Capítulo 11

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Midoriya's pov:

Já haviam se passado dias. Já haviam se passados dias desde aquele dia específico que não sai da minha mente, e que eu continuava evitando ele. Depois de sair de lá, eu não tinha muitas opções pra onde ir, e acabei recorrendo à Uraraka. Ir para casa e ficar sozinho não era uma boa ideia.

─ Aqui, beba - ela me entrega a xícara, acompanhada de um pratinho ─ Você está mesmo bem agora? tipo assim... você ficou tonto derrepente e desmaiou, não fazem nem 15 minutos... - ela senta no sofá logo a minha frente.

─ Eu já disse que estou, não se preocupe... - eu mexo inquietamente a colherzinha ao redor da xícara, sem olhá-la e ela apenas responde com um breve "Hm, sei".

Ainda consigo me ver entrando por aquela porta, caindo nos braços dela enquanto chorava até não dar mais. Levando quase uma hora pra me acalmar e explicar pra ela o que havia acontecido, que prestou toda a atenção possível e no fim, só me abraçou novamente.

E estou aqui até hoje, depois de dias. E ela não parece se importar nem um pouco, até se diverte inventando coisas pra fazer.

Mas a situação piorou e eu não consigo me conformar quando pensava nos últimos acontecimentos.

─ Hmm... - ela faz um barulho pra chamar a minha atenção ─ Você sabe que não precisaria estar passando por isso se... tivesse escutado ele e esperado por respostas, né...? - ela diz, me olhando de cabeça meio baixa.

─ Pra me decepcionar mais ainda? não, obrigado. Acho que já estou sofrendo o suficiente - eu respondo quase de imediato, ela revira os olhos.

─ Só estou dizendo, relaxa! - ela descruza as pernas e deixa a xícara que estava na mão dela em cima da mesinha.

Não sentir o ar crítico na nossa volta não era difícil, típico dela.

─ Bom, você deveria se arrumar já, faltam menos de meia hora pra você ir pro consultório do seu médico - ela fala e da de ombros, tampando o rosto ─ Que caralhos, estava tudo indo tão certo e lindo... bom de mais pra ser verdade - ela pensa alto, utilizando um tom sarcástico. E então ajeita sua postura em seguida ─ Eu levo você, certo?

─ Certo.

─ Tá esperando o que? vai logo.

─ Tá, tá... - eu largo a xícara na mesa e me levanto, indo pro quarto se hóspedes, que no momento, era só meu.

A cada dez coisas que eu pensava, nove eram ou incluíam o Todoroki, que habitava minha mente. Mas preciso esquecer isso por agora e pensar em como vou pegar aqueles supressores que o médico indicou.

Talvez um... " Huh, oi, então... eu recentemente disse que não queria mais ver o cara no qual eu estava me dando bem e passando meu cio, por isso preciso dos remédios, por favor me dê " soa desesperador, mas ele vai entender.

Eu me pergunto se ele compartilha as informações que recebe com a minha mãe do outro lado do mundo. Já faz um tempo desde que eu e ela conversamos...

Me arrumei e fui esperar por ela na rua, encolhido por conta do vento frio. Ela chegou sorrindo com as chaves do carro na mão, e assim embarcamos e ela me levou direto até o prédio do consultório.

─ Eu espero por você aqui, vai ser rápido de qualquer forma - ela se senta, ajeitando o cachecol no pescoço.

─ Tudo bem... eu já volto - passo por ela e entro na sala, sendo observado pelo médico.

Por que eu sinto que estou prestes a ter que responder uma sequência insana de perguntas, apenas pelo clima no ar?

Me sentei em silêncio, e quando estava prestes a falar alguma coisa, ele pôs os supressores em cima da mesa.

─ Aqui estão - é tudo que ele diz, me observando.

Qual é, por que eu tenho que esconder alguma coisa dele? ele tipo, trabalha desde sempre com a minha família.

─ Apenas aconteceu o que eu não esperava que acontecesse com ele... eu não sei, só isso - eu explico mexendo os dedos da mão inquietamente ─ Por isso eu, agora... vou ficar com os supressores, ok? - eu estico a mão na tentativa de pegar por eles, e quando apenas toco neles, ele coloca a mão em cima da minha. Me fazendo olhá-lo.

─ Eu não pegaria eles se fosse você, Midoriya - ele diz, segurando a minha mão dessa vez ─ Porque você está... grávido.

Derrepente eu paralisei, e as palavras que ele acabou de dizer começaram a rodar na minha mente.

─ E-eu o que...? - perguntei, afastando minhas mãos.

─ Você está literalmente esperando um bebê, Midoriya - ele se levanta da cadeira e pega pelos supressores ─ Por isso tomar seus supressores agora pode prejudicar o bebê em algumas coisas.

─ Q-quais as chances? você me disse que eu não engravidaria nem se eu quisesse! - eu desvio o olhar pra baixo, eu realmente... estou...

Derrepente eu me lembrei das palavras do Todoroki, que se algo como isso acontecesse ele ficaria ao meu lado, independente de qualquer coisa.

─ Eu disse pra você que as chances eram baixas por que já tomou muito supressor desde o primeiro cio! não que você podia fazer sexo sem camisinha! - ele retruca, se aproximando de mim ─ Escuta, seja lá o que aconteceu entre você e aquele garoto, é melhor você resolver, afinal ele é o pai e não tem como você criar uma criança sozinho, você é jovem... está apenas no último ano da faculdade.

─ Você acha que eu não sei? - perguntei, sentindo uma inquietação pelo corpo todo ─ Eu vou... contar pra ele.

Só não sei como. Como eu vou chegar nele e apenas dizer "você vai ser pai"?

─ Caso queira saber, eu soube depois de ver o resultado dos últimos exames, ontem, na verdade. Esperei para te contar só hoje e bom... é isso. Sem supressores apartir de agora.

Quando eu saí pela pela porta, a ficha caiu. Eu estou esperando um bebê dele...

Precisava contar para a Uraraka sobre a situação que eu me encontrava, dessa vez muito maior do que ela mesmo poderia imaginar. Mas não a encontrei.

Pensando que ela poderia estar lá fora, eu optei pelas escadas por ser mais rápido e sai do prédio. Porém ela também não estava aqui. E de longe, tinha alguém encostado em uma árvore.

E observar se virar pra mim e retirar o capuz vermelho escuro, fez meu coração acelerar. Era o irmão do Todoroki, o Touya.

Sweet man - TodoDekuOnde histórias criam vida. Descubra agora