Capítulo 9: Continuação

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A primeira coisa que senti ao acordar foi seus pelos peitorais. Não era muitos, mas eram macios, aconchegantes. Foi o momento em que me dei conta de com quem estava e o peso disso. Eu estava com ele. Com meu patrão.

Há diferenças entre ficar com uma pessoa e dormir com ela. Eu tinha dormido com Álvaro e ainda estava ali, entre seus braços, depois de bons momentos de prazer e algumas horas de sono. Sem me mover, senti o cheiro que vinha do corpo dele, delicado, convidativo. Sua correntinha fina e dourada caía para um lado, e eu via apenas parte dela. Depois a clavícula, parte da garganta, o queixo com uma barba que começava a arranhar.

Eu queria ver seu rosto, mas quando o menor músculo de meu pescoço se moveu, ele despertou como se fosse um guardião e estivesse alerta, só esperando aquele sinal. Senti seus braços deslizarem sobre minhas costas nuas e se fecharem, e um abraço suave me envolver e se apertar gradualmente. Emiti um gemido e o ouvi responder da mesma forma. Ainda estávamos conectados na mesma sintonia da noite. Os dedos dele envolveram meus cabelos e suas pernas prenderam as minhas num laço. Devo ter ronronado como um gato, pois ele riu.

— Oi... — Ele me apertou ainda mais, com todo o seu corpo. Não estávamos de conchinha, e sim numa posição muito melhor

— Oi. — Senti um estremecimento de felicidade. — É tão bom acordar assim.

— Estou pensando justamente nisso.

Protegido sob um braço, eu recebia um carinho intenso e pensava em quanto tempo eu poderia ficar ali. Que horas seriam? Parecia cedo demais para nos levantar.

Álvaro beijou meus cabelos.

— Durma um pouco mais, bebê. Está cedo.

Bocejei com a mão na frente do rosto. Os dedos de Álvaro brincavam no espaço entre minha cintura e minhas coxas.

— Não quero dormir. — Minha perna entre as dele o fez excitar-se. — Você quer?

Álvaro não respondeu. Sua mão avançou um pouco mais e seus dedos se fecharam em torno de meu membro já intumescido e iniciaram um movimento de vai e vem lento, mas firme. Então ele desceu até a altura das minhas coxas e começou a me chupar. Ele adorava fazer aquilo. Tínhamos encerrado a noite com um banho gostoso, então estávamos prontos para tudo. Totalmente desperto e com vontade de aproveitar o tempo, o convenci a se deitar na posição inversa e fizemos um delicioso meia nove. Quando terminamos, ficamos rindo e nos abraçando, ainda em posições contrárias.

Álvaro bocejou depois de um tempo em silêncio.

— Se depender de você, eu não saio mais da cama.

— Tá reclamando?

— Não, só constatando. Você é cheio de energia e eu estava meio enferrujado.

— Enferrujado? Sei... Não foi o que ouvi por aí.

Ele fez um carinho na minha orelha.

— Seja lá o que você ouviu, foi equivocado. Sim, eu conheci alguém, e não, não aconteceu nada.

— Por que não aconteceu? Você estava pensando em mim?

Ele riu.

— Talvez.

— Por que você não admite?

— Eu não nego.

— De qualquer forma, não tinha ferrugem nenhuma em você. — Girei na cama até colocar a cabeça no peito dele. — Estava bem calibrado.

Ele sorriu, mas não respondeu. Continuou o carinho lento mas intenso que fazia em mim.

Olhei a mão dele onde tinha o anel.

Não deixe para amanhã (Amostra de 14 capítulos)Onde histórias criam vida. Descubra agora