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"Nunca olhes para trás, se forte, olha em frente, sorri."

Eu estou a tentar, eu estou.. eu levanto calmamente a cabeça, e olho em frente.
À minha frente está uma rapariga não muito alta, cabelo castanho escuro, olhos castanhos, ela apresenta olheiras e parece cansada, os seus olhos parecem isentes de vida.
Tento esboçar um sorriso, e digo em vos alta mas sumida e rouca:

- Eu estou bem...

mas mesmo antes de se parecer com um sorriso, este cai e recomeço a chorar.
Mas eu sei que não sou forte... Eu tento parecer forte.
Eu sempre disse que tinha perdido a esperança, mas a verdade, é que eu ainda a tinha, ainda tenho, pelo menos penso que sim.. Se não.. Por que ainda estaria eu aqui, de pé? Eu não me aguentaria. A não ser.. Que seja amor, não é um amor sego. Eu sei perfeitamente o que enfrento, e talvez por isso eu saiba que amor, pois eu estou ciente de como és.
Eu sempre soube que o amor move montenhas, neste caso ele move-me, mas não totalmente, pois este amor só é vindo de mim.
Hoje em dia, quando me perguntam se estou bem, eu apenas respondo: "estou melhor"
Por que não estou bem, eu me sinto bem, eu estou sem ti.
Mas estou melhor, estou melhor do que antes, e estranhamente, ainda estou viva...

#Flashback on#
Tu não me respondes ás mensagens, não sentes saudades minhas, és seco em tudo o que dizes, e passas o dia todo ocupado, e eu? Passo os dias a chorar, não consigo dormir, e eu sei, por que eu sinto, que estas com alguém.
E isso confirmaste-me tu.
(SMS)
Jane: "Tu quase nunca falas comigo, as tuas palavras são sempre curtas e poucas, sabes que preciso de ti.. Tu és tudo para mim, eu amo-te... Eu nunca disse isto a ninguém, eu nunca disse que sequer em toda a minha vida que amava os meus pais, ou os meus amigos, ou qualquer outra pessoa, hoje em dia as pessoas dizem que amam as outras à toa, por tudo e por nada, mas eu não sou assim... Eu sei que não me amas, mas o amor não se escolhe..."

Henry: " Eu também te amo mas como amiga. Eu tenho andado ocupado, mas eu não posso estar sempre a falar contigo!"

Jane: " mas não falaste comigo durante uma semana!? Eu estou sei que andas com ela, eu odeio-a tanto, eu nem sei porque é que estou aqui, tu não me amas, ninguém me ama. Eu quero matar-me. Sem ti não sou nada! Eu não posso viver sem a minha alma!"

(Isto era o efeito do álcool a falar por mim)

Henry: " pára de dizer parvoíces! Jane, eu não escolhi amá-la. Nós não escolhemos quem amamos.

(ele usa as minhas palavras para dizer que a ama, eu não me podia sentir mais deprimida, agora eu começava a chorar copiosamente num tom de desespero)
#Flasback off#

Pouco a pouco eu começava-me a sentir cada vez mais vazia. E só queria desaparecer, eu queria algo que acabasse com esta dor. Ou que a aliviasse, algo que doesse muito mais do que isto, e que me fizesse esquecer.
Eu podia simplesmente cortar-me.. Mas eu não tinha coragem.. Nem coragem nem forças que me restassem, nem para me levantar daquele sitio escuro, eu estava condenada a permanecer naquele canto desprovido de luz, de felicidade, de alimento, de tudo o que me mantivesse viva, eu apenas estava á espera de cair no esquecimento, estava á espera que a morte me levasse, eu não tinha forças ou coragem para me matar, mas também não tinha para me alimentar, se morresse de fome, melhor, a dor no estômago não me incomodava, pois a dor do meu coração latejaste era pior.

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