Capítulo 10

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Midoriya's pov:

Ele consegue ser atraente até mesmo quando dorme. É impressionante. Como eu deveria dizer à ele? como eu diria que na minha última visita ao médico, o mesmo me disse que havia encontrado, sim, os novos supressores e que também possuíam chances altas de funcionarem... mas que eu neguei?

Que eu neguei porque eu simplesmente não preciso mais do uso deles, porque eu tenho ele, o próprio Shoto agora...?

Eu ainda não contei. Mas naquele dia, eu saí do consultório, faltando pouco pra gritar, sendo acompanhado pelo frio na barriga.

Eu realmente gosto de você, de uma forma que eu nunca imaginei ser possível. E agora que eu sei que o sentimento é recíproco, eu não sei bem como agir, ou o que fazer.

─ Eu vou contar quando você acordar... - eu murmurei pra mim mesmo, acariciando o cabelo dele.

Logo após fui tomado pelo pensamento de que acabei furando com o Kirishima e a Uraraka. Cuidadosamente e silenciosamente, comecei a procurar pelo meu celular sobre e ao redor da cama, achando não só o meu, mas sim o dele também.

Digitei mensagens rápidas de desculpas sem me importar se as palavras estavam certas ou erradas, sendo respondido quase de imediato por eles no grupo.

"tranquilo, sabemos com quem vc está e o que provavelmente fez, seu danadinho" vindo da Uraraka com certeza me arrancou um sorriso bobo, porque seria assim apartir de agora. Apesar de ser tudo literalmente muito novo, tentar isso com ele vale a pena.

Antes que eu me levantasse da cama, o celular dele começou a fazer muito barulho com a chegada de mensagens e olhando o visor, eram do Bakugo.

A curiosidade tomou conta de mim, apenas pelas 15x que ele respondeu "puta merda, não acredito".

─ E você nem usa senha no próprio celular... - eu falo e começo a rir baixinho, abrindo a conversa.

Deslizando pra cima, comecei a ler, e... é... isso é... o que é isso?

─ ... Foi o meu irmão, foi a porra do meu irmão que fez isso com o Midoriya na... festa - eu leio em voz alta, assim fazendo com que ele abrisse com dificuldade os olhos.

O celular que estava em minhas mãos caiu na cama, e não só minhas mãos começaram a tremer, como o corpo todo.

Todoroki rapidamente se sentou na cama, me olhando desentendido e ao desviar o olhar pro celular, e pro que mostrava no visor, ele entendeu tudo. Não bastou muito pra ele se inclinar e tentar me tocar, mas eu me afastei.

─ Por favor não entenda errado, eu ia... - ele começa a se explicar, mas lágrimas já escorriam pelo meu rosto.

─ Quando? - perguntei enxugando as lágrimas, erguendo o rosto para olhá-lo ─ A quanto tempo você sabia disso? eu... - faço uma pausa para recuperar o fôlego, podendo observá-lo apenas soltar um suspiro e abaixar a cabeça. Era como se ele soubesse que seria assim desde o início. ─ E-eu sem saber me relacionei e confiei em alguém que sabia quem fez algo tão...

─ Também não é assim! - ele se pronuncia com um tom cortante ─ Você pode ao menos ouvir o que eu tenho para te falar? - perguntou, tentando novamente se aproximar.

─ P-por favor... só, não se aproxime - eu falo entre alguns soluços, e assim ele se afasta um pouco mais, dando o espaço que eu precisava. Sem falar nada.

O que você sentiu quando percebeu que era eu naquele banheiro? foi por pena, você apenas me viu e me reconheceu e a consciência pesou, ou o que?

Agora, todas aquelas palavras foram de verdade? o que você sente é real? porque é pelo o que eu sinto por você que faz isso ser tão mais dolorido.

Eu não sei o que pensar. Novamente as coisas estão acontecendo rápido de mais e ninguém tem o controle sobre isso. Meu coração dói, e só o sentimento de que tive minha confiança quebrada por ele, que disse que jamais me machucaria, me faz querer chorar mais ainda.

─ Eu... é... preciso ir - eu falo, desviando o olhar pro outro lado. Me levantei e recolhi algumas coisas minhas, esplanadas no chão.

E ele apenas observava o celular um pouco mais a frente dele quieto.

─ Acho melhor não nos vermos por um tempo... - eu arrisco dizer sem olhá-lo, guardando o celular no bolso. Podia sentir o olhar dele que antes era quente, se tornar frio enquanto me olhava de longe e o quarto ficar em silêncio.

Antes que fosse completamente tomado pela dor de cabeça, eu me levantei com as coisas e fui até a porta do quarto. Era difícil acreditar que a poucos minutos atrás não havia nada disso.

─ Que merda - ele diz de longe, me fazendo travar com a mão na maçaneta do quarto. Podendo escutar o som estridente dele descendo da cama e os passos calmos pra se aproximar de mim, que agora me desconcertavam e me davam arrepios ─ Eu sabia que seria assim, mas quis acreditar que você agiria diferente - ele encosta uma mão na porta, se parando atrás de mim e bem próximo ao meu corpo. Contendo apenas o rosto dele no meu ombro e sua respiração fria ─ Você pode ir, mas tenha em mente que você não quis escutar o que eu tinha pra te dizer e tudo que estava rolando, Midoriya - ele sussurra, por fim deslizando a mão até a minha abrindo a porta.

Fui tomado por outro forte aperto no coração, mas meu orgulho começou a falar mais alto. Se eu olhasse para trás, com cem por cento de certeza me arrependeria e pularia novamente aos braços dele. Mas não é uma opção.

Eu saí sem olhar para trás.

Sweet man - TodoDekuOnde histórias criam vida. Descubra agora