencio, assim como sabiam que precisariam se encontrar primeiro antes de se jogar de vez naquilo que sentiam um pelo outro.

Stella conheceu o pior lado do amor, já Paul nunca foi amado de outra forma além da irmandade da matilha, mas naquele momento os dois decidiram se permitir amar.




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Voltar para a casa de Sam foi algo extremamente complicando na opinião de Paul, que se manteve ao lado de Stella a todo momento, sempre perguntando se a mesma estava bem e recebendo em troca frases como "Sabe que eu não vou quebrar a qualquer momento não é" ou então " Paul Lahote se você não parar de perguntar isso eu vou quebrar a merda do seu nariz". Ele obviamente sorriu convencido afirmando que ela provavelmente quebraria mão se desse um soco nele. Foi somente olhar para seu rosto que o sorrido de Paul de desfez, a mulher tinha os braços cruzados e lhe encarava de forma mortal, como se estivesse planejando mil formas de tortura-lo. Ó céus eles estava tão fudido.

-- Ninguém nunca lhe disse nada sobre não provocar mulheres grávidas? - Aquilo com toda certeza era um desafio na voz da garota.

Sam Uley dirigia para casa com um pequeno sorriso no rosto, prestando total atenção na pequena discursão do casal na parte de trás do carro.

-- Ninguém nunca lhe disse que lobos não tem senso de perigo? - Antes que a garota lhe desse uma resposta afiada o carro parou, e Paul logo foi ajudar a garota a descer. Algo que nem foi necessário, já que uma Emily Uley extremamente afobada correu em direção a mesma para dar todo o auxílio necessário.

Apesar de ser quase 3 da manhã, a casa dos Uley's estava lotada de adolescentes famintos e cheios de energia, que logo receberam uma breve explicação de Stella sobre tudo.

-- Então... sem doenças terminais nem nada do tipo ne? - Era a primeira vez que Stella via Leah junto com o resto dos garotos, Ela estava encostada carinhosamente em Jared, que acariciava inconscientemente a cintura da mesma.

-- Sim, sem doenças terminais nem nada. - Leah olhou acusadoramente para Seth, que corou um pouco.

-- A qual é?! Foi o google que deu o diagnóstico!

-- A conversa está ótima, mas eu realmente preciso dormir. - Stella se levantou, fazendo Paul realizar o mesmo movimento quase que inconscientemente.

-- Não é melhor trazer suas coisas para o quarto aqui em baixo? - quando viu que a garota estava preste a retrucar, rapidamente levantou as mãos em forma de rendimento e acrescentou. - Ordens do sanguessu... médico. Isso, ordens do médico.

Com um suspiro Stella relutantemente se dirigiu para o quarto que ficava ao lado da sala de janta. Resmungando baixinho alguns palavrões.

--Sabe que podemos te escutar né?

-- Vai se foder Leah.

A primeira gargalhou enquanto Stella lhe mandava o dedo do meio antes de entrar no quarto. Apesar de todas as revelações terem deixado o clima pesado de início, a matilha sentia que tudo ia ficar bem.

Ocean eyes - P. LahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora